“Podemos ser brilhantes, nós, a raça humana. Mas extremamente estúpidos também. Eu não trocaria os avanços de segurança de um carro de competição moderno nem por todo o Nomex da Europa, mas não há dúvida que perdemos algo aqui. Algo do qual nos afastamos, sem dúvida alguma. Algo sublime e brutal que nunca mais teremos de volta. E estaria mentindo se não dissesse que uma pequena parte embaraçosamente ludita de mim gostaria que tudo que aconteceu desde então não tivesse acontecido. Que este fosse o último exemplo de uma forma específica de arte, os carros de corrida nunca evoluindo além dele. E que eles ainda corressem em Le Mans, e no velho Spa, e no velho Reims, junto com outras coisas barulhentas, cheias de graça, mas brutais, perigosas, e finas feito papel de seda.” — Sam Smith, revista Road & Track, setembro de 2015 (falando sobre o Cobra Daytona Coupé)
No interesse de colocar as coisas já de cara em contexto, provavelmente já nasci velho. Existe uma veia ranzinza e mal-humorada em minha personalidade que nunca me deixou em bons termos com a modernidade. Uma educação extremamente racional e questionadora não me ajudou em nada nesse ponto: minha mãe esperou pelo menos 20 anos até acreditar que o forno de micro-ondas era uma boa aquisição para sua casa.
Na verdade, vale um pouco de divagação aqui, se o leitor me permitir, para dar mais cores neste contexto de minha educação. Certa vez, meu pai mencionou que se algum dia ganhasse alguns milhões na loteria, iria imediatamente comprar o mais moderno e sofisticado sedã Mercedes-Benz que encontrasse. Minha mãe olhou de cara feia para ele imediatamente, e o que se seguiu ainda me é totalmente surreal: uma séria e acalorada discussão, onde meu pai defendia sua vontade, e minha mãe refutava tal coisa como algo moralmente inaceitável, uma indulgência inútil e fútil, tabu para pessoas inteligentes. E não por algum problema que ela tivesse com a marca de Stuttgart e seus produtos, longe disso. Para minha mãe, o carro mais barato do mercado da época, um Fusca, fazia a mesma coisa que um Mercedes. Pagar 30 vezes o preço do fusca num carro importado? Para quê?
Pensem bem: uma discussão séria e acalorada sobre uma situação hipotética cuja probabilidade de acontecer é estatisticamente zero, e a respeito de uma vontade pessoal, desprovida da necessidade de alguma lógica. Incrível. Até a mera menção de esbanjar-se dinheiro era proibida! Até hoje me espanta esta lembrança, porque, como famosamente disse Rob Gordon: “Como posso estar errado? Apenas declarei uma preferência! ”. Mas mostra bem como funcionavam as coisas em casa, e como fui criado.
Mas nunca adotei esse comportamento nos 30 anos que se passaram desde que saí de casa. Recuso este tipo de coisa de forma clara e indubitável. Mas a nossa criação sempre nos deixa sequelas, querendo ou não, e talvez por isso, apesar de não ter um pingo sequer desse tipo de comportamento em minha índole, veja até hoje qualquer novidade tecnológica posta à venda com muito mais ceticismo do que é normal. As vezes até as recuso veementemente. Já fui acusado repetidas vezes de misoneísta, de neófobo, e até de ser velho e retrógrado em espírito.
Entendo que possa soar assim muitas vezes. Mas mesmo fazendo uma autocrítica séria, sem medo de enfrentar características indesejáveis de mim mesmo, não acredito que seja realmente avesso a novidades tecnológicas. Na verdade, adoro novidades, desde que enxergue utilidade para elas. Não gosto de novidade apenas porque é algo novo. Estou bem longe de ser filoneísta, palavra pouco usada que define o entusiasta do novo, da novidade, apenas porque ela é inédita e mais nada.
