Caro leitor e ou leitora,
Uma das características do Ae é que também adoramos carros clássicos. Já faz um tempo que estávamos tentado viabilizar uma série exclusiva com carros que deixam saudades em todos nós. E agora conseguimos o apoio do Box 54 para iniciar essa série. E esse apoio não vai parar aí. Reserve a data de 5 de dezembro na sua agenda que estamos preparando um evento especial junto com o Box 54. Curtam a primeira matéria com o AK e o BS dirigindo a bella macchina da Alfa Romeo e o texto do AK.
Ae/PK
AE CLÁSSICOS: ALFA ROMEO SPIDER 2000 VELOCE
Fazia um mormaço daqueles. O ar estava denso, parecendo pressionado pelas carregadas nuvens cinza escuro que acobertavam todo o céu.
O primo Paulo ajustava as câmeras de vídeo no Alfa Romeo Spider, enquanto o Bob e eu esperávamos sentados no pequeno conversível de 1972. E foi quando as nuvens abriram uma brecha e por ela vieram inclementes raios solares que de tão ardidos parecia que estávamos sob a mira de uma lente gigante. O suor brotava de nossas testas e, curiosamente, o Bob e eu não ligávamos a mínima para o calorão. Sabíamos que em poucos minutos partiríamos acelerando o Alfa e voltaríamos a sentir a tão gostosa e refrescante ventania que os conversíveis proporcionam na estrada; vento borbulhante vindo de todo lado.
Ah! Como é bom sair desses carros modernos, verdadeiros casulos protetores, climatizados, filtrados, despolinizados, silenciosos, automatizados, com controles e avisos disso e daquilo, que de tantos cuidados dão a entender que o motorista ali sentado é um ser que precisa de ajuda para que guie direito. Bah! Como é bom pegar um carro que deixa claro que para o bem ou para o mal quem está no total comando sou eu, ou o amigo Bob, que toca à moda como ninguém. Não quero controles externos para a guiada do Bob, vixe!, e nem para a minha. A gente sabe se cuidar, muito obrigado. Que deixem essa sangüínea belezinha conosco, que a gente sabe cuidar dela.
Cada coisa na sua hora e lugar. Para o trânsito urbano nada melhor que um moderno casulo protetor, mas para aquele lugar, hora e companhia nada melhor que um bom esportivo conversível das antigas.
O Paulo cuidou da filmagem, direção e edição a ponto de tornar, a meu ver, redundante me estender na escrita. Esperamos que o leitor passe bons momentos assistindo.
Mas para completar, aqui vão algumas informações sobre o modelo e dados técnicos das versões que o modelo oferecia naquele ano de 1972.
Sua história começa em meados dos anos 1950, quando, principalmente para atender a demanda do mercado americano, a Alfa Romeo encomenda aos estúdios Bertone e Pininfarina desenhos para uma versão conversível do cupê Giulietta Sprint, cujo desenho era da Bertone. Venceu a Pininfarina. Seu conversível foi inspirado no Lancia Aurelia B24, um belíssimo e ótimo conversível esportivo, porém mais potente, refinado e caro; portanto, menos acessível. Vale lembrar que na Itália os conversíveis esportivos são comumente chamados de spider.
E assim, no Salão de Turim de 1954 é apresentado o Alfa Romeo Giulietta Spider, que imediatamente encanta e passa a fazer parte dos sonhos dos autoentusiastas da época. Os jovens de então eram mais românticos e se satisfaziam com menos aparafatos. Para eles bastava um esperto conversível de dois lugares e uma bela e alegre moça ao lado para que seus mais lindos e profundos sonhos se realizassem. Para o Romeu, a Giulietta. O motor de 1,3 litro, duplo comando, produzia pouco menos de 70 cv líquidos e isso lhes bastava. De 1955 a 1962 foram produzidos e vendidos mais de 17.000 exemplares do Spider, números expressivos para a época.
Foi substituído pelo Giulia Spider, que no geral era o mesmo conversível, só que o motor, que mantinha a mesma tradicional configuração, tinha maior cilindrada, agora 1,6 litro, que, por conseguinte, oferecia maior desempenho. Sua potência subira para 92 cv (líquidos) a 6.200 rpm. Entre 1962 e 1965 mais de 10.000 exemplares saíram às ruas para realizar os sonhos de milhares de autoentusiastas, coisa que continua fazendo até os dias de hoje.
Para substituí-la veio o modelo que tivemos o prazer de guiar/pilotar. Desenho Pininfarina, último projeto chefiado pelo genial fundador do estúdio, Battista Pinin Farina, que faleceu um mês após o Duetto — o primeiro nome dado a este conversível — ser lançado no Salão de Genebra de 1966.
