O Petersen Automotive Museum em Los Angeles é um dos mais espetaculares museus de automóveis do mundo, bem ao nível de Hollywood. O belíssimo museu ocupa um quarteirão inteiro e ficou 12 meses fechado para reformas, sendo reinaugurado em 2016 e ficado ainda melhor.
O prédio tem três andares com várias exposições temáticas mutantes, já que o acervo do museu é imenso e abrange não somente carros americanos, mas veículos do mundo todo, assim como motos e vários “espécimes” de várias categorias de corrida e de personalização tipo hot rods, bugues, dragsters e muito mais.
Já estive lá três vezes, mas na minha última visita, já quando eu estava de saída do museu em direção ao estacionamento, vi um aviso anunciando visitas guiadas no depósito de raridades guardado a sete chaves no subsolo do prédio.Deixei minha esposa no hotel e voltei ao museu na hora marcada, mas para minha grande decepção era proibido fotografar o acervo secreto..E o cuidado não é por menos.
O guia deu um show na apresentação das motos e automóveis que estão cuidadosamente tratados e bem guardados naquele galpão subterrâneo. Uma boa parte dos veículos foram doados por grandes atores de Hollywood, muitos deles usados em filmes famosos.
Além disso, há carros muito especiais e peças únicas, como um Ferrari barchetta, desenhado especialmente para o presidente dos EUA da época. Foi o único Ferrari conversível preto, com pneus de faixa branca, que vi na minha vida.
Para quem ama automóveis espetaculares, sugiro duas semanas pela região para poder aproveitar as reuniões que acontecem praticamente todos os dias, mas especialmente nos fins de semana, pelos estacionamentos das praias mais famosas. Não há outro lugar no mundo onde a cultura automobilística esteja tão bem representada como o sul da Califórnia.
Outra diversão preferida minha é sair dirigindo pelos bairros de Los Angeles “caçando” raridades pela rua. Você encontra verdadeiras obras de arte estacionadas ao longo do meio-fio nos belíssimos arredores da cidade, com ruas arborizadas e casas de sonho.
A maioria destas fotos, de 2004, aproveitei na minha fase de desenhos digitais baseados em fotos de rua, ou calendários que acabavam sempre na mão de amigos muito chegados.
Muita gente me pergunta como nos sentimos quando vemos aquele automóvel que você junto com sua equipe literalmente esculpiu, e acompanhou todo o processo de nascimento do produto e o carro na rua aos milhões.
Realmente, o profissional da área de desenvolvimento e principalmente de Design tem uma visão completamente diferente em relação às pessoas “normais” ou aquelas que usam o produto sem envolvimento na sua criação e produção.
Mesmo o mais experiente jornalista automobilístico ou o fanático por automóveis que nunca passou pela experiência de construir um carro, com todo o trabalho, política interna, limitações, concorrência e dedicação por cumprir uma missão de quatro anos que tem dia marcado para o “JOB 1” desde o primeiro dia de vida (aprovação do programa), pode ter o “feeling” do designer e como ele encara o automóvel.
A foto acima, tirei-a numa manhã de caminhada quando morava em Santos. O Fox, que nasceu num guardanapo de boteco e se tornou parte da vida de milhões de brasileiros.
Naquela época descobri que estava seriamente doente e teria que passar por uma cirurgia muito complicada, junto com um cansaço mental e grandes responsabilidades, que eu considerei acima de minha capacidade de resolver e suportar.
Hoje posso dizer que foi a decisão acertada.
A cirurgia foi muito bem, tive uma rápida recuperação e finalmente pude me sentir livre e leve novamente.
A posição de Designer é fantástica, mas a de um diretor de Design, além de fantástica é’ também muito desgastante, frustrante em vários níveis, não só na não aprovação de um programa que eu achava indispensável mas, principalmente, para com o time, suas famílias e sonhos.
O modelo do Gol Vintage na foto da minha despedida da VW foi um presente do time, que acabei doando para o estúdio, já que eu não teria um lugar adequado para deixá-lo.
Mais uma vez agradeço a todos o chefes, como os quais muito aprendi, assim como a todos colaboradores e colegas do dia a dia, que juntos aceitamos e cumprimos todos os desafios com os quais nos confrontamos.
Muitas vitórias e algumas derrotas, mas a vida é assim mesmo, um dia você perde e no outro, ganha.
Fui um homem abençoado por poder ter trabalhado toda minha vida naquilo que amava desde criança: desenhar e construir automóveis.
Passar o bastão não é um movimento fácil, mas pobre daquele que não consegue se libertar e mudar a direção de sua vida.
Esta velha guerreira encontrei perto da feira livre de meu bairro. O estado deplorável da velha senhora mostra bem as marcas do quanto ela já fez na vida.
A Kombi, como e’ conhecida por aqui, é realmente um carro genial e especialmente no Brasil ajudou muitos microempreendedores a criar e tocar seu negócio simplesmente baseado na sua imensa qualidade e capacidade de transportar “coisas”.
São carros de feirantes, que se transformam em banca de vendas, de transporte escolar e de passageiros, ” food trucks”, e centenas de outras aplicações, simplesmente inigualável pela sua arquitetura única.
As fantásticas T4,5,6,7 são também carros de sonho, mas não se comparam com a velha senhora nos quesitos de capacidade de carga, leveza, baixo custo, simplicidade de projeto, manutenção barata, com seu layout único, com o motorista sentado sobre o eixo dianteiro e motor traseiro.
Por motivos de segurança em caso de colisão frontal, a Volkswagen decidiu mudar este layout a partir da quarta geração das Tansporters, como são chamadas na Alemanha, decisão coerente com sua filosofia de segurança, mas mesmo assim acabou deixando para outros o espaço que durante várias décadas foi imbatível.
Um brinde à velha senhora, que hoje se transformou em um ícone mundial que gerou dezenas de “clubes” que vivem para perpetuar sua praticidade e, por que não, sua beleza.
Display de um Bugatti Veyron exposto no “Volkswagen Group Forum” na esquina da rua Unten den Linden com a Friedrichstrasse, um dos endereços mais chiques e centrais de Berlim.
Esta boutique de carros do Grupo, que foi uma dos pioneiros a investir neste conceito de abrirem um ponto, quase cultural, é baseada nos produtos e na história das marcas que compõem o Grupo.
A foto é’ de 2007, quando morei no Centro novo da cidade, a Potsdamer Platz, o ponto turístico mais importante de Berlim.
Não há quem não fique maravilhado com esta obra de arte (o Bugatti) apresentado em um vitrine em uma das ruas mais históricas do país.
Berlim e’ um prato cheio para quem gosta de fotografar carros incríveis pelas ruas, como na foto de abertura, graças à grande quantidade de milionários nas redondezas, além de existir uma forte cultura automobilística enraizada da cidade onde há vários encontros de entusiastas, fora garagens e museus muito interessantes.
Se você ainda não conhece Berlim, recomendo uma visita, pois realmente vale a pena.
LV
Fotos:Autor