Mas meu pai me ensinou que o mundo anda sempre para frente, que não há volta ao passado possível; e que também no geral muda para melhor: não há dúvida que vivemos de uma forma mais tranquila e segura que nossos pais. Meu pai viu asfalto pela primeira vez aos 23 anos de idade, e meu avô tinha que checar as ferraduras de seu cavalo antes de sair para algum lugar.
Mas o que ele não me disse e tive que aprender sozinho é que sempre que se ganha algo, se perde algo também. O balanço, no grande esquema das coisas, é sempre positivo, mas não há almoço de graça. Muito desse aprendizado me veio por força de profissão: como engenheiro, convivo diariamente com o compromisso. Sei que não há solução perfeita para qualquer problema. Sempre existe um balanço, uma escolha de prioridade, de objetivo. Se perde um pouco aqui para ganhar acolá. O progresso tem um preço.
Um grande exemplo do que falo aqui é a grande dicotomia da internet. Se por um lado criou um sem-fim de vantagens e utilidades inimagináveis, trazendo um avanço gigantesco na qualidade de vida das pessoas que a coloca entre as grandes invenções da humanidade, a internet mastigou e digeriu o modo de vida que existia antes dela, quer gostemos disso ou não.
O mundo de hoje é muito mais democrático em informação, tão democrático que a informação passou a não ter mais valor. Ninguém mais quer pagar por ela. Jornais, revistas, e livros enfrentam um futuro duvidoso, e ninguém sabe, mais de 20 anos depois do aparecimento da rede no Brasil, de onde sairá o dinheiro necessário para manter sites como este que você lê agora. Mas, é claro, um site nunca existiria sem a internet.
Na música também, ela mudou tudo. Eu adoro os serviços de streaming, que tornaram possíveis para mim ouvir álbuns inteiros de artistas obscuros a um clique e pouco dinheiro de distância. Eu conheço mais música, eu ouço mais coisas diferentes, eu gasto menos. Mas confesso que morro de saudades da época em que ia em imensas lojas de discos, ainda em vinil, para escolher algo legal e levar para casa ouvir. Comprar um disco exigia uma dedicação, um esforço maior, um amor maior por determinados artistas. Um compromisso. Um envolvimento com o artista. Sem falar que você comprava algo físico, com uma capa bonita e encartes elaborados, que você levava para casa e tratava com carinho e reverência, e guardava contigo por toda vida. Hoje tudo é fugaz, gasoso e esquecido em minutos. Tudo vira nuvem.
Sem falar que você saía de casa e interagia com seres humanos para comprar os tais bolachões de vinil. Desconfio, pelo ritmo que vejo bancas e livrarias desaparecerem, que o mesmo ocorrerá com livros e revistas em breve. Lidar com coisas reais, no mundo real, é algo em desuso. Eu, que amo pegar um livro na mão e senti-lo, carrega-lo por aí, e depois guardá-lo na estante para que toda vez que passe por ele me lembre da incrível história que ele contém, fico muito triste com isso. Muito mesmo.
Mas uma das novidades relacionadas a internet que claramente só trouxeram vantagens para a nossa vida dentro do automóvel foi o moderno telefone celular. Hoje um computador pessoal portátil, permite uma série de coisas de uma utilidade incrível, e que a pouco tempo atrás era coisa de ficção científica: atender ligações em viva-voz via conexão Bluetooth, ouvir músicas variadas armazenadas no telefone ou via rede por meio operadoras de streaming como a Spotify e similares, e navegadores integrados à rede social como o Waze, que reporta não só o caminho a seguir, mas as condições de tráfego e até os radares!
Muita gente colocaria como lado ruim dos celulares a distração geral que causam, aquela digitação furiosa enquanto se dirige. Mas não consigo colocar isso como um lado ruim da tecnologia em si, mas sim como mais um exemplo da estupidez humana. Dizer que o celular é culpado disso é dizer que o carro (ou até, indo mais além, uma arma de fogo) são assassinos, quando na verdade quem o opera a máquina é o responsável pelas consequências dos seus atos, e mais ninguém. Se não fosse o celular, essas pessoas certamente iam arrumar outra forma de fazer grandes besteiras ao volante; nunca é bom subestimar a estupidez humana.
