FIAT UNO DRIVE 1,0 EM TESTE NO USO

O Fiat Uno testado é a nova versão Drive 1,0, que, lançada em julho, passa a contar com o motor Firefly 1-litro de 3 cilindros flex que não tem sistema de partida a frio com auxílio de gasolina e traz, de série, ar-condicionado, assistência elétrica de direção, sinalização de frenagem de emergência, luz de afastamento (faróis se mantêm acesos por alguns segundos após o carro ser desligado) e HSD (High Safety Drive), que além das bolsas infláveis frontais e freios ABS obrigatórios inclui a função de acionamento da seta indicando trocas de faixa mediante sete piscadas, faróis com máscara negra e ajuste de altura do volante. Seu preço-base é de R$ 45.490,00. O Uno (novo Uno, 2ª geração) foi lançado em maio de 2010 e em setembro de 2014 passou por atualização.

O Uno anterior com motor Fire 1-litro de quatro cilindros, o Attractive, passa a ser o Uno de entrada, com preço de R$ 38.990.

Este do teste veio com dois pacotes opcionais:

• Kit Comfort Plus R$ 2.990 – Controle de estabilidade e tração, assistente de partida em aclive, espelho direito que abaixa orientação ao engatar ré, terceiro apoio de cabeça e cinto de três pontos central, e ajuste de altura do banco do motorista.

• Kit Connect R$ 2.540 – chave-canivete, alarme, rádio Connect, mostrador central LCD (cristal líquido), e função MyCar (diversas configurações do veículo)

Sendo assim, o preço completo da versão testada é de R$ 51.020.

O motor é o Firefly 1,0 – três cilindros, 2 válvulas/cilindro, 72/77 cv a 6.000/6.250 rpm e 10,4/10,9 m·kgf a 3.250 rpm – que diante da leveza do Uno (1.010 kg) satisfaz no dia a dia urbano. O motor é dono do maior torque entre os 1-litro de aspiração atmosférica. Já na estrada ele só se mostra suficiente, porém, desde que o motorista saiba como extrair do motor o que ele tem a oferecer, é capaz de cumprir um ritmo bom. O câmbio é manual de 5 marchas e ré. Segundo o fabricante, sua velocidade máxima é de 154/157 km/h e faz o 0 a 100 km/h em 12,4/13,4 segundos.

O que agrada bastante é a elasticidade desse pequeno motor. Tão elástico é que permite que tenha marchas relativamente longas, e a consequência disso é requerer poucas trocas de marcha para que mantenha bom ritmo no trânsito urbano. É econômico, segundo o Inmetro, 13,1/9,2 km/l na cidade e 15,1/10,4 km/l na estrada, números que facilmente são batidos se o motorista dirigir objetivando economizar combustível.

O alcance das marchas à rotação de corte (6.500 rpm) é 1ª 38 km/h, 2ª 70, 3ª 106 e 4ª 140 km/h. A 120 km/h (velocidade verdadeira) em quinta o motor está a 4.040 rpm mas não chega a incomodar devido à suavidade do seu funcionamento.

Sua suspensão – McPherson na frente, sem barra estabilizadora, e eixo de torção atrás — é surpreendentemente macia para um veículo desse porte. Em asfalto ruim o Uno passa como uma minilimusine. E também se mostrou apto para encarar estradas de terra, o que faz com valentia e maciez, já que a suspensão além de bem isolada mostra robustez. Engana-se quem achar que essa maciez de suspensão resulta num carro bamboleante. Ele é ágil e após manobras bruscas de imediato se estabiliza. Faz curvas com bom comportamento e não apresenta vícios que surpreendam o motorista. Freia bem, mesmo em emergências. Os freios são a disco (não ventilado) na dianteira e tambor na traseira. Em suma, fizeram realmente um bom trabalho; souberam contemporizar segurança e conforto.

O volante, com regulagem de altura, me pareceu, descer mais que os modelos anteriores, permitindo agora um posicionamento para dirigir bem próximo do ideal. A direção é eletroassistida. No painel há uma tecla (City) que aumenta a assistência, o que deve agradar a muitos, pois a deixa ainda mais leve. Ao chegar a 40 km/h passa automaticamente à assistência normal.

O trambulador do câmbio é um tanto vago, mas é eficiente e leve. O pedal de embreagem não exige força praticamente alguma. O pedal de freio é bom, progressivo, e por ser bem posicionado em relação ao do acelerador permite fácil punta-tacco, marca registrada da Fiat. O console central não é intrusivo, ou seja, não atrapalha os movimentos da perna.

Os cintos de segurança têm regulagem de altura. Há cintos de 3 pontos para os três ocupantes do banco traseiro, que é bipartido. Os de trás terão espaço restrito; só suficiente para curtos trajetos caso sejam adultos de média ou grande altura. Há inúmeros porta-objetos. O painel é funcional, prático. O velocímetro analógico tem má visibilidade, porém pode-se ativar o digital no centro do painel para mais rápida e precisa informação. O porta-malas é de 280 litros, mas com os encostos do banco traseiro na posição menos inclinada ganha 10 litros. O tanque de combustível, adequados 48 litros.

A Fiat oferece o Mopar Vehicle Protection (MVP) que além da assistência 24h tem a possibilidade de contratação de uma extensão de garantia e plano de revisão, podendo adicionar às parcelas no financiamento do carro.

O Uno ganhou em desempenho e consumo com o novo motor e, como um todo, é capaz de satisfazer quem busca um hatchback prático e manobrável na cidade, com bons atributos.

AK

Fotos: autor