Existem vários tipos de motos para grandes viagens. Aventureira, big trail… geralmente modelos de alta cilindrada, acima de 1.000 cm³, que permitem rodar com conforto centenas de quilômetros todos os dias. Mas, poucas superam uma Grã-Turismo, feita para dar o máximo de conforto em longas estradas asfaltadas. Nesta seleta categoria temos motos que oferecem, além de muito conforto, tecnologia, desempenho e espaço para bagagens. Para competir nesse segmento a Honda traz a nova geração da Honda Gold Wing, modelo tradicional que sempre procura ter o máximo de tecnologia para longas aventuras. A nova geração chega, importada do Japão, em duas versões.
A primeira delas chamada apenas de GL 1800 Gold Wing, com pintura cinza fosca, continua com câmbio manual tradicional, e não tem tantos recursos eletrônicos, como o controle de tração.
Já a mais completa — e que recebeu as principais inovações — é a Gold Wing Tour, fornecida apenas na cor vermelha. Muito mudou, começando pelo visual claramente mais esportivo que a geração anterior. O enorme motor de seis cilindros contrapostos (boxer) passou para 1.833 cm³ e entrega 126 cv a 5.500 rpm. Além da melhora no desempenho o peso foi reduzido em 39 kg na versão mais completa sendo 3,8 kg só no motor.
A principal novidade é o câmbio automático de dupla embreagem e sete marchas. Sem a alavanca de embreagem no punho esquerdo é possível escolher a marcha pelo seletor “+” e “- “ ou então deixar acionamento totalmente automático. Porém a comodidade é exclusiva da versão Tour, também a única com bauleto traseiro. Na versão mais básica o câmbio é convencional de 6 marchas.
Mas, a Gold Wing topo de linha traz itens só encontrados em carros de luxo. Desde de fluxo de ar aquecido, para viajar com conforto no inverno, passando por para-brisa regulável eletricamente, até mostrador multimídia de 7″ com informações de áudio e navegação. Claro, tem muita conectividade, com Bluetooth e USB, mas só aceita Apple CarPlay. Falta conexão com o sistema Android.
Traz ainda Smart Key, chave presencial, que funciona não só para ligar a moto, como também para abrir o top case e malas laterais.
As suspensões trazem regulagem eletrônica que, combinadas com acelerador sem cabo (throttle by wire, elétrico), permite ajustar em quatro diferentes modos de condução (Riding Mode). Motor, câmbio, suspensão e controles de tração são ajustados para pilotar desde chuva (Rain) até modo Esportivo. No modo Rain, por exemplo, há redução de potência e a aceleração é bem mais suave, evitando perda de tração ou aderência. Traz ainda sistema Start/Stop para maior economia de combustível.
Os freios contam com o sistema ABS combinado (sempre freia a roda dianteira e traseira) que é adaptável ao tipo de pilotagem e ajuste de suspensão escolhido. Fecha o conjunto o sistema de bolsas infláveis (airbags) único no mundo em motos.
Para ter uma dessas duas na garagem, porém, é preciso também ter uma boa conta bancária. O preço público, sem frete, é de R$ 136.500 para a Gold Wing e R$ 156.550,00 para o modelo Tour.
Mesmo sem tanto auxílio eletrônico ou cambio automatizado, rodar com uma Gold Wing é uma experiência única. Apesar de seu porte e peso, pilotando a GW tem-se um comportamento surpreendente pela maneabilidade e, principalmente pela sua capacidade de enfrentar curvas rápidas com segurança. Seu conforto é o ponto alto, permitindo longas viagens sem cansaço, tanto para o piloto como para o garupa. Acelera bem, freia com muita eficiência e seu enorme porte só é lembrado no transito urbano, pois ela precisa de espaço nas ruas e também para estacionar.
Com tudo isso, ela sempre foi candidata ao título de “Rainha da Estrada”.
LR