Mercedes prepara com esmero alemão seu produto de topo esportivo, o AMG GT, sucessor do SLS. Muda tudo. É menor, mais baixo, e abandonou o charme identificador com o mítico 300 SL dos anos cinquenta, — portas abrindo para cima —, os Gull Wing, aqui ditos Asa de Gaivota — cinco unidades no país concedem a intimidade … Surgimento marca nova geração de motores V-8, menores, mais leves, dois turbos alojados no berço do “V”.
Novo produto foca no Porsche 911 Turbo S como concorrente, objetivo visualmente perceptível com o recuo da cabine e as linhas da traseira, mescla do estilo do concorrente e do Asa de Gaivota. Coluna do dia 10 o detalhará. Por enquanto, motor.
Motor
É a nova geração de veoitos da Mercedes. Materiais e ganhos de tecnologia, como as camisas endurecidas por tratamento Nanoslide, duas vezes mais duras, e polidas individualmente em função de cada pistão forjado. Isto permite completo ajustamento, garantindo menor atrito, menor consumo de óleo lubrificante, mais potência, torque e, em contraposição, redução de consumo de combustível e emissões, como mandará a regra Euro 6, próximo ano. Substitui o engenho anterior, em seu pico, de 5,5 litros e biturbo que fazia 525 cv.
Época curiosa. Quem sugere novos produtos, conformações, morfologia, são os advogados. Conhecedores da cada vez mais dura e restritiva legislação, e prospectores das exigências ainda a surgir, aconselham peremptoriamente: se não houver mudança, a marca será multada, penalizada, perderá mercado. Esta última palavra tem mágico poder, e toda a grei ligada no negócio, engenheiros, administradores, economistas, auditores de custos entram a fazer o melhor com menos e para durar o máximo tempo possível de enquadramento na legislação. Área de marketing projeta aplicações, onde irá, tipo de trabalho a fazer. Puxará o Classe S do banqueiro? Equipará táxis? E para o GT com produção incentivada? Atende à ordem maior do mandão-mor, o presidente executivo da empresa apontando caminhos para assumir liderança mundial em três anos?
Engenheiros respondem à nota jurídica com competência. O novo 4,0 é poderoso, inovador, eficiente. E começará carreira no esportivo AMG GT.
Papo de graxa
Dos oito cilindros, diâmetro x curso 83 x 92 mm, válvulas, injeção direta de gasolina no ar insuflado motor a dentro por dois compressores alojados no berço do “V” a 90 graus, saem até 510 cv. Pensando no casamento com o automóvel, engenheiros tiraram o cárter de chapa, substituíram por placa de plástico, e deslocaram os 12 litros de óleo sintético para recipiente externo.
Uma bomba suga o óleo, outra o pressiona. Ciclo passando por radiador é de 250 litros/hora.
Sem cárter baixou o motor 5,5 cm,ganhou aderência e estabilidade, implementou comportamento esportivo do novo automóvel.
Bloco vazado em liga leve, subcárter em alumínio, cabeçotes em zircônio, o M178, designação interna da AMG, pesa apenas 209 kg sem fluidos.
Razão de compressão 10,5:1, pressão de injeção 130 bar e dos turbos, máximos 1,2 bar. Na operação o motor pode emitir ronco marcante e personalizado à escolha do condutor, regulando abertura de flapes, conduzindo os gases por passagens mais curtas no silenciador.
O motor é produzido na Mercedes-Benz, montado na AMG em Affalterbach. Pela regra “um homem, um motor” cada unidade é montada por um engenheiro, assinando-a — 2,5 motores/dia/homem.
Expectativa sobre o GT, plataforma do SLS reforçada em aço de elevada resistência e muito alumínio para conter peso final a 1.500 kg. Preço projetado US$ 120.000.
Charme e T grande no Suzuki Swift Sport
Para agradar revendedores e ter produto referencial na marca, Suzuki iniciou importar do Japão modelo Sport da linha Swift. Nada a citada linha, mas admirável conjunto em dinâmica, segurança — cinco estrelas no teste Euro NCAP — decoração e composição agradáveis.