Não, pouca coisa ruim vem do celular, e as vantagens de tê-lo são imensas. Acho inclusive que a indústria automobilística deveria esquecer dessas telas interativas enormes e caras no painel; todo mundo já carrega no bolso um computador com uma tela suficiente para tudo que possa desejar em um carro. Basta um bom suporte e uma boa e fácil conexão com o sistema de som do carro e pronto. Meio como a VW faz no up!. Eu faria maneiras mais integradas que a VW, mas enfim, ninguém precisa realmente “espelhar” telas, somente operar seu próprio computador pessoal de uma forma segura e prática. Devemos ser capazes de montar firmemente qualquer aparelho pessoal no painel do carro, num lugar que a bateria o carregue e faça a conexão com o carro.
Não cesso de ficar bobo com as utilidades do aparelhinho. O Waze é um detector de radares ótimo, e um navegador melhor do que qualquer coisa que um fabricante de automóveis poderia criar. Quer uma música qualquer que acabou de lembrar que existe? Serviços como Spotify te levam essa música imediatamente, onde quer que você esteja. Uma coisa realmente maravilhosa.
Perdemos algo aqui? Talvez. Mas muito pouco. O celular sempre pode ser desligado por quem deseje um pouco de privacidade, por mais que alguns achem isso uma temeridade. Eu acredito que no caso do celular, as desvantagens são mínimas, se comparadas ao que ganhamos em troca. Problemas relacionados ao uso indevido são problemas de pessoas e educação, não do aparelho em si.
Mas não penso assim a respeito da menos nova das novidades sobre qual falarei hoje. O câmbio automático não tem nada de novo, afinal. Apesar de existir antes disso, desde 1948 é algo confiável, totalmente desenvolvido e produzido em grande série. Mas nos últimos 20 anos mostrou uma evolução tão grande, e um aumento de popularidade tamanho, que pode ser tratado como novidade hoje.
Sejam os tradicionais epicíclicos com conversor de torque, sejam os mais modernos dupla-embreagem, os melhores automáticos hoje são realmente incríveis. Suaves nas trocas quando necessário, violentos se assim solicitados, são tão inteligentes que na maioria das vezes tornam seus onipresentes controles manuais obsoletos: sozinhos fazem tudo que se deseja quase como se tivessem uma interface telepática.
Mas o mais incrível é que mesmo em carros esporte, são mais velozes em qualquer situação que os câmbios manuais. Antigamente, o entusiasta sempre tinha o argumento de que os câmbios manuais eram mais velozes quando operados por pilotos hábeis. Hoje este argumento não funciona mais.
Ficaram tão bons que quase erradicaram o pedal da embreagem em carros esporte caros. A Ferrari, primeiro, se tornou exclusivamente automática (com controle manual possível por borboletas, claro, mas vocês entenderam). Logo a Ferrari, que tinha ali aperfeiçoado a alavanca de câmbio mais legal de todos os tempos, um mecanismo magnífico em sua atuação, e incrivelmente belo com sua bola preta em cima, e a grade cromada embaixo. Depois a Porsche, inventora da dupla embreagem e pragmática como toda empresa alemã que se preze, começou a caminhar para a mesma direção.
Mas aí algo diferente aconteceu. Como já disse aqui, todo progresso tem seu preço, e neste caso parece que uma parcela considerável da população mundial não acredita que o melhor caminho seja esse. E assim, sem nenhuma interferência artificial, reverte-se uma tendência. Hoje, há lugar para todo tipo de câmbio. Parece que, afinal de contas, as notícias da morte do câmbio manual foram exageradas.
Eu mesmo acredito que há espaço para todo tipo de coisa. Carros megapotentes fazem bom uso desse tipo de câmbio, pois são tão velozes e seguros que trocar marcha manualmente é um atraso, um anacronismo que não casa com a experiência de dirigi-los. Mas para o prazer de dirigir a velocidades menores, mais comum entre os meros mortais, e para fazer o ato de dirigir algo mais envolvente e gostoso, nada melhor que um bom pedal de embreagem.