Nota: o conversível foi chamado de Duetto até o final de 1969, quando, após seu desenho receber um corte vertical na traseira — coda tronca — passou a ser chamado de Spider. A traseira do Duetto, com o formato de “charutinho”, era o que imperava nos esportivos e carros de corrida da década de 1950. Era o aerodinâmico da época, a fluidez. Assim é a traseira do Jaguar E-type – cujo design veio do D-type, o Jaguar de corridas vencedor de Le Mans –, assim como é a do Alfa Romeo Giulia Sprint Speciale, por exemplo; dois belíssimos representantes de um conceito de design. Em seguida o antigo conceito, da década de 1930, aerodinâmico de Wunibald Kamm — que preconiza que uma traseira cortada na vertical diminui o arrasto aerodinâmico — voltou à tona e passou a ser usado. Muitos esportivos passaram a ter sua traseira cortada, vide a do Corvette Stingray, Mustang Mach 1 etc, e a Alfa Romeo modernizou seu conversível cortando sua traseira, o que o deixou tão ou até mais lindo.
Bom, é isso aí. Tratemos logo de ligar o saboroso motor e partir para o passeio.
AK
FICHAS TÉCNICAS
FICHA TÉCNICA ALFA ROMEO SPIDER 1300 JUNIOR 1972 | |
MOTOR | |
Descrição | 4-cil. em linha, longitudinal, duplo comando no cabeçote acionados por corrente, bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio, câmara hemisférica |
Cilindrada | 1.290 cm³ |
Diâmetro e curso | 74 x 75 mm |
Taxa de compressão | 9,0:1 |
Potência máxima líquida | 87 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo líquido | 11,7 m·kgf a 3.200 rpm |
Formação da mistura | 2 carburadores Weber duplos DCOE 28 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | 5 marchas frente mais ré, todo sincronizado, tração traseira |
Relações das marchas | 1ª 3,304:1; 2ª 1,988:1; 3ª 1,355:1; 4ª 1:1(direta); 5ª 0,860:1; ré 3,010:1 |
Relação de diferencial | 4,555:1 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, triângulo inferior e braço simples superior com tensor longitudinal, mola helicoidal, amortecedor telescópico e barra estabilizadora |
Traseira | Eixo rígido, braço longitudinal, amarração superior, mola helicoidal e amortecedor telescópico |
DIREÇÃO | |
Tipo | Setor e sem-fim, sem assistência |
Diâmetro mínino de curva | 10,7 metros |
FREIOS | |
Dianteiros/traseiros | Disco/disco |
PNEUS | |
Medida | 165SR14 |
DIMENSÕES | |
Comprimento/largura/altura | 4.120/1.630/1.290 mm |
Entre-eixos | 2.250 mm |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto | 0,45 |
CAPACIDADES E PESO | |
Porta-malas | 300 litros |
Tanque de combustível | 46 litros |
Peso em ordem de marcha | 990 kg |
DESEMPENHO | |
0 a 100 km/h | 13,7 segundos |
Velocidade máxima | 166 km/h |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
V/1000 em 5ª | 30,1 km/h |
Rotação a 120 km/h em 5ª | 4.000 rpm |
Rotação à vel. máx. em 5ª | 5.500 rpm |
FICHA TÉCNICA ALFA ROMEO SPIDER 1600 1972 | |
MOTOR | |
Descrição | 4-cil. em linha, longitudinal, duplo comando no cabeçote acionados por corrente, bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio, câmara hemisférica |
Cilindrada | 1.570 cm³ |
Diâmetro e curso | 78 x 82 mm |
Taxa de compressão | 9,0:1 |
Potência máxima líquida | 103 cv a 5.500 rpm |
Torque máximo líquido | 14,5 m·kgf a 2.900 rpm |
Formação da mistura | 2 carburadores Weber duplos DCOE 33 ou Dell’Orto duplos C40DDH |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | 5 marchas à frente mais ré, todo sincronizado, tração traseira |
Relações das marchas | 1ª 3,304:1; 2ª 1,988:1; 3ª 1,355:1; 4ª 1:1 (direta); 5ª 0,790:1; ré 3,010:1 |
Relação de diferencial | 4,555:1 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, triângulo inferior e braço simples superior com tensor longitudinal, mola helicoidal, amortecedor telescópico e barra estabilizadora |
Traseira | Eixo rígido, braço longitudinal, amarração superior, mola helicoidal e amortecedor telescópico |
DIREÇÃO | |
Tipo | Setor e sem-fim, sem assistência |
Diâmetro mínino de curva | 10,7 metros |
FREIOS | |
Dianteiros/traseiros | Disco/disco |
PNEUS | |
Medida | 165HR14 |
DIMENSÕES | |
