A Honda Bros NXR 160 ESDD é uma trail leve: pesa 121 kg a seco. Tudo nela é de fácil, leve e preciso manejo. A suspensão é macia e seu motor prima pela suavidade, economia e elasticidade. Boa moto. É daquelas que o sujeito compra e nunca mais terá coragem de vender, pois nela não haverá nada que o desagrade.
Quanto à durabilidade, imagino que não há mais o que provar. Há pouco, conversando na praia com um motoboy, o Lucas, dono de uma CG 160 Cargo, cujo motor é basicamente o mesmo desta Bros, ele me disse que sua moto já estava passando dos 200 mil quilômetros rodados sob severas condições e só agora é que apresentava algum sinal de cansaço. É incrível o que esses motores aguentam.
Quando a peguei na Honda, estava com o nosso editor Roberto Agresti, pois havíamos devolvido outras motos ali perto. Como ele faz de tudo para não andar de outra coisa que não seja uma moto, levei o amigo na garupa à sua casa. Bem alimentado, diz ele que está pesando 86 kg, porém, como é costume pessoas mentirem sobre o quanto pesam, o leitor credite a ele uma boa macarronada a mais. E não é que a moto não se importou com isso?
Fiquei logo impressionado como ela retomava bem desde baixa rotação, mesmo levando ao lombo algo como 160 kg. Estou bastante acostumado com as motos de 125 cm³ e a grande diferença entre uma e outra está nisso, na elasticidade do motor, na boa pegada que o de 160 cm³ tem desde baixas rotações.
A potência é de 14,5 cv/14,7 cv a 8.500 rpm. Sim, ela é flex, mas felizmente veio abastecida com o combustível certo, gasolina. O torque é de 1,46/1,60 m·kgf a 5.500 rpm. Nota-se aí grande diferença de rotação entre o torque máximo e a potência máxima, uma característica de motor elástico. Usa injeção eletrônica PGM FI, que coopera para a elasticidade, para a suavidade de funcionamento, além da economia de combustível.
A consequência é que para o uso normal, para o rodar tranquilo e civilizado, ela exige poucas mudanças de marcha, notadamente quando aliviada de um amigo como o meu da garupa. Ela é toda leve e silenciosa.
Na estrada viaja com conforto geral a 100 km/h indicados. Mais conforto teria se o selim fosse menos inclinado para frente, o que causa certo incômodo em nosso traseiro, coisa que não acontece numa CG, por exemplo. Essa inclinação do selim é característica de motos trail como a Bros, certamente para proteger as partes íntimas masculinas quando há grande oscilação longitudinal da moto no off-road. Portanto, se o interesse do leitor é maior em pequenas viagens de moto, aconselho a CG 160, por oferecer maior conforto na estrada.
Os pneus usados são de uso misto, Pirelli MT60. Um pouco ruidosos, obviamente, mas suficientemente bons de aderência no asfalto. As cores a escolher são laranja, azul e vermelho.
Seus freios são a disco e ela vem com Combi-Brake, freio combinado, que é a frenagem de ambos os freios quando acionados pelo pedal. Muito útil, principalmente para motociclistas iniciantes que não sabem frear distribuindo corretamente as potências de frenagem dianteira e traseira. O freio dianteiro pode ser acionado isoladamente pelo manete. Gostei bastante deste Combi-Brake por seu sistema ser hidráulico, já que ambos os freios são a disco. Sendo assim, a dosagem da distribuição é estudada, testada e correta, pois vem assim de fábrica e é imutável, tal qual os freios de um automóvel. Já o sistema combinado usado pela Biz 110i, que recentemente testei, é feito por cabos, o que requer ajustes exatos para que fiquem eficientes e seguros, e isso na prática pode não ocorrer, pois com o passar do tempo é comum as revisões da moto deixarem de ser feitas nas autorizadas da marca.
Preço: R$ 12.050. A NXR Bros 160, mais simples, com freios a tambor, porém mesmo trem de força: R$ 10.241. Moto boa, conjunto muito bom. Essa é o tipo da moto para ficar na família por muitos anos.
AK
FICHA TÉCNICA HONDA NXR BROS 160 ESDD: | |
MOTOR | |
Tipo | Monocilindro, 4 tempos, comando de válvulas no cabeçote, arrefecido a ar, flex |
Cilindrada: (cm³) | 162,7 |
Diâmetro do cilindro x curso do pistão (mm) | 57,3 x 63 |
Potência (cv/rpm, G/A) | 14,5 /14,7/8.500 |
Torque:(m·kgf/rpm, G/A) | 1,46/1,60/5.500 |
Taxa de compressão (:1) | 9,5 |
Formação de mistura | Injeção eletrônica PGM FI |
Ignição | Eletrônica |
Combustível | Gasolina e/ou álcool |
SISTEMA ELÉTRICO | |
Tensão (V) | 12 |
Bateria (A·h) | 4 |
Sistema de partida | Elétrico |
Farol (W) | 35/35 |
CÂMBIO | |
Número de marchas | 5 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira (curso mm) | Garfo telescópico/180 |
Traseira (curso mm) | Monomola/150 |
FREIOS | |
Dianteiro (Ø mm() | Disco/240 |
Traseiro (ÏØ mm) | Disco/220 |
ESTRUTURA | |
Tipo | Berço semiduplo |
PNEUS | |
Dianteiro | 90/90 -19M/C |
Traseiro | 110/90 -17M/C |
Atuação | Hidráulica, combinada dianteira-traseira |
PESO | |
Peso seco (kg) | 121 |
CAPACIDADES (L) | |
Tanque de combustível/reserva | 12 |
Óleo do motor | 1,2 |
DIMENSÕES (mm0 | |
Comprimento | 2.067 |
Largura: 810 | 810 |
Altura: 1.158 mm | 1.158 |
Distância entre eixos | 1.356 |
Distância mínima do solo | 247 |
Altura do assento | 836 |