Equipes abrem espaço para avaliar novos pilotos. Japonês na Sauber pavimenta acordo. Kubica vai acelerar Renault 2017.
Autódromo dos mais pitorescos no calendário da F-1, Hungaroring recebe a categoria neste fim de semana para abrir a segunda fase da temporada de 2017. Mais do que as brigas entre Mercedes-x-Ferrari e Vettel-x-Hamilton, a pista magiar terá uma dose extra de atividades com a realização de dois dias de treinos livres terça e quarta feiras próximas. O grande número de pilotos jovens dá cores de uma verdadeira rapsódia húngara, peças musicais que Franz Liszt celebrizou ao interpretar obras que coletou em descobertas feitas no interior do país entre 1846 e 1853, algumas delas consagradas em desenhos animados, como neste episódio de Tom e Jerry.
Da lista de pilotos escalados até agora — McLaren, Red Bull e Toro Rosso ainda não anunciaram suas agendas pós corrida —, Felipe Massa e Robert Kubica são os únicos veteranos; cogita-se que Lando Norris e Pierre Gasly poderão atuar pela primeira e pela segunda, respectivamente. A equipe Williams encarregou o brasileiro de dar continuidade ao desenvolvimento do FW40-Mercedes e ofereceu ao jovem Luca Ghiotto (Nasceu em 24/2/1995, em Arignano, Veneto, Itália) a oportunidade de pilotar um F-1 pela primeira vez. Ghiotto começou a se destacar na cena internacional em 2015, quando foi vice-campeão da série GP3; desde 2016 na F-2, este ano conseguiu dois segundos lugares em Barcelona e outro em Silverstone.
O trabalho da Renault será acompanhado com especial atenção não só pelos fãs da categoria, mas pelos torcedores de Jolyan Palmer: há rumores de que um novo resultado apagado no GP de domingo e um desempenho superior de Robert Kubica nos testes poderão significar a substituição do inglês pelo polonês a partir do GP da Bélgica, dia 27 de agosto.
Kubica sofreu um sério acidente quando disputava o Ronde di Andora, na Itália e estava prestes a iniciar sua segunda temporada como substituto de Fernando Alonso na equipe Renault. Graves lesões em seu braço direito mudaram drasticamente o panorama esportivo de quem, três dias antes, havia sido o mais rápido em treinos livres de F-1 no circuito de Valência. Após um longo processo de recuperação o polonês, que em seus anos de aprendizado venceu uma prova de F-Renault em Interlagos, voltou a disputar ralis e este ano acelerou um F-1 de 2012 em testes particulares conseguindo resultados satisfatórios.
Não é apenas o espectro de Kubica que assombra o futuro de Palmer: o canadense Nicholas Latifi (Toronto, 29/6/1905), tem boas ligações com a Renault, onde é piloto oficial de testes, e vem mostrando bom progresso na F-2. Este ano ele venceu a segunda prova da rodada de Silverstone e ocupa a quarta posição no campeonato, com 91 pontos.
O líder da F-2 é Charles Leclerc (Mônaco, 16/9/1997), que em Hungaroring vai testar pela Ferrari, onde é um dos grandes nomes do seu programa de formação de pilotos. A supremacia do monegasco na atual temporada o credencia para uma vaga na F-1 em 2018.
Quarta colocada no Campeonato de Construtores, a Force India certamente não perdeu oportunidade para faturar um punhado de dólares ao selecionar seus pilotos para os dois dias de testes na Hungria: nem Nikita Mazepin (Moscou, 2/3/1999) tem méritos para acelerar na F-1, nem Lucas Auer (St. Johann, 11/9/1994) pensa em chegar nessa categoria no ano que vem. Auer é sobrinho de Gerhard Berger, que coincidentemente iniciou sua carreira em provas de turismo.
Situação semelhante vive a Sauber: a casa de Hinwill anunciou Gustav Malja (Malmöe, 4/11/1995) e Nobuharu Matsushita (Saitama, 13/10/1993) como os nomes que participarão das duas jornadas de testes.
O sueco, que ainda não mostrou resultados convincentes em sua segunda temporada da F-2 (que até 2016 era chamada de GP2), ganhou a oportunidade em função das ligações indiretas do controlador da Sauber com seu país. Mais capacitado e experiente, Matshushita é o nome que poderá pavimentar o terreno acidentado que pode levar a equipe suíça de assinar o contrato com a Honda e garantir os motores japoneses em 2018.
O sonho de estrear na F1 em 2018 não é algo que preocupa o estadunidense Santino Ferucci (Woodbury, 31/3/1998), piloto de desenvolvimento da equipe Haas: ele já sabe que Romain Grosjean e Kevin Magnussen estão confirmados para 2018 e após completar a temporada de atual na GP3 ele deverá disputar um ano de F-2.
Líder do campeonato de Construtores, a equipe Mercedes deu folga a Lewis Hamilton e Valtteri Bottas e convidou George Russell (King’s Lynn, 15/2/1998), para testar por dois dias. Um dos seus nomes da marca na DTM, Russell ingressou no programa de desenvolvimentos da equipe alemã este ano e lidera a temporada da GP3 com autoridade desconcertante para seus adversários e até mesmo para o seu currículo, que até então exibia resultados regulares na F-3 em 2015/6 e o título inglês de F-4 em 2014.
WG