Halo, novos pilotos e compostos de pneus, as novidades do GP da Austrália
Situada à beira-mar, a cidade de Melbourne tem uma tradição automobilística que transcende a disputa do GP da Austrália nas vias do Albert Park, prova que inicia a temporada de 2018. A colonização britânica trouxe consigo a devoção ao automobilismo e até hoje o país do “down under” (maneira de os ingleses dizerem debaixo do equador) mantém campeonatos fortes, particularmente o da categoria Super Cars, onde são usados os imponentes sedãs que dominam o mercado local. Esta coluna Conversa de Pista inicia hoje uma série de quatro artigos apresentando a 54ª temporada da F-1 — a primeira, desde 1970, que não terá um piloto brasileiro. Nos próximos dias vamos falar dos carros, dos pilotos e das equipes.
O retrato irretocável da paixão australiana pelas competições é sem dúvida o histórico de Jack Brabham e de Ron Tauranac. Juntos eles desenvolveram uma linhagem de carros de corrida identificados pela sigla BT que lançou a transmissão continuamente variável na F-2 — projeto em parceria com a holandesa DAF —, e em 1966 levou Sir Jack a tornar-se o primeiro piloto do mundo, e até hoje único, a conquistar um campeonato da F-1 com um carro construído por ele mesmo. Numa demonstração de criatividade digna do mundo dos carreteras, Brabham associou-se à retífica Repco para construir um motor de 3 litros a partir de um bloco de alumínio de Oldsmobile 3,5-litros V-8.
Esse retrato de um calendário de apenas nove corridas por ano é hoje um perfeito diorama em uma época em que a temporada chega a 21 eventos (seis deles em oito fins de semana consecutivos) e as imagens de alta definição serão transmitidas por celular através de uma plataforma inédita e exclusiva da categoria. Através desse recurso será possível que assinantes de várias partes do mundo acompanhem o desenrolar de cada etapa com informações disponíveis apenas na nova ferramenta da categoria. O custo do privilégio varia entre US$ 12 e US$ 14 mensais, dependendo da região do assinante. O anúncio da Liberty, que você acessa neste link, cita apenas que estará disponível “em boa parte da América Latina” mas não menciona especificamente o Brasil.
A temporada que inicia domingo já tem alguns números esperando para serem batidos, a começar pelo tira-teima entre Lewis Hamilton, campeão reinante, e Sebastian Vettel: se um deles chegar ao título ficará empatado com Juan Manuel Fangio, argentino que venceu as temporadas de 1951/54/55/56 e 57. Mais títulos que ele só Michael Schumacher, sete vezes campeão mundial (1994/95 e 2000/01/02/03/04). Ente os construtores, uma nova conquista da Mercedes igualaria o time alemão à Ferrari, única até hoje a ter conquistado cinco títulos consecutivos.
Números por números a coisa vai longe. Hamilton, por exemplo, pode muito bem quebrar o recorde de 25 resultados consecutivos entre os 10 primeiros, marca em poder de Kimi Räikkönen desde 2013. O finlandês este ano pode chegar ao seu 100º pódio — ele já tem 91 —, marca que está mais próxima de Fernando Alonso (97) e Sebastian Vettel (99). Até hoje apenas Lewis Hamilton, Michael Schumacher e Alain Prost são sócios desse clube.
Um pouco mais de números: com 21 etapas no calendário ficará mais fácil para Fernando Alonso ganhar a carteirinha do clube dos 300 GPs e se juntar a Rubens Barrichello, Michael Schumacher e Jenson Button. Se continuar na F-1 por mais um ano é possível até que o espanhol supere o recorde de 322 largadas, em poder do brasileiro.
Das mudanças para esta temporada, além da volta do GP da França no lendário circuito de Paul Ricard, em Le Castellet, a introdução do halo — armação de proteção instalado em torno da abertura do cockpit—, a adição de dois compostos de pneus nos extremos das cinco opções usadas até agora, a mudança de 40% dos pilotos (oito vagas, entre estreantes e novatos), a Honda trocando a McLaren pela Toro Rosso, a Renault fazendo o vice-versa e a volta da Alfa Romeo são outros pontos de destaque.
O calendário de 2018
25/3, GP da Austrália, Melbourne
8/4, GP do Bahrein, Sakhir
15/4, GP da China, Xangai
29/4, GP do Azerbaijão, Baku
13/5, GP da Espanha, Barcelona
27/5, GP de Mônaco, Mônaco
10/6, GP do Canadá, Montreal
24/6, GP da França, Le Castellet
1/7, GP da Áustria, Spielberg
8/7, GP da Grã-Bretanha, Silverstone
22/7, GP da Alemanha, Hockenheim
29/7, GP da Hungria, Budapeste
26/8, GP da Bélgica, Spa-Francorchamps
2/9, GP da Itália, Monza
16/9, GP de Cingapura, Cingapura
30/9, GP da Rússia, Sochi
7/10, GP do Japão, Suzuka
21/10, GP dos EUA, Austin
28/10, GP do México, Cidade do México
11/11, GP do Brasil, São Paulo
25/11, GP de Abu Dhabi, Yas Marina
WG