Comprimento/largura/altura | 4.120/1.630/1.290 mm |
Entre-eixos | 2.250 mm |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto | 0,45 |
CAPACIDADES E PESO | |
Porta-malas | 300 litros |
Tanque de combustível | 46 litros |
Peso em ordem de marcha | 1.020 kg |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0 a 100 km/h | 10,7 segundos |
Velocidade máxima | 185 km/h |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
V/1000 em 5ª | 32,8 km/h |
Rotação a 120 km/h em 5ª | 3.650 rpm |
Rotação à vel. máx. em 5ª | 5.640 rpm |
FICHA TÉCNICA ALFA ROMEO 1750 SPIDER VELOCE 1972 | |
MOTOR | |
Descrição | 4-cil. em linha, longitudinal, duplo comando no cabeçote acionados por corrente, bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio, câmara hemisférica |
Cilindrada | 1.779 cm³ |
Diâmetro e curso | 80 X 88,5 mm |
Taxa de compressão | 9,0:1 |
Potência máxima líquida | 111 cv a 5.500 rpm |
Torque máximo líquido | 17,3 m·kgf a 3.000 rpm |
Formação da mistura | 2 carburadores Weber duplos DCOE 40 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | 5 marchas à frente mais ré, todo sincronizado, tração traseira |
Relações das marchas | 1ª 3,304:1; 2ª 1,988:1; 3ª 1,355:1; 4ª 1:1(direta); 5ª 0,790:1; ré 3,010:1 |
Relação de diferencial | 4,100:1 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, triângulo inferior e braço simples superior com tensor longitudinal, mola helicoidal, amortecedor telescópico e barra estabilizadora |
Traseira | Eixo rígido, braço longitudinal, amarração superior, mola helicoidal e amortecedor telescópico |
DIREÇÃO | |
Tipo | Setor e sem-fim, sem assistência |
Diâmetro mínino de curva | 10,7 metros |
FREIOS | |
Dianteiros/traseiros | Disco/disco |
PNEUS | |
Medida | 165HR14 |
DIMENSÕES | |
Comprimento/largura/altura | 4.120/1.630/1.290 mm |
Entre-eixos | 2.250 mm |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto | 0,45 |
CAPACIDADES E PESO | |
Porta-malas | 300 litros |
Tanque de combustível | 46 litros |
Peso em ordem de marcha | 1.040 kg |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0 a 100 km/h | 9,8 segundos |
Velocidade máxima | 190 km/h |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
V/1000 em 5ª | 36,4 km/h |
Rotação a 120 km/h em 5ª | 3.300 rpm |
Rotação à vel. máx. em 5ª | 5.220 rpm |
FICHA TÉCNICA ALFA ROMEO 2000 SPIDER VELOCE 1972 | |
MOTOR | |
Descrição | 4-cil. em linha, longitudinal, duplo comando no cabeçote acionados por corrente, bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio, câmara hemisférica |
Cilindrada | 1.962 cm³ |
Diâmetro e curso | 84 X 88,5 mm |
Taxa de compressão | 9,0:1 |
Potência máxima líquida | 131 cv a 5.500 rpm |
Torque máximo líquido | 18.5 m·kgf a 4.500 rpm |
Formação da mistura | 2 carburadores duplos Solex C40DDH-5 ouDell’Orto duplos DHLA40 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | 5 marchas à frente mais ré, todo sincronizado, tração traseira |
Relações das marchas | 1ª 3,304:1; 2ª 1,988:1; 3ª 1,355:1; 4ª 1:1(direta); 5ª 0,790:1; ré 3,010:1 |
Relação de diferencial | 4,100:1 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, triângulo inferior e braço simples superior com tensor longitudinal, mola helicoidal, amortecedor telescópico e barra estabilizadora |
Traseira | Eixo rígido, braço longitudinal, amarração superior, mola helicoidal e amortecedor telescópico |
DIREÇÃO | |
Tipo | Setor e sem-fim, sem assistência |
Diâmetro mínino de curva | 10,7 metros |
FREIOS | |
Dianteiros/traseiros | Disco/disco |
PNEUS | |
Medida | 165HR14 |
DIMENSÕES | |
Comprimento/largura/altura | 4.120/1.630/1.290 mm |
Entre-eixos | 2.250 mm |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto | 0,45 |
CAPACIDADES E PESO | |
Porta-malas | 300 litros |
Tanque de combustível | 46 litros |
Peso em ordem de marcha | 1.040 kg |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0 a 100 km/h | 8,7 segundos |
Velocidade máxima | 195 km/h |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
V/1000 em 5ª | 36,4 km/h |
Rotação a 120 km/h em 5ª | 3.300 rpm |
Rotação à vel. máx. em 5ª | 5.220 rpm |