Tricampeão mundial lidera bolsa de apostas. Vettel e Kimi podem estragar a festa. Bottas precisa mostrar serviço.
Disputa mais acirrada do Campeonato Mundial de F-1, o título de pilotos é a principal atração da categoria, ainda que o equipamento restrinja as chances de pilotos consagrados. Dentro desse panorama, Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen são os principais candidatos a repetir a façanha que todos três já conquistaram. Hamilton foi o melhor em 2008 (McLaren-Mercedes), 2014 e 2015 (AMG-Mercedes) e terminou o ano passado atrás apenas de Nico Rosberg. Vettel despontou com a primeira com a parceria Red Bul-Renault como sucessor de Michael Schumacher e dominou quatro temporadas consecutivas, de 2010 a 2013. Räikkönen triunfou em 2007 pela Ferrari, quando teve uma boa ajuda de Felipe Massa.
O desempenho dos AMG-Mercedes W08 e Ferrari SF70H durante os treinos livres realizados em Barcelona mostraram que esse trio e Valtteri Bottas, que tem sua primeira grande oportunidade na F-1, deverão disputar as primeiras posições com frequência. Como o poder de fogo de cada piloto tem tudo a ver com o desempenho do seu carro, os nomes que deverão subir vez ou outra no pódio são os de Daniel Ricciardo, Max Verstappen e Felipe Massa. Veja a seguir uma breve análise de cada um dos 20 pilotos que disputam a temporada deste ano.
Lewis Hamilton não foi o mais rápido nos oito dias de provas livres na Espanha, ficando com o quarto melhor tempo, mas sua experiência, o fato de dominar o ambiente de sua equipe e impor seu estilo de vida justificam sua condição de favorito ao título.
Sebastian Vettel despontou como novo Michael Schumacher e até trocou a Red Bull pela Ferrari para imitar seu compatriota. Até agora o preço foi alto demais: a Scuderia não lhe entrega um carro campeão e ele se deixa abater pela cotidiano dos italianos.
Verdadeiro Tio Patinhas no que se refere a emitir frases, Kimi Räikkönen esbanja longevidade na F-1. As disputas mais calientes com Valtteri Bottas do passado recente tendem a ficar mais quentes ainda com o novo equipamento do seu conterrâneo.
Depois de uma frustrada transferência para a Ferrari, em 2016, Valtteri Bottas tem sua primeira grande chance na F-1 ao herdar a vaga criada por geração espontânea pela aposentadoria precoce de Nico Rosberg. Arrojo é sua arma para se impor na categoria.
Após uma aposentadoria tão breve quando festejada, Felipe Massa negociou bem o convite para retornar à Williams. Se os muitos milhões de dólares que a família Stroll investe na equipe não exigir absurdos, Massa pode ser a boa surpresa da temporada.
Para o estreante canadense Lance Stroll, a primeira fase da temporada deverá servir para acalmar seu ímpeto e descobrir até onde o piso da F-1 dá pé para ele nadar nas ondas que um orçamento praticamente infinito pavimentou sua carreira nas categorias inferiores.
O sempre sorridente Daniel Ricciardo terá um ano difícil à frente: rápido, midiático e dedicado, ele precisa terminar o ano como melhor classificado da Red Bull para confirmar que é realmente um candidato ao título quando o carro corresponder.
Em sua terceira temporada, mais maduro e experiente, Max Verstappen dá o passo definitivo em direção à maioridade na categoria. Arrojado e destemido, ele será um dos que se destacará com a maior estabilidade garantida por asas e pneus maiores.
Sérgio Pérez esteve perto de deixar a Force India, mas acabou ficando onde está desde 2014, após passagens pela Sauber e McLaren. Em 2017 terá que provar seu valor, mais uma vez, em uma equipe que faz milagres com orçamento apertado.
Após disputar meia temporada a bordo de um carro sem condições mínimas de competitividade, o francês de origem catalã Estebán Ocón pode virar herói se chegar à frente de seu companheiro de equipe. Se chegar atrás, será consequência da sua inexperiência.
Após um conturbado período de acidentes, Romain Grosjean se firmou como um piloto sério e equilibrado. Ele garantiu todos os pontos da sua equipe no ano passado e ganhou prestígio, mas corre o risco de perder o trem do sucesso se o carro não ajudar a voar mais alto.
O polêmico Kevin Magnussen tem sua terceira chance na F-1, algo raro em uma categoria cruel com quem não corresponde. Não será difícil que ao final da temporada ele volte a ter que procurar emprego em outras paragens, tal como aconteceu com seu antecessor na Haas.
Quem também joga cartada decisiva é Nico Hulkenberg, há tempos apontado como futuro vencedor. Vencedor de Le Mans em 2015, com Porsche, ele ainda não subiu ao pódio após 117 GPS e tenta ser feliz na sua quarta equipe desde que estreou na F-1.
Filho de um médico que trocou o consultório pelo cockpit, Jolyon Palmer tem tudo para repetir a carreira do pai, que em 83 GPs obteve como melhor resultado um quarto lugar. Ir para a segunda temporada de F-1 é sua grande conquista até o momento.
Carlos Sainz Jr. também tem automobilismo no sangue, mas seu pai ainda é um dos grandes no rali mundial. Quem acompanha a carreira do herdeiro do “Matador” aposta que a bordo de um carro competitivo ele vai surpreender muita gente.
Outra vítima da meritocracia praticada por Helmut Marko, Daniil Kvyat esteve a ponto de abandonar a F-1 quando perdeu a vaga na Red Bull após se envolver em acidentes com Sebastian Vettel. Aparentemente recuperado, deve se consagrar como mediano.
Apontado por muitos como o mais veloz da atual geração de pilotos, Fernando Alonso é vítima de um mal conhecido: fazer a escolha errada na hora de mudar de equipe. Pelo que se viu em Barcelona será antológico vê-lo subir ao pódio nesta temporada.
O belga Stoffel Vandoorne, uma das últimas apostas de Ron Dennis, assume a vaga de titular no pior momento da equipe que o apoia há anos. De qualquer forma será interessante acompanhar sua evolução ao lado de um nome consagrado como Alonso.
Preterido em favor de Valtteri Bottas para substituir Nico Rosberg, Pascal Wehrlein tem costas quentes na Mercedes, com quem foi campeão na DTM. Um ano dividindo equipe com Rio Haryanto e Estebán Ocón não serviram para avaliar seu potencial na F-1.
Marcus Ericsson segue na F-1 graças a bons contatos e investidores, algo cada vez mais importante para a Sauber, que há 25 anos tenta consolidar-se na categoria. Tudo indica que o sueco não poderá contribuir muito para o time suíço lograr esse objetivo.
WG