Hatch de cinco portas, bancos esportivos, ergonomia privilegiada por formato e regulagens para instalar-se e aproveitar o conjunto mecânico liderado por motor 1,6, quatro cilindros, duplo comando com variador de fase no de admissão, 16 válvulas, tubulação de admissão com dois roteiros, produzindo 142 cv e 17 metros por quilogramas-força de torque. Tudo bem harmônico e ajustado ao câmbio manual de seis marchas. Suspensão frontal McPherson, amortecedores com molas embutidas, traseira por eixo torcional e buchas de borracha inteligentes, freios a disco nas quatro rodas. Mais eletrônica de ABS, EBD, e estabilizador eletrônico ESP. Seis bolsas de ar. Plataforma leve, em aços diferentes em função dos pontos de resistência, pesa surpreendentes poucos 1.065 kg.
A relação entre baixo peso, elevada potência pela cilindrada, bom torque, embreagem e relações de marcha bem casadas, o automóvel responde calorosamente.
Importado do Japão, permitiu versão R desenvolvida no Brasil. No visual, teto e capas de espelhos pintadas em cores contrastantes; conforto e operação por sensor de ré. Dinamicamente, ganha muito com rodas em aro 17” de liga leve e pneus P Zero 215/45, pintura preto fosco, desenvolvidas especialmente para se casar e abrigar as pinças de freio. Rendimento surpreendente em aderência e freios, conduzido no recortado Autódromo Velo Città. O eixo traseiro, apesar de rígido com torção limitada, possui buchas deformáveis em borracha e, assim, permite-se mudar a convergência de acordo com as curvas. Os freios são poderosos, e o conjunto oferece muita satisfação em conduzir. O motor é esperto abaixo das 4.000 rpm, e muito esperto acima delas, permitindo abusos próximos ao corte às 7.000 rpm.
Cinco portas, cinco lugares com apoio de cabeça, porta malas pequeno, dimensionado ao uso, estepe temporário interno.
É carro de nicho, com vendas inicialmente desenhadas em 100 unidades/mês — destes, 15% em versão R. Mas a tabela de preços ante seus concorrentes — veja abaixo —, pode permitir surpresas com vendas maiores. Afinal, vendê-lo bem será a contrapartida à demanda dos 53 revendedores — e critério depurativo.
Luiz Rosenfeld, engenheiro, presidente, partícipe do desenvolvimento da versão R, informa, o Sport inicia processo de aceleração da marca, abrindo a fila das novidades.
É agradavelmente esperto para uso diário, estabilidade surpreendente, ótimos freios, motor sempre disposto, em especial se for usado nas rotações mais altas. Automóvel para quem gosta de dirigir e aproveitar seu insuspeitado potencial de oferecer prazer.
Mercado
Tipo | Motor cm³ | Potência/cv | Torque m·kgf | Peso/pot.kg/cv | Preço R$ |
Suzuki Swift Sport | 1.600 Asp. | 142 | 17 | 7,5 | 74.990 |
Audi A1 | 1.400 Turbo | 122 | 20,4 | 9,5 | 91.700 |
Mini | 1.500 Turbo | 136 | 23,5 | 8,6 | 89.950 |
Citroën DS3 | 1.600 Turbo | 165 | 24,5 | 7 | 86.990 |
Volkswagen Golf | 1.400 Turbo | 140 | 25,5 | 8,7 | 67.790 |
Suzuki Swift Sport R | 1.600 Asp. | 142 | 17 | 7,5 | 81.990 |
RODA-A-RODA
Freio – Crise com Ucrânia impacta mercado interno russo. Vendas caíram 45% últimos dois meses. GM no país sofreou produção de Chevrolet Cruze e Trailblazer, e Opel Astra a apenas quatro dias em agosto e setembro, oito em outubro.
