A Volkswagen AG, a Fiat S.p.A. e o acionista controlador da Fiat contestaram matéria de hoje publicada por uma revista alemã sobre as empresas estarem conversando sobre uma possível fusão. A Volkswagen teria procurado a concorrente Fiat para tratar do assunto, publicou nesta quinta-feira em seu site a revista alemã Manager, falando em fontes mas sem revelá-las.
O presidente do conselho da VW, Ferdinand Piëch, que é membro da família que controla a fabricante alemã, tem tido várias conversas com sócios e membros da família Agnelli, que controla a Fiat, disse a revista. Todavia, um porta-voz da VW disse hoje que a empresa atualmente não tem aquisições de outras fabricantes na sua agenda, pois o foco agora é aumentar a eficiência do grupo.
A Fiat não teve nenhuma conversa com a Volkswagen sobre uma fusão potencial, declarou um porta-voz. E a Exor, a holding que controla a Fiat com 30% das ações, não conversou com a VW a respeito de fusão, disse um porta-voz da Exor à Reuters.
Segundo a matéria da revista, a família se concentraria na Ferrari e sairia quase que completamente do negócio de automóveis, enquanto o grupo Chrysler poderia ficar ajudando a VW nos EUA.
A matéria provocou subida das ações da Fiat em até 5,1%, para 7,99 euros, o maior ganho num dia desde 2 de janeiro. As ações da VW chegaram a cair 2,4%, para 184,65 euros. A fabricante alemã é avaliada em 88 bilhões de euros, enquanto a Fiat vale 9,9 bilhões de euros. “Consideramos as notícias realistas,” disse Gabriele Gambarova, analista do Banco Akros, em Milão.
“A Volkswagen tem pressa de ser a fabricante global nº 1, e uma aquisição desse vulto a faria atingir esse objetivo imediatamente,” disse Juergen Pieper, analista da Casa Bancária Metzler, de Frankfurt. “Mas o interesse na Fiat em si é algo irrealista e levaria a muitos problemas,” incluindo as dificuldades da Fiat na Europa e problemas antitruste potenciais na América do Sul.
Obstáculos ao negócio
Há vários obstáculos a qualquer negócio, inclusive finanças e estratégias divergentes tanto da Fiat quanto da Volkswagen, disse a revista. A Fiat está terminando uma fusão com o Grupo Chrysler, o que inclui ter ações na Bolsa de Nova York. Uma fonte da Fiat disse à Automotive News Europe que a empresa não tem conhecimento de nenhuma reunião entre seus acionistas e diretoria com representantes do Grupo VW. O Wall Street Journal, citando duas pessoas inteiradas da situação, também publicou que não há conversações em andamento.
Um fonte contou ao Journal que a família Agnelli escolheu incorporar a Fiat Chrysler Automobiles — empresa a ser formada com a fusão formal da Fiat e da Chrysler ainda neste ano — na Holanda para tirar partido da lei holandesa que contempla as ações sem direito a voto de uma empresa. Tais regras tornarão mais fácil à família Agnelli controlar a FCA, disse o Journal.
Piëch e o presidente executivo da Fiat, Sergio Marchionne, tiveram altas discussões em público não faz muito tempo. Marchionne convidou a Volkswagen para uma apresentação prévia do Salão de Paris de 2012 depois de se irritar com comentários do presidente do conselho da VW no cargo há anos. Piëch em várias ocasiões expressou vontade de comprar a marca Alfa Romeo, que Marchionne quis manter para a Fiat. (Automotive News Europe com /contribuição da Bloomberg)