Inglês renova até 2020, quando muda atual regulamento da F-1
Lewis Hamilton, campeão mundial reinante, e a equipe Mercedes, anunciaram ontem que a união entre os dois vai perdurar por mais duas temporadas, decisão que consolida o inglês como o piloto mais vitorioso na história esportiva da marca e termina junto com o atual regulamento técnico da categoria, normativa que será alterada substancialmente a partir de 2021. O comunicado foi divulgado às vésperas do início dos treinos para o GP da Alemanha, que será neste domingo no circuito de Hockenheim, situado próximo à cidade de Heildelberg. Lewis é o vice-líder do Campeonato Mundial e Pilotos, oito pontos atrás do líder Sebastian Vettel, piloto da Ferrari que tem 171. Fontes inglesas indicam que seu contrato foi firmado com vencimentos da ordem de o equivalente a R$ 200 milhões anuais.
A renovação de Hamilton tem consequências amplas sobre o mercado de pilotos e afeta diretamente Daniel Ricciardo, o nome mais cobiçado entre os pilotos experientes da categoria. Para o australiano permanecer na Red Bull significa assumir um risco enorme com relação às suas chances de vencer um campeonato mundial: a Red Bull não tem interesse em renovar por apenas uma temporada e a Honda, que será sua parceira e patrocinadora a partir de 2019, ainda precisa equiparar seu motor aos dos rivais Mercedes e Ferrari. Com uma nova safra de pilotos a caminho, Ricciardo poderá superar o auge e sua carreira sem poder ter desfrutado uma chance real de se tornar campeão.
O primeiro nome dessa nova safra é o monegasco Charles Leclerc, que ao que tudo indica fará dupla com Sebastian Vettel na Ferrari em 2019. Esta é uma das vagas que brilhou aos olhos do australiano, assim como a que completa a esquadra alemã, onde a permanência de Valtteri Bottas para uma terceira temporada ao lado de Hamilton ainda está em discussão. Neste caso surge o nome de Esteban Ocón, franco-catalão que após duas temporadas na Force India já demonstrou que merece a promoção.
Quanto ao seu provável substituto, o inglês Greg Russell está na pole position, mas uma notícia publicada hoje na Itália dá conta que isso pode não acontecer: descontente com o rendimento da equipe Williams, Lance Stroll e sua família estariam de olho em comprar parte da equipe de Vijay Mallya.
Tal associação extraoficial com a Mercedes poderia ser parte da negociação e garantir a vaga de Russell, caso vença a disputa com o mexicano Sérgio Pérez, que tem a seu favor o incentivo financeiro de empresas mexicanas. Caso a família Stroll deixe mesmo a Williams e a marca alemã insista em prestigiar um dos seus protegidos, Pérez poderia vir a ser um candidato à vaga do canadense, embora a atual fase da equipe inglesa não seja um grande atrativo para um piloto com sua experiência. Muito mais factível seria uma associação com a Toro Rosso, onde o neozelandês Brendon Hartley dificilmente será mantido e a academia de pilotos da marca de energéticos não conta com nomes em condição de ocupar a vaga.
Mais do que o retorno do GP da Alemanha, o fim de semana Hockenheim tem na sua agenda outros assuntos, como a repercussão da decisão da prefeitura de Miami em adiar para setembro a decisão sobre aprovar ou não o ingresso do balneário da Flórida no calendário de 2019 e uma aventada alteração no sistema de pontuação da categoria. Para os padrões americanos — ou seja, aqueles mais valorizados pela Liberty Media, atual detentora dos direitos comerciais da F-1 —, quanto mais posições pontuáveis estiverem em jogo acontecem mais disputa na pista e o público acompanha o evento com mais interesse.
WG