Panacéiia – Ante a consequência capitalista para a crise montada por resquícios totalitários, governo promete incentivos para recuperar vendas.
Preparo – Jeep, marca da FCA, prepara rede de revendedores para distribuir o Jeep Renegade, de produção a iniciar-se este ano em Goiana, PE. Hoje possui 43 concessionários. Prefere os atuais operadores Fiat.
Questão – O empreendimento Fiat do início das tratativas, terá marcas diferentes saindo pelo mesmo portão, resultado do redesenho comercial da empresa ao absorver a Chrysler, deixar de ser italiana, mudar nome para FCA.
Varejo – Cada marca negócio diferente. A primeira leva de produtos — o Renegade, picape de dimensões superiores ao Strada, e utilitário esportivo — terão a marca e distribuição por concessionários Jeep.
Gás – Fiat bota pilha na rede Fiat, levou 100 concessionários em visita pioneira às instalações. Prefere instigá-los à nova marca.
Outro – MMC, fabricante de Mitsubishis, colocará em linha o sedã Lancer. Exibe e venderá no Salão do Automóvel, outubro.
Certo – Fiat confirmou a antecipação, pela Coluna, do novo Uno, a ser lançado semana próxima, conter o mecanismo Start/Stop. Deveria se chamar Stop/Start, pois desliga o motor após poucos segundos em imobilidade e em ponto-morto. Para sair, basta pisar na embreagem, e o motor volta a funcionar. Economia grande.
Local – Nissan abriu estúdio de design no Rio de Janeiro: abrasileirar estilo e materiais. Inclui-se no objetivo de atingir 5% do mercado nacional até 2018, bem adequando produtos ao mercado, materiais, custos nacionais, gostos.
Questão – A fim de diesel em automóveis? Mais um passo nesta seara. No 11º. Fórum SAE Brasil de Tecnologia de Motores Diesel, Curitiba, 2 e 3.setembro. Luso Ventura, ex-engenheiro-chefe da Mercedes-Benz e devotado ao tema, mostrará resultados de um ano de trabalho pela ideia através do projeto Aprove Diesel.
Ducati – Quarta motocicleta da marca montada em Manaus, a Panigale 1199 justifica preço elevado pelo rótulo de marketing e prêmios recebidos em design.
E – 1,2-litro, 2 cilindros em L, 8 válvulas por comando desmodrômico — sistema impede flutuação —, 195 cv, relação peso-potência de 1,19 kg/cv. R$ 72.900 a R$ 100.000 na versão Senna.
De novo – Ford exuma modelos F-350 e F-4000, inexplicavelmente tirados de produção. Voltam com motor para trabalho, Cummins, 2,8 litros, 150 cv, Euro 5. Diferem em comprimento, rodado traseiro, respectivos simples e duplo —; capacidade de carga PBT e preços 4,5 t e 6,8 t, R$ 117.290 e R$ 133.290.
Futuro – Avaliação de Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave, federação dos revendedores autorizados; Sérgio Reze, ex, e Mauro Sadi, ex-condutor da Assobrav, grêmio de revendedores VW: mercado pode vender no segundo semestre 5% mais que no primeiro. Assim, 3% abaixo dos números de 2013.
Tecnologia – Embrapa Biotecnologia assinou acordo de cooperação com o Centro Mundial de Agroflorestas. Buscam cultivos alternativos para combustíveis agrícolas. Programa patrocinado pela ONU inicia com US$ 35M — uns R$ 77M — para pesquisas sobre a macaúba, palmeira brasileira.
Integração – Começa no Piauí e visa mesclar produção de alimento e geradores de combustível por pequenos agricultores integrando-os ao Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel, PNPB. Hoje os cocos da nativa macaúba são vendidos como carvão. Como combustível, R$ 0,45 o quilograma.
Salva-vidas – Projeto Waves for Water acompanha o Rally dos Sertões, maior prova da especialidade, em Goiás e Minas, 23 a 30 agosto. Pilotos distribuirão 150 kits de purificação da água, servindo 7.500 pessoas. Básico nas dobras do interior onde as promessas passam e os problemas, como água, ficam.
