O conto a seguir ocorreu entre 1972 e 1973, história verídica contada por meu finado pai.
Início da década de 70, meu pai então Mestre-Geral de Obras, era responsável por uma construção de grande porte na cidade de Tatuí, no interior do estado de São Paulo. Nessa época ele possuía um Fusca 1200 vermelho Vinho (L1057) 1965 (como o da foto, apenas ilustrativa) e o utilizava para ir e voltar à Capital diversas vezes por semana. E em um belo sábado meu velho almoçara com seus companheiros de trabalho e se preparava para o retorno à Capital.
Um encarregado de carpinteiro havia adquirido um lindo Fuscão 1500 0-km e ao ver meu pai (no caso seu superior imediato) adentrar o 1200, emparelhou e fez alguma gozação ou desafio do tipo “não vai ver a cor do Fuscão na estrada” ou “vai comer poeira”… Meu pai, sem dar muita atenção, ligou seu Fusquinha e o camarada, acompanhado de mais dos amigos, saiu à frente em disparada, os dois em direção à Rodovia Castello Branco.
Meu velho dizia que nunca perdera o Fuscão de vista na Castello e em dado momento (acredito que seja aquela subida próxima a Sorocaba), o Fuscão perdeu velocidade e o 1200 se aproximou — afinal, o Fuscão estava com três pessoas mais bagagem e meu pai estava sozinho… O velho percebeu que o carinha se arrastava em 4ª marcha na subida, prejudicado ainda mais pela relação de diferencial 4,12:1 e, sem perder tempo, espetou uma terceirinha “esperta” e com o motor cheio, ajudado pelo diferencial mais curto (4,43:1), com passou feito “um foguete” o Fuscão (rsrsrs)… ele disse que o motorista do Fuscão não sabia o que fazer, parecia estar montado em cima do volante como se puxasse o carro para andar mais!!!
E a partir daí os 30 cv do 1200 foram explorados ao máximo até a chegada à Capital e então meu velho parou o seu “foguetinho” no acostamento para esperar o “amigo” — que nem parar parou de tanta vergonha.
LG
São Paulo – SP