A McLaren já teve dias melhores nas pistas de F-1. Mas, não pode reclamar das vendas de seus supercarros, esportivos para concorrer com Ferrari e Lamborghini. Desde 2010 a produção vem aumentando e deve chegar este ano aos 5.000 carros “nas ruas”. O “nas ruas” é bem relativo, já que superesportivos com pelo menos 600 cv gostam mesmo é de pistas livres.
Com uma única revenda em São Paulo, SP, agora chegaram os modelos Spider do 600 LT (Long Tail, cauda longa) e do 720S. Os numerais 600 e 720 são exatamente isso: a potência em cv extraídas de motores V-8 biturbo (3.8 litros no 600 e 4 litros no 720). O torque máximo também é brutal: 62,5 m·kgf no 600 e 78,5 m·kgf no 720.
A novidade dos Spider está na capota, o teto central, removida eletricamente para baixo da tampa traseira, acima do motor, mesmo com o carro andando (em 15 seg até 40 km/h no 600LT e em 11 seg até 50 km/h no 720S).
Os preços afastam a maioria dos mortais (R$ 3,25 milhões e R$ 3,45 milhões, respectivamente), mas o desempenho atiça a imaginação dos entusiastas. Os carros vendidos no Brasil são topo de linha da McLaren, inclusive equipados com o “kit lift”, que levanta as suspensões para conseguir rodar em nossas ruas e estradas. Mas, saiba que ainda existem opcionais, como um kit que substitui várias componentes de carroceria por compósito de fibra de carbono, aliviando cerca de 40 kg de seu peso. Isso só vai custar mais cerca de R$ 300/400 mil.
Claro que o desempenho é proporcional ao preço: ambos fazem o 0 a 100 kmj em menos de 3 seg (exatos 2,9 seg) e o 600 chega aos 324 km/h, enquanto o 720 é ainda mais rápido, fazendo 341 km/h. O mais potente faz o 0 a 200 km/h em 7,9 segundos.
A apresentação dos Spider foi apenas estática, ainda não dirigi, mas quem já pilotou estes supercarros na versão fechada me contou que o desempenho é assustador. Quando os controles eletrônicos de estabilidade, tração, etc são desligados, suas mãos suam instantaneamente e seu pé direito começa a ter precisão milimétrica, para não atiçar demais os V-8 e seus dois turbos: “você é apresentado ao diabo”. “É a manga chupando o cão” (o que é muito pior que “o cão chupando manga”). Enfim, adrenalina garantida (aos baldes) ou seu dinheiro de volta.
Mesmo com estes preços, o negócio vai bem, obrigado. Em 13 meses de atuação no Brasil já foram vendidos 31 carros e a meta para 2019 é de 30 unidades, incluídos todos os modelos, inclusive o McLaren Senna.
Destes Spider virão apenas quatro unidades de cada modelo para cá, e eles podem ser personalizados sob encomenda, tanto quanto a cores como tipo de acabamento. Em três ou quatro meses estarão no Brasil.
Se você mora fora de São Paulo, não se preocupe com as revisões. Os técnicos da McLaren tomam um avião e fazem a manutenção básica em sua própria casa.
JS