Ufa!! Finalmente, o Land Rover Defender renasce!!! Depois de quase quatro anos do encerramento da produção do Defender, ontem (10/9) o NewDefender foi revelado no Salão de Frankfurt.
A tarefa não era fácil. O Defender era um veículo produzido desde 1948, que “nasceu” com a Land Rover e definiu o DNA da marca e da companhia. Versatilidade, alta capacidade off-road, resistência e durabilidade, capaz de sobreviver aos mais extremos e inóspitos lugares do planeta, capacidade de carga, capacidade de reboque — eram muitos os predicados e características que o Novo Defender deveria seguir (e honrar!), E tudo isso estava num carro com design marcante, único e cheio de personalidade.
Ontem “madruguei” para acompanhar o lançamento. E a minha opinião é que “mission accomplished” (missão cumprida). Ainda antes de ver ao vivo e de “andar” (item fundamental para qualquer avaliação), minha opinião:
– O design do Defender foi “respeitado” — vários elementos estão no #NewDefender tais como: traseira vertical, estepe na porta traseira com abertura lateral, linha da carroceria “para dentro” das rodas (que é ótimo para o off-road), linha superior à cintura recuada para dentro