Brasileiro derrota 15 jovens e ganha bolsa para o campeonato francês de F-4.
Os mais veteranos lembram dos pequenos ovais brancos que decoravam o capacete de Jacques Laffite, outros mais novos certamente já ouviram falar do mesmo assunto ao pesquisar a carreira de Alain Prost e Damon Hill. Agora chegou a vez do brasileiro Caio Collet se juntar a esse seleto grupo de vencedores do concurso Volant Winfield, uma tradicional peneira que revela nomes com grande potencial para se firmar no automobilismo internacional. Inicialmente aberto apenas a pilotos da França, o concurso organizado pela mais tradicional escola de pilotagem desse país cresceu e há anos garante uma bolsa importante para as jovens que buscam seu dia de glória, tal como sugere a primeira frase da Marselhesa.
Para garantir o prêmio de uma temporada da F-4 francesa, que terá a primeira de suas sete etapas no fim de semana de 1° de abril no circuito Paul Armagnac, em Nogaro, Caio Collet enfrentou 16 concorrentes vindos da África do Sul, Alemanha, Bélgica, Bulgária, França, Mônaco e Paraguai. O dinamarquês Noah Watt, filho do ex-piloto Jason Watt, também estava na disputa, mas ficou de fora por motivos particulares. Para chegar aos três finalistas o grupo foi avaliado em conceitos que incluíam interpretação na aquisição de dados, avaliação física, comunicação, interação com engenheiro de pista, preparação mental e conhecimentos sobre pneus. Entre os que formaram a comissão julgadora estavam Julien Simon-Chautemps, engenheiro sênior da equipe Alfa Romeo Sauber, e Gregory Thomas, engenheiro da Pirelli.
O processo todo durou três dias e aconteceu na pista de Paul Ricard, situado entre Marselha e Nice, traçado que este ano volta a receber o GP da França de F-1. Uma série de treinos práticos intercalou as atividades de avaliação e dele saíram o inglês Stuart White e o francês Pierre-Louis Chovet, além de Caio Collet. Em condições tão equilibradas quanto possível os três saíram à pista com monopostos Mygale-Renault de F-4 para três séries cronometradas, sendo que o brasileiro mostrou-se o mais regular e também o mais rápido, melhorando a cada saída de pista. Veja as impressões de Caio neste vídeo.
O prêmio de Caio, que foi o terceiro colocado no Mundial de Kart de 2015, inclui além de um prêmio da temporada completa nas sete etapas do Campeonato Francês de F-4, o apoio da Winfield e um contrato que garante cobertura fotográfica e assessoria de imprensa na França através de uma agência especializada. Fundada em 1964 no autódromo de Magny-Cours, nos arredores da cidade de Nevers, a escola de pilotagem Winfield mudou-se em 1972 para Paul Ricard. A organização já formou mais de 30 pilotos que chegaram a competir na F-1 e atualmente oferece serviços especializados como manutenção e restauração de clássicos de de competição, treinamento e assessoria a pilotos, simuladores e eventos corporativos.
WG