Os recém-iniciados gastos com multas e indenizações à conta do escândalo das emissões superiores aos limites legais, e o grande projeto de imediata aplicação de recursos para desenvolver e produzir veículos elétricos, provocou matriz da Volkswagen a vender ativos. Primeiro, a italiana fábrica de motocicletas Ducati. Após entrariam na lista a teuto-brasileira MAN/VW caminhões e a sueca Scania. O grupo possui 12 empresas e, aparentemente inicia o processo cortando os extremos. Pela base, italiana fábrica de motocicletas Ducati em 2012 comprada pela Audi, empresa VW, por US$ 935M. Por explicações da época tratou-se de meio prático, embora caro, de absorver e aplicar em automóveis tecnologia motociclística para a construção de motores com melhor relação entre peso e potência, e fusão de metais leves. Audi e Porsche devem ter aproveitado o know-how, pois seus produtos tiveram sensível incremento na substituição de partes em ferro por outras em liga leve, em especial nas suspensões. No período Audi aplicou na Ducati cerca de US$ 1,3B mudando operações, produtos, obtendo ótimos resultados operacionais.
Aparentemente a VW entende, no reduzido círculo de atividades, não há interessados na aquisição, indo ao mercado para encontrar capitais externos. Contratou nos EUA consultoria Evercore, especializada no aconselhamento a bancos para investimento em negócios, para tratativas de vendas, formação de consórcios para a compra. Boatos de passá-la à frente correm desde o fim do ano passado, e ex-presidente da empresa no Brasil, ao despedir-se, afirmou ser a Ducati a pérola da VW, e por isto não seria vendida. Aparentemente as condições mudaram, e num ditado nacional a VW prefere perder as pérolas para manter os dedos…
Mais
Se a negativa quanto à Ducati se transformou em definição de vendas, parte dos caminhões exige, como se diz no Goiás, Café no Bule. Negócio de valores exponencialmente mais elevados ante o não divulgado e pedido pela Ducati. A produtora de motos Premium — quantidade reduzida, preço e lucro unitário elevados — não divulgou lucros do exercício passado, mas creem-se próximos as resultados de 2014 – 55.000 unidades vendidas e lucro de 55M de euros. Em 2016 repetiu número de vendas.
MAN é das mais antigas empresas de mecânica no mundo, operando na Alemanha. No Brasil assumiu a Volkswagen Caminhões e ônibus, tipo submultinacional brasileira com operações de montagem no México. Scania, espécie de bilhete de primeira classe em caminhões. Interessantemente, Brasil é único o país com operação industrial das duas marcas. Ducati não tem fabricação local, comprando serviços de montagem à Dafra, em Manaus.
Consultada, MAN respondeu taticamente por Danielle Ritton, de Relações Públicas: A Volkswagen recentemente reafirmou que não tem intenções de vender suas marcas de caminhões. Pela Volkswagen, André Senador, diretor, disse saber do assunto através da imprensa. Scania não respondeu à consulta e Maristela Ramos, pela Ducati informou não comentar pois a empresa desconhece tal disposição.
Caminho
Quem do ramo sugere decisão fundada em questões de convivência política — os acionistas não querem ir a bancos tomar empréstimos e fazer capital necessário às penas do escândalo Dieselgate, e investimentos em eletrificação de seus modelos. Também desconcordam de outra fórmula, participar de chamada de capital para entesourar a companhia, assim como emitir ações. Dado paralelo, há política familiar. Houve sério abalo de convívio entre os ramos Piëch e Porsche, juntos comandando a Porsche SE, a holding controladora da Volkswagen. A saída do primo Ferdinand e a ascensão do primo Wolfgang exibe poder do novo mando, com personalização nos caminhos para conduzir a companhia: as aquisições mais recentes — MAN, Scania, Bugatti, Lamborghini, Ducati — foram realizadas sob a gestão de Ferdinand, em seu processo de salvar, expandir, obter lucros recordes, colocá-la em crescimento ascensional atingindo a liderança mundial. Mas agora, sob o comando supremo de Wolfgang, e ante a necessidade de reunir recursos superiores ao lucro operacional, aparentemente comanda as ações para vender e fazer capital com as empresas adquiridas por seu primo e fora do caminho fulcral da marca.
