A Ford apresentou ontem em Fortaleza (CE) no novo Focus “astomartinzado” — a grade de motivo trapezoidal que lembra muito a do Aston Martin, marca que lhe pertenceu durante 20 an0s (1987–2007). Continua a ser produzido na fábrica de General Pacheco, na Grande Buenos Aires, de onde, como sempre, é importado e estará à venda no mercado brasileiro a partir de agosto. A versão sedã virá em muito breve, diz a fabricante. A nova frente do Focus foi apresentada no Salão de Genebra em março, com vendas no EUA em agosto passado e na Europa, em outubro. Agora a linha de automóveis Ford — Ka, Fiesta e Focus — está com o estilo frontal básico unificado.
Com a mudança frontal, o Ford informou ontem Cx melhor, 0,287, número 3% melhor, embora na ficha técnica do modelo anterior conste o mesmo valor. É possível que tenham se adiantado na informação àquela altura, setembro de 2013. Não deveria, mas pode acontecer.
As novidades são a eliminação da versão S, havendo agora só a SE 1,6 e 2 litros e a Titanium (2-L), e o câmbio robotizado de duas embreagens PowerShift 6-marchas ser disponível associado ao motor maior apenas.
O preço do SE 1,6 é R$ 69.900, sem aumento, já com alguns itens atraentes como rodas de 17 polegadas com pneus 215/50R17, controle de estabilidade de tração (AdvanceTrac), assistente de partida em rampa, controle de torque em curvas e aviso da pressão baixa dos pneus, freio a disco atrás também, sistema de conectividade Sync com tela em cores de 4,2 pol., AppLink e assistência de emergência, com contato com o Samu. Além desse itens, faróis de neblina, sensores crepuscular de chuva, espelho interno eletrocrômico e chave programável (MyKey). O câmbio manual continua de 5 marchas.
Há o SE Plus por R$ 71.990 (R$ 2.000 mais), com rodas de 17 pol. exclusivas, bolsas infláveis laterais, bancos de couro, sensor de estacionamento traseiro, controle de cruzeiro, limitador de velocidade e ar-condicionado automático bi-zona.
O SE Plus com câmbio PowerShift tem preço sugerido de R$ 78.900, traz todo o conteúdo do SE Plus, só que com o motor 2-L Direc Flex e borboletas para trocas de marchas.
O preço do Titanium 2,0 PowerShift é R$ 86.900 e incorpora a conectividade Sync com navegador em tela tátil de 8 pol., tela multifuncional de 4,2 pol. entre os dois instrumentos principais (com leitura “Wolfsburg” e eliminada a escala em milhas por hora no velocímetro, uma boa medida), comando de voz (áudio, navegador, ar-condicionado) e sistema de áudio Sony Premium Sound.
O topo-de-linha Titanium Plus tem preço de R$ 95.900 vem com teto solar, sistema de frenagem autônomo (até 50 km/h reduz velocidade, até 20 km/h pára), faróis bi-xenônio adaptativos com luzes de uso diurno em LED (ver adiante), sistema de estacionamento automático de 2ª geração ( vagas paralelas à guia da calçada e perpendiculares), retrovisores externos sofisticados (com aviso de aproximação de veículo, aquecimento e rebatimento elétrico), ajuste elétrico do banco do motorista em 6 posições e ajusta lombar.
São itens de séria em toda a linha Focus direção eletroassistida indexada à velocidade (recalibrada), acionamento elétrico de vidros e espelhos externos, trava elétrica com controle remoto, computador de bordo, alarme, volante de direção revestido de couro com controles de áudio, chave tipo canivete, abertura elétrica do porta-malas, ajuste de altura do banco do motorista, ajuste de altura e distância do volante de direção, banco traseiro bipartido 60:40) e dois encaixes Isofix para bancos de criança, faróis com temporização ao deixar o veículo, limpador/lavador/desembaçador do vidro traseiro.
Além da mudança em estilo, o Focus passou por revisão da suspensão independente nas quatro rodas (com a excelente multibraço atrás) em questão de calibração de amortecedores e coxinização, melhorando muito em relação ao anterior, como pude observar dirigindo um Titanium ontem em Fortaleza. A Ford informou aumento da rigidez torcional da carroceria, sem precisar os newtons por grau de antes e agora. Subiu de nível realmente.
Motores continuam sem alteração, o 1,6 Sigma Flex TiVCT de 131/135 cv a 6.500 rpm e 16,2/16,7 m·kgf a 3.000 rpm com gasolina e 5.250 rpm com álcool, de ambos os comandos com variador de fase, e o 2,0 Direct Flex TiVCT, de injeção direta e variador de fase na admissão e no escapamento, de 175/178 cv a 6.500 rpm e 21,5/22,5 m·kgf a 4.500 rpm.
Ao abrir a ficha técnica fornecida no pen drive, faltam dados de desempenho básicos como aceleração 0-100 km/h e velocidade máxima, que considero imperdoável e inexplicável. Vou tratar de obter os números e informarei aqui. Todavia, como referência, no lançamento do motor Duratec 2.0 de injeção direta, publicados nesta matéria, o 0-a-100 km/h informado foi de 9,2 segundos e a velocidade máxima, 206 km/h e, pelos cálculos, obtida em 5ª a 5.800 rpm. Vou aproveitar e pedir os números de desempenho do SE 1,6. O leitor deve ler a matéria citada para conhecer bem mais detalhes do Focus.
