Na distribuição dos Audi que recebemos para acompanhar os nossos leitores no II Passeio AE em 27/11, fui premiado com o TTS Roadster. Como o período foi muito curto, não houve tempo para uma avaliação completa. Mas o tempo foi suficiente para algumas (boas) impressões. E não custa lembrar que o Bob já fez a avaliação do TT Cupê.
Seus 286 cv provém de um pequeno motor 4-cilindros turbocomprimido de 1.984 cm³; são 144 cv/l. Essa potência máxima não vem num pico de rotação, mas ocorre num platô que vai de 5.300 a 6.200 rpm. O torque máximo compreende outro platô, bem mais amplo, de 1.800 a 5.200 rpm, quando entrega nada menos 38,7 m·kgf. O resultado prático, o que você sente no pé direito, é que seja lá qual for o regime de giros, basta uma acelerada que lá vem patada.
O TTS Coupé, que é 85 kg mais leve que o Roadster, que pesa 1.450 kg, faz o 0 a 100 km/h em 4,7 segundos, segundo a fabricante, portanto é certo que o Roadster o faz em menos de 5 segundos. Mas esse dado é só uma referência para o leitor. O que mais impressiona e dá um enorme prazer é como ele vai rápido dos 120 aos 200 km/h.
Vale dizer que sua aerodinâmica é excelente, pois já que sua velocidade máxima é limitada a 250 km/h, o que ele precisa mesmo é de correta downforce, a força aerodinâmica descendente, e nota-se isso com clareza: quanto mais aumenta a velocidade, mais se sente o carro sendo equilibradamente achatado de encontro ao solo.
Esse tropel de cavalaria que vem com a acelerada seria até um “problema” não fosse o TTS ter tração integral. Em saídas de curva é possível acelerar bem antes e com mais intensidade do que se faria se a tração fosse num só eixo. Sendo assim, dirigi-lo na pista é um aprendizado; buscam-se limites que antes pareciam impossíveis. Que há limite, claro que há, mas ele está num patamar acima, uma região que eu ainda não conhecia e à qual é preciso adaptação. Os quatro pneus 235/35R19 ajudam nisso.
Mas essa fase não é nada “assustadora”. Os freios não são nada menos que excelentes. A disco ventilado nas quatro, enormes, 312 mm na frente e 300 mm atrás, incansáveis, freiam barbaridade. E nas curvas o carro é perfeitamente equilibrado, com só pequena tendência em sair de frente quando começa a perder aderência por excesso de aceleração — coisa trivial de controlar para quem está acostumado com carros de tração dianteira, basta aliviar com suavidade a aceleração. De qualquer modo, o TTS Roadster é bom amigo e com antecedência avisa claramente o que pretende fazer, o que dá tempo de sobra para agir em termos de comandos.
Eu o defino como um canhãozinho obediente — uso o diminutivo por haver um irmão maior na família Audi, o R8, o canhão obediente. Mas, cá entre nós, eu não me sentiria nada diminuído se tivesse que ter o menor.
Os curtos três dias em que ele foi meu foram bem aproveitados. Uma viagem ao litoral norte, cuja volta, tarde da noite, estrada vazia, sozinho subindo a serra que vai de Bertioga a Mogi das Cruzes, capota arriada, vai ficar na memória como das mais prazerosas que já fiz. Nada de loucuras — somente subida rápida e consistente, desenhando as curvas, como diz o amigo Bob — e com tempo para refletir; sendo que uma dessas reflexões resultou no reforço do que considero meu tipo ideal de carro: baixo, potente, leve, agarrado ao chão e… conversível.
O Audi TTS Roadster se encaixa perfeitamente nesse ideal. Parece que a Audi o fez sob minha encomenda. Obrigado, Audi! E, por favor, aproveite e diga ao TTS Roadster amarelinho que a nossa conversa ainda não acabou.
AK
Vídeo do TT com o BS em Interlagos