Válido o raciocínio a Bugatti, dos esportivos de performance e lendária nomeada, mas como empresa, de compra e operação nunca entendidas, deve ser também descartada.
Novo motor VW a gasolina e gás
Aproveitando evento de tecnologia de motores, o Vienna Motor Symposium, na capital austríaca, VW mostrou serviço para desviar-se do foco do Dieselgate, cominações e prejuízos. Juntou propostas sob o dístico Juntos – Estratégia 2025. De maior realce emissão zero por otimização de motor elétrico e soluções a motores endotérmicos para uso imediato — aplicação deve ser apresentada no Polo, Salão de Frankfurt, 14 a 24. setembro. Sob o capô do Golf TSI BlueMotion, o motor tricilindro de 1,5 litro TSI em dois meses. Dita tecnologia Micro Híbrida permite ao motor, ao ser desacelerado até 130 km/h, avance por inércia até desligar-se completamente.
A outra tecnologia de aplicação imediata é motor tricilindro 1,0, turbo, produzindo 90 cv, mas capaz de otimizar o uso de gás metano, de origem fóssil ou laboratorial. Não se trata de iniciativas amalgamadas em protótipo, mas produtos para venda. Significa tal tecnologia chegará por aqui.
Roda-a-Roda
Poder – Ele é considerado o esportivo de melhor equilíbrio entre custar e oferecer, em primorosa construção pela AMG, agora fabricante sob a centenária árvore da Mercedes. É o AMG-GT R.
Pré – Vendas se iniciam agora em maio com entrega a partir de agosto, a R$ 1,2 milhão. Construção em alumínio, motor V-8, entre eixos frontal, 4.000 cm³, biturbo, 585 cv, acelerando por tração traseira aos 100 km/h em 3,6 s.
DNA – Marca-o a grade inspirada nos protótipos 300 SL levados à Carrera Panamericana em 1952. A cor verde metálica é para lembrar a floresta do circuito alemão de Nürburgring onde foi desenvolvido, e onde a seção norte é hoje cenário e referência para indicar comportamento esportivo.
Vestibular – Maserati comemorou centésima milésima unidade produzida, um sedã quatro portas, o Quattroporte Grandsport, em chocante branco, interior tan, rodas leves em aro 21″, contrastantes pinças de freio em vermelho. Cem mil unidades leva-a a patamar de credibilidade.
Várias – Maserati, até chegar ao comando da Fiat, após salva e saneada pelo eng Eugenio Alzatti, tem história rica e variada. Dos irmãos fundadores, à OSCA, e sociedades diversas, incluindo Citroën. Chegou à mão da Fiat há três anos administrando projeto de grande crescimento mundial.
Curiosidade – Festa foi no Salão de Xangai, China, onde a marca vende 30% de seu volume, e é o maior mercado mundial para o modelo.
Prioridade – Citroën apresentou na Argentina brasileiros modelos C3 e Aircross em demandada combinação do motor 1,6 litro, 115 cv com câmbio automático moderno de 6 marchas.
Clarificando – 1,6 + automático existe no mercado brasileiro, mas emprega velha caixa com 4 marchas. A novidade está em atualização tecnológica utilizando-se unidade da japonesa Aisin.
Pacote – Câmbio com seis marchas aproveita muito melhor o motor, oferece mais disposição, velocidade, menor consumo, e aumenta o conforto, elevando nível de C3 e AirCross.
Quanto – Diferença de preço na Argentina para o novo opcional é 20 mil pesos – uns R$ 3.900. Citroën não se manifestou quanto a chegada ao mercado brasileiro, mas se há para lá, haverá para cá.
Alemão – Novo sedã BMW Serie 5 iniciou vendas no país nas versões Sport 530i e 540i, a respectivos R$ 315 mil e R$ 400 mil. Não pense ser a cilindrada indicada pela dezena. Já foi assim quando a engenharia era respeitada como referência de matéria técnica. Hoje 530 indica 2 litros de capacidade deslocados por motor L-4 e, 540 é um L-6 de 3 litros, potências respectivas em respeitáveis 252 cv e 35,7 m·kgf de torque, e 340 cv com 45,9 m·kgf.