Estrela – Recall não escolhe marca. Agora, cinco unidades de Mercedes-Benz SL e SLK, fabricados entre março e maio de 2014, chamadas à troca do módulo eletrônico da bolsa de ar do passageiro. Tens? Confira: 0800 970 9090 ou www.mercedes-benz.com.br.
Tempo – GM colocou em suspensão 930 metalúrgicos, 17% do capital humano da velha fábrica de São José dos Campos, SP. Sindicato local, por meio do presidente Antônio Ferreira de Barros, reinvidicou à presidente Dilma Rousseff Medida Provisória garantindo estabilidade ao emprego nas empresas incentivadas.
Variação – Eduardo Souza Ramos, produtor de Mitsubishis, amplia negócios. Na fazenda onde implantou o autódromo Velo Città, homologado pela FIA, cria gado Red Ancho, cruza genética entre inglês Angus e japonês Wagyu… E engarrafará água mineral.
Memória – Como não saiu o museu prometido ainda em vida a José Froilán González pelo governador da província e prefeito de Arrecifes, terra natal do campeão argentino, a Fundação Lory Barra assumiu: vai abrigá-lo em seu prédio em San Isidro, beiradas de Buenos Aires. Arrecifes dançou.
Gran Pepe – Apelido de González, primeiro piloto a vencer com Ferrari, vice-campeão mundial em 1954, e o único sul-americano a vencer a 24 Horas de Le Mans. Faleceu ano passado aos 92. Sujeito respeitado e querido.
Tanque – Oficina Brasil alerta: andar com tanque na reserva e rodar com poucos litros prejudica motor — e bolso. Resíduos acumulados no baixo nível estragam bicos injetores, não refrigeram a bomba de combustível, podendo queimá-la.
$$$ – Antônio César Costa, consultor, sugere, para evitar danos e gastos, encha o tanque quando baixar; ¼ da capacidade é medida mínima.
Gente – Henrique Erwene, antigomobilista, passou. OOOO Construtor
do modelo físico da logo do Salão do Automóvel, da réplica Fera do Jaguar XK 120, dedicado mantenedor da memória do Karmann-Ghia. OOOO
No Brasil, diesel começou com Mercedes Com Philipp Schiemer, presidente, e Luso Ventura, ex-engenheiro-chefe e defensor do acesso ao motor diesel, presentes ao 11º. Fórum da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), acima mencionado, a Mercedes-Benz vai com cadastro à reunião lembrar o DNA da companhia.No Brasil, no capítulo tecnologia, implantou marcos e novidades: em final de 1955 encomendou à Sofunge, fundidora privada, em São Paulo, a feitura do primeiro motor. Coisa fácil não fosse caminho pioneiro. Então, todos os motores eram importados, e teóricos do caos diziam ser impossível vazar seus blocos em países tropicais. Não era. O bloco ficou pronto em novembro e em janeiro tracionava o primeiro caminhão LP 312, com velas de aquecimento, seis cilindros, 100 cv.Outro marco de relevo foi de coragem de tecnologia, independência e viabilidade, ao iniciar construir os ônibus monobloco. Armados como aviões de estrutura resistente, foi o primeiro nacional de uma nova geração, com emprego do motor na traseira, menor altura chassis-solo, rodar mais confortável que os similares construídos sobre chassis de caminhões, um diferenciador ao uso em estradas asfaltadas.Da Mercedes brasileira, anos 1980, o motor Diesel desenvolvido pela equipe do citado Luso, apto a queimar álcool. Ainda nesta trilha, a coragem de quebrar um paradigma — o controle eletrônico da injeção nunca seria aceito pelos mecânicos e operadores brasileiros.Fez, deu um susto no mercado, forçando a adequação ao ganho tecnológico. Posteriormente ajustou as características operacionais dos motores para uso do diesel com adição de biocombustível. Muito a contar.
RN