Mesmo em cidade, mesmo pegando trânsito. Gente, pessoalmente não consigo simpatizar com gente que diz que cansa o pé no trânsito. Embreagens modernas são levíssimas e agradáveis. Não dói nada nem depois de um dia inteiro, vamos lá. Nem para mim, que tem uma perna esquerda fraca e que sofreu três operações no joelho para refazer ligamentos. Gente que acha a embreagem algo cansativo não poderia nunca praticar Crossfit em academias então, né? Mas fora delas o que mais se vê são Jeeps e outros SUVs, invariavelmente automáticos.
Não, para mim dirigir é ato envolvente, que precisa de minha atenção, e o câmbio manual garante isso. Como disse, tolero os automáticos modernos em supercarros megarrápidos, mas não em outros lugares. E parece que não sou o único.
Recentemente, a Porsche, por sugestão de vários clientes tradicionais, lançou um carro em que combinava tudo de bom de seu mais rápido 911 aspirado (o RS3), com estilo meio retrô e um câmbio manual. O 911R, uma série especial, fez um sucesso tão grande que o novo RS3 agora tem uma versão manual sem aerofólios chamada de Touring. Pelo que tudo indica, parece que o câmbio manual nunca vai morrer na Porsche.
Corvettes, Camaros e Mustangs? Nestes, nunca nem se cogitou isso. Sempre tiveram opções manuais. Os americanos, por mais que sejam famosos por serem “early adopters” de câmbio automático, nunca desejaram o fim dos manuais. Ter opção, para eles, é algo imprescindível.
Na verdade, eis uma estatística importante que sempre digo quando falam comigo sobre o carro autônomo: vejam o câmbio automático. Tecnologia dominada e em produção seriada de massa desde 1948, infinitas vezes mais simples e barata que carro autônomo. Acabou com o câmbio manual? Claro que não. Até hoje, 70 anos depois, não existe país no mundo onde 100% dos carros sejam automáticos. Na verdade, não conheço nenhum onde esse número seja maior que 70%. Em carros baratos, em carros esporte, em carros onde o dono exija a opção, sempre vão existir. Nos EUA, país onde o automático predomina desde os anos 50, não só sedãs BMW tem opção de câmbio manual, mas também coisas comuns como Accords e Camrys.
O que nos leva aos tais autônomos. Não vou falar aqui de carro elétrico antes, por alguns motivos simples: não é novidade, e não tem vantagem alguma frente ao motor a gasolina. É vontade política e não técnica, criada por uma onda verde que nega a real causa raiz de qualquer problema ambiental: o sucesso da raça humana em tomar o mundo e seus recursos. Eles sim são luditas, que imaginam voltar para trás no tempo. Não vou discutir isso.
Bem como me parece inócuo me juntar ao coro que abomina a direção com assistência elétrica. Eu me lembro muito bem quando achávamos que a assistência hidráulica era algo criado pelo Capeta em pessoa, que consumia potência e tornava a direção morta e artificial. Hoje, achamos a hidráulica ótima, a elétrica criada pelo demo, morta e artificial. Para mim, é uma questão de tempo para que esqueçamos outros métodos de deixar a direção mais leve. Pelo menos enquanto possamos de vez em quando dirigir Fuscas e Chevettes, e nos lembrarmos de como uma direção sem assistência alguma podia ser boa também, diretas e naturais como nunca mais serão. Claro que aqui perdemos algo, mas o balanço, acredito, é positivo. Alguém ainda acha o ar-condicionado um inútil dreno de potência do carro?
Mas o autônomo, vale pensar um pouco a respeito. E para falar a verdade para vocês, não vejo problema nenhum com eles. Ia ser ótimo, por exemplo, ter a opção de dormir ao invés de dirigir três horas para chegar em casa se assim desejar um dia. Principalmente se você estiver numa festa, com vontade de tomar um chope gelado. Mas a palavra crucial aqui é OPÇÃO. O carro autônomo deve poder ser controlado por seu dono se ele assim quiser.
