Minha história de hoje não foi tirada do fundo do baú, muito pelo contrário, ela é superatual e aconteceu esta semana. Está, portanto, na parte alta deste baú, sobre tudo o que está lá.
Todos sabem das minhas origens, o que fiz durante mais de 50 anos na indústria automobilística, meu hobby carros e motos e o quanto sou autoentusiasta. Foi por tudo isto tudo que aceitei o honroso convite do meu amigo Bob Sharp para contar histórias, experiências por mim vividas neste campo maravilhoso. Esta de hoje será a 62ª.
Depois de ter saído da Harley-Davidson em fins de 2014, fiquei pensando no que fazer. Deus escreve certo sobre linhas tortas é o velho e conhecido ditado e comigo não poderia ter sido diferente.
No ano seguinte ao meu desemprego, tivemos que lutar em família contra uma doença da minha esposa, nome este que prefiro nem citar, é assustador.
Foram oito seções de quimioterapia e uma cirurgia de mais de oito horas. A equipe médica não poderia ser melhor, mas nem todas as despesas foram cobertas pelo plano de saúde, o que abalou também o orçamento.
Mas, hoje passados dois anos desta cirurgia e com exames periódicos, inicialmente mensais, depois trimestrais e hoje somente a cada seis meses, estamos gratos a Deus que sua cura tenha sido total.
Mas, vamos voltar ao assunto-foco da história de hoje.
Depois de dois anos parado, no sentido profissional, já com 69 anos de idade, fui convidado por uma empresa de auditorias para uma entrevista.
O resultado desta entrevista foi a minha contratação para fazer auditoria em concessionárias de uma marca alemã e que deveria ter a duração de dois a três meses. Foi um trabalho espetacular que me fez lembrar meus anos de indústria automobilística e o trato com as concessionárias das marcas VW, Audi, Chevrolet, as principais onde trabalhei.
O trabalho foi realizado e a minha região foi sudeste, centro-oeste, norte e nordeste. Ao meu colega de auditoria foram destinas as outras regiões do nosso grande país, regiões sul, centro-oeste também e interior paulista.
Visitei ao todo 27 concessionárias e praticamente em cada uma permaneci todo o dia. À noite, de avião, eu me deslocava para outra cidade a fim de que na manhã seguinte já estivesse pronto para auditar outra concessionária.
Eu era um auditor desconhecido daquela rede de concessionárias, o que de alguma forma os surpreendeu. Fazia parte do esquema não avisar com antecedência a minha chegada.
O trabalho foi realizado, de cada concessionária auditada saía um relatório, era aproximadamente uma avaliação de 120 diferentes itens que iam desde a portaria, fachada, até a seleção e coleta de lixo reciclável nos limites do terreno da concessionária.
Para mim foi mais uma experiência, um aprendizado e o enriquecimento do meu currículo.
Pois bem, esta semana fui chamado pela mesma empresa que havia me contratado e perguntado sobre minha disponibilidade para viajar e fazer uma nova auditoria na mesma região onde atuara ano passado. A empresa contratante (fabricante) havia aprovado o meu trabalho e impôs que eu fizesse parte desta nova etapa.
Ainda melhor do que a primeira notícia foi um detalhe superimportante informado ao final da reunião: a concorrência ganha pela empresa contratada teria validade para dois anos, 2017 e 2018.
Com isto quero dizer muito obrigado ao Papai do Céu por me dar saúde para, aos 70 anos comemorados em julho passado, ainda estar no mercado de trabalho esperando corresponder à confiança em mim depositada pelos meus contratantes.
A família sentirá a minha falta, serão muitas viagens, porém nada se comparado ao período em que passei na Alemanha e países da América do Sul.
Não desejo, mas se porventura me sentir sem tempo para escrever esta coluna durante este período, peço que o leitor ou leitora entenda e reconsidere, pois terei muito que contar depois do meu retorno. Mas farei o possível para não me ausentar do AE, esteja certo ou certa disso.
E, por último, gostaria de deixar a minha mensagem de esperança: nunca se é velho para o trabalho, o importante é a cabeça e o espírito serem jovens.
RB