Como a maioria já deve saber, amanhã cedo o MAO vai levar 10 leitores/seguidores e alguns editores — Paulo Keller, Bob Sharp, Marco Aurélio Strassen, Juvenal Jorge — e o colunista Alexander Gromow — de São Paulo a Águas de Lindoia para uma visitação ao Encontro de Autos Antigos.
Como muitos nos procuraram perguntando se podem nos encontrar lá ou nos acompanhar na viagem aqui estão as instruções para quem fizer uma das dias opções.
AE Experiências | Encontro de Águas de Lindoia
Dia: 21 de abril de 2017
Hora: 7h00 com saída pontualmente às 7h30 (retorno no mesmo local previsto para as 21h00 do mesmo dia
Ponto de encontro: Estacionamento do Frango Assado / Posto BR na rodovi dos Bandeirantes, km 34 (sentido interior)
Os que não forem nos acompanhando podem nos encontrar diretamente lá em Lindoia por volta de 11:00 na frente do Hotel Monte Real que fica na praça Adhemar de Barros. Para quem nunca foi esse hotel é muito fácil de achar, basta perguntar na praça.
Não planejamos nada muito estruturado, apenas um papo e troca de ideias e informação durante a visitação.
E para estimular a prática do autoentusiasmo, reeditamos um post do MAO, de abril de 2010, que descreve a sensação de cair na estrada.
AE/PK
Uma madrugada de clima agradável, um dia claro, uma estrada vazia.
Por MAO
Este ano, por conflito de agendas, não pude ir a Lindoia com o Bill Egan, como sempre faço. Sempre fazemos um bate-e-volta, saindo de madrugada de São Paulo, para chegar ainda antes das 7 da manhã na cidade, ótimo para acharmos lugar para parar, e com tempo para um café da manhã antes do evento. Fui no sábado com o JJ e o PK, como já contei aqui, um passeio sensacional com dois velhos amigos também.
O Egan foi no domingo. Mas o que não esperava era receber as fotos que ilustram este post: ele foi com o Chevrolet Bel Air 1957 azul! Adoro este carro, um seis-cilindros stovebolt com três marchas na coluna e quatro portas. Já andei nele certa vez, e sei que é capaz de manter velocidades “modernas” com o maior conforto. Mas uma hora dessas faço um post só sobre isso. Não é a intenção dar detalhes do carro aqui, o que quero agora é apenas falar sobre essas fotos.
As fotos me moveram profundamente, porque evocam o que há de mais fascinante nos automóveis. Uma madrugada de clima agradável, um dia claro, uma estrada vazia. Um capô longo e icônico apontando para o horizonte e para mil aventuras ainda desconhecidas, um para-brisa clássico emoldurando a paisagem. O asfalto liso passando por baixo de nós rápido, como se estivéssemos em um tapete mágico. O som tocando baixinho no rádio, o sol se levantando, a paisagem lateral borrada pela velocidade. Dois adornos de capô do Chevrolet ’57 apontando para frente, tal qual lanças cromadas olhando para destino final da viagem, que está lá na frente, longe, invisível ainda, mas mais perto a cada segundo, a cada instante.
fotos: Fernando Chinelli
É uma oportunidade para acertar e organizar os pensamentos na cabeça, de relaxar sem nenhum compromisso a não ser chegar a algum lugar. É onde tudo fica claro, onde as preocupações ficam para trás, cuspidas para longe pelo escapamento junto o que restou da mais pura, cheirosa e volátil gasolina que colocamos no tanque antes de sair. Ah, gasolina, ó doce elixir da velocidade… Não existe nada como ela! Óleo diesel é viscoso, pegajoso, fedido, e se cair no chão, ali fica emplastrando tudo. A gasolina é tão etérea e suave que desaparece no ar como um sonho…E num carro como este ’57, sente-se a presença dela sempre.
A cada marco de quilometragem, algum fardo que carrego cai pelas beiradas da estrada, e, em pouco tempo, já me sinto leve e livre de todo o peso do dia a dia. É onde me sinto completo e calmo, é onde o mundo se resume apenas ao movimento, ao ir a algum lugar, onde sou capitão de meu navio e senhor do meu próprio destino.
A felicidade está mais próxima do que imaginam os que a perseguem cegamente. A felicidade completa e tranquila que estas fotos nos mostram está me esperando neste instante em que paro para escrever estas linhas, e também o espera agora, no momento em que você as lê. Ela está lá fora. Esperando por nós. Na Estrada.
Nota: Minha antiga coluna no BCWS se chamava “Na Estrada”, e sempre quis explicar o porquê, mas nunca o fiz. Bom, acabei de fazê-lo, oito anos depois do encerramento da dita cuja. Antes tarde do que nunca…
MAO