Existe um desejo escuso nessa história toda de carro autônomo. Um desejo de tirar o nosso direito de dirigir. Com a desculpa de tornar o trânsito mais seguro, não tenha dúvida, os governos do mundo secretamente planejam tirar este nosso direito assim que o autônomo for viável tecnicamente. E não obstante os acidentes recentes, ele vai ser viável. Engenheiros, com o perdão pela linguagem, são foda, e a tecnologia básica existe. É questão de tempo somente.
Mas tirar o nosso direito de dirigir nossos carros é algo que gente de bem não pode aceitar. Por motivo nenhum. Abandonar nosso direito de decidir nosso destino, caminho e velocidade para mais segurança é uma opção que não pode ser colocada como compulsória a todo mundo. Por um misto de inveja, ignorância, e egoísmo puro, quem não gosta de dirigir e não liga para o automóvel acaba por fazer coro nessa terrível ameaça. Querem nos tirar do volante.
Essas pessoas não enxergam o inferno que isso seria. Os carros nunca fariam o caminho que você deseja, nunca retornariam rapidamente numa decisão repentina, nunca passariam do limite de velocidade. Imagine 3 pistas livres e vazias e um limite de 60 km/h, e todos os integrantes do carro cortando os pulsos. Imagine que ele pode acabar indo sozinho à oficina quando qualquer besteira quebre, indo a delegacia se achar que você fez algo errado. Imagine que você não teria mais controle sobre seu carro. Que um dia ele pode perguntar a você, feito um policial, aonde você vai e por quê. Imagine que alguém um dia pode ter a brilhante ideia de dar aos robôs (carros autônomos incluídos) poderes de polícia. Imagine um inferno.
E tudo isso para quê? Por preguiça? Para trabalhar no caminho do trabalho? Para jogar videogame? Para ver pornografia na internet? Sinceramente, nada de bom virá de mais tempo livre para uma geração que já prefere não fazer nada de útil do jeito que está. Pelo menos dirigir deveríamos obrigá-los.
O carro autônomo é mais uma forma da população emburrecida abandonar uma liberdade em nome de uma promessa de segurança maior. Sempre foi a melhor maneira de eliminar liberdade, dizer que é para nossa própria segurança. De Hitler a Maduro, de Stálin a Idi Amin Dada, a promessa de segurança contra um mal maior é o suficiente para que coloquemos nossas vidas nas mãos de outros. Que escolhamos deixar nossa segurança nas mãos de outros.
Na verdade, o risco permanece, apenas a responsabilidade foi transferida para a empresa que fez o carro. Como um Tony Stark medroso e arrependido frente a um responsável e heroico Capitão América, nos rendemos à ideia de que o governo, o coletivo, é capaz de pensar e decidir melhor que o indivíduo. Que cada vez mais deixaremos nossas atividades, profissionais ou particulares, para máquinas que as fazem melhor. Segurança? Para que estar seguro num mundo assim? Os motivos para estar vivo de verdade acabariam.
Cada vez menos seremos pessoas, cada vez mais nos tornaríamos peças em uma gigante máquina. Para mim, esse absurdo não vale segurança nenhuma. Prefiro morrer a viver como uma formiga, como uma engrenagem no sistema, incapaz de arcar com decisões e suas consequências. Ser levado ao invés de guiar.
Como disse o grande ministro Luís Roberto Barroso, do STF:
“Eu entendo e respeito quem tem o entendimento de que bastaria um caso de reforma para justificar a exigência do trânsito em julgado. Mas por essa lógica, deveríamos fechar todos os aeroportos, porque apesar de todos os esforços, há uma margem mínima de acidentes. O mesmo vale para a indústria automobilística, para a construção civil e quase todas as atividades produtivas. Viver envolve riscos. E tornar a vida infinitamente pior não é capaz de eliminá-los.”
MAO