Fica – DS, marca surgida em 2014. Esclarece ante suspensão de importações de seus carros, estar desenvolvendo novo modelo de negócios. Quer ter a marca separada, em ambiente Premium para produtos e clientes. Pelo visto terá distribuidores próprios.
Mais up! – VW criou versão cross do up!, seguindo mania nacional. Baseia-se na carroceria de 4 portas, motor turbo TSI com 101/105 cv, vindo em quatro níveis de decoração e equipamentos. Alcança a evolução de estilo, focando em tecnologia, como iluminação em LEDs, mudança na instrumentação e interconectividade.
Mercado – Na prática aproveita o bom projeto de marketing do carro, com o motor forte disponível em várias versões, aplicando detalhes e confortos não usuais em sua classe. Adicionalmente está ainda mais econômico.
Mais – Ampliando oferecimentos em sua linha de picapes Saveiro, VW oferece versão Robust, para trabalho, agregando cabine dupla e mais três passageiros. Traz curiosa composição do motor 1,6 EA111, antigo, rodas em chapa de aço e aro 15”, e o mimo de freios a disco nas 4 rodas.
Atual – Linha Saveiro tem sete opções, três em carroceria. No amplo portfólio há versão Cross, melhor equipada e com o motor atualizado, o EA 211, 1,6 litro e 110/120 cv de potência.
Simpatia – Nissan fez filmete para homenagear pessoas que, por condições diversas, inclusive idade, tem vedada a renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Chama-o A Grande Despedida e é sensibilizante. Situações reais gravadas no bom circuito Velo Città com o pico de performance da marca, o GT-R. Emociona.
Peso Pesado – Petronas, fábrica de óleos lubrificantes, tem novidades para veículos pesados com óbvios motores diesel, agregando tecnologia ViscGuard ao seu conhecido Urania. Promete reduzir seriamente a manutenção pela formação de resíduos da combustão.
Caminho – Petronas sucedeu Agip e Tutela, esta a responsável pela quebra de conceitos de lubrificantes no Brasil, permitindo o largo desenvolvimento observado nos últimos 30 anos. Empresa quer ser a maior do ramo em 2019.
Lucro – Fechada análise do primeiro trimestre do ano, lucros da corporação VW subiram quase 40% —3,13B para 4,37B de euros, apesar de queda de vendas. Credita-se o bom resultado por severa contenção de custos.
Mais – Há surpresas: Škoda cresceu 32% em lucros, indo a 415M de euros; SEAT deu um pulinho de 5%; lucros da Audi caíram e Bentley perdeu apenas 30M. Um ganho: anteriormente perdera 54M. Porsche, estrela da lucratividade, cresceu de 855M para 932M de euros no período.
Dieselgate – Para enfrentar as inquantificadas perdas com o escândalo das emissões em motores diesel, empresa separou 22,6B de euros.
Mercado – Ante a queda de vendas seccionando o mercado à metade, fabricantes de motores e caminhões lançam-se em caminhos alternativos para fomentar negócios. Mercedes-Benz por seu Consórcio implantou loja virtual, acessável pelo sítio www.mercedesbenzconsorcio.com.br
Leque – Age no varejo para autônomo e no atacado para empresário, buscando tornar o consórcio alternativa de serviços financeiros para renovação de frota.
Troca – Cummins, de motores diesel, criou departamento ReCon para remanufaturar motores da marca. Na prática o motor necessitando de retífica é dado como parte do pagamento de outro, refeito com peças genuínas, e garantia pela fábrica como se fora novo.
E-commerce – Volvo selecionou 250 itens de seus caminhões e ônibus e colocou-os em vitrine eletrônica para compra on line via computador, tablet ou telefoninho esperto. Tal tipo de vendas cresceu, no global, 11% em 2016 e previstos 12% neste exercício. Vendedor caminha para ser atividade restrita.
Antigos – Coisas com automóveis antigos são especiais. Fusquinha de 1980 roubado em 1994 apareceu 23 anos depois. Polícia foi chamada para remover sucata e descobriu haver sobre tais restos uma queixa de furto, chegando até ao dono por Roberto Cabral Medeiros, Delegado, colecionador e usuário de Fusca antigo… Aconteceu em Bauru, SP.
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