Atualização – dados de desempenho
No dia 26/6 a Ford informou os dados de desempenho do Focus 2-litros e no dia 30/6, nos chegaram os números do 1,6-L. As duas informações foram reunidas e são:
Com motor 2,0 Direct Flex
Aceleração 0-100 km/h: 9,7 s (G) e 9,8 s (álcool)
Velocidade máxima: 205 km/h (G) e 208 km/h (álcool)
Com motor Sigma 1,6
Aceleração 0-100 km/h: 11,9 s (G) e 11,4 s (álcool)
Velocidade máxima: 176 km/h (G) e 181 km/h (álcool)
Só foi informado o consumo Inmetro, que é:
1,6 – cidade, 10,8/7.5 km/l (G/A) e estrada, 13,6/9,3 km/l (G/A)
2,0 – (SE e Titanium) – cidade, 9,7/6,7 km/l (G/A) e estrada, 13,2/9,s km/l (G/A)
Itens de alta tecnologia
Faróis adaptativos – quando o interruptor de luzes é colocado na posição Auto, o facho alto dos faróis se ajusta segundo a velocidade, a partir de 30 km/h. Entre esta e 50 km/h, o facho é mais largo e curto, para iluminação na cidade, com maio cobertura lateral. De 50 a 110 km/h o facho é alongado, para iluminar a estrada. E acima de 100 km/h o alcance é máximo. Para melhor visibilidade nas curvas, o sistema dinâmico ajusta os faróis conforme o ângulo do volante e velocidade do veículo. Há também a luz auxiliar em curva, um facho extra lateral pelo farol de neblina em velocidade de até 40 km/h quando o volante é girado ou há acionamento da seta. De 41 a 70 km/h, este comando é pela seta somente.
Assistente de frenagem autônomo – é operado por sensor óptico que monitora continuamente o tráfego à frente e reduz a velocidade do veículo ao detectar uma colisão iminente. Nessa situação o freios são pré- carregados e entram em ação se o motorista não esboçar reação. Até 50 km/h o carro reduzirá velocidade mas a colisão não será evitada, apenas os danos serão menores. A até 20 km;h, porém, o carro parará completamente e a tempo de não bater. O sistema pode ser desativado pelo motorista.
Esse sistema funciona por meio do sistema Lidar, sigla em inglês para detecção e medição de distância pela luz. A distância do objeto é medida pela diferença de tempo entre a emissão de um pulso laser e a detecção do sinal refletido, como no radar, que usa onda de rádio. Para a detecção são usados elementos reflexivos da traseira do veículo à frente, como placa, lanterna, 3ª luz de freio e refletores de pára-choque. Porém, com pouca área de reflexão, como pedestres, ciclistas e motociclistas, podem não ser detectados, como portões, paredes e outros obstáculos. Um vidro de pára-brisa sujo pode prejudicar a emissão da luz.
Controle de estabilidade – o novo sistema AdvanceTrac engloba várias funções que ajudam o motorista a manter o controle e a estabilidade do veículo em diferentes condições de rodagem: controle eletrônico de estabilidade e tração, controle de torque em curvas, aviso de pressão baixa dos pneus, assistente de partida em rampas, assistência de frenagem de emergência e luz de freio piscante em frenagens bruscas.
O controle eletrônico de estabilidade inclui uma nova função, o sistema de estabilidade preventivo. Como o nome diz, ele age preventivamente quando dados do veículo indicam que ele está no limite para derrapar, acionando o ABS para fazer o acerto adequado da trajetória. Ele monitora três variáveis: velocidade do carro, posição do volante e velocidade com que o volante é girado.
Não é um sistema reativo. Ele entende quando uma manobra é fora do normal e age para a sua correção, antes mesmo de o motorista perceber que está derrapando, garantindo maior estabilidade em manobras como as de evasão.
Já o controle de torque em curvas, ou vetoração por torque, equilibra e otimiza continuamente a distribuição de torque nas rodas e melhora a tração nas curvas através da aplicação dos freios, reduzindo a saída de traseira.
O aviso de pressão baixa dos pneus é outro recurso importante para garantir o desempenho do veículo, tanto nos aspectos de eficiência e segurança como de economia, ajudando na manutenção da calibração correta. A constatação de menor pressão é fornecida pelo ABS ao perceber uma roda girando mais que as outras.
Chave programável MyKey – Outra novidade do hatch é a chave programável MyKey, tecnologia voltada para a segurança que permite limitar as condições de uso do veículo. Com ela, é possível limitar a velocidade máxima, o volume do sistema de áudio (a 45%), disparar alerta de limite de velocidade e manter sempre ligados os avisos de uso dos cintos de segurança, de nível baixo de combustível e sistemas de assistência ao motorista, como sensores de estacionamento e controle de tração. O recurso pode ser usado, por exemplo, quando o carro for dirigido por motoristas sem experiência ou entregue a manobristas.
Não há dúvida que o novo Focus ficou mais interessante e será um contendor de peso na segmento dos hatchbacks médios, tendo todos os argumentos para sustentar a liderança sobre seu arqui-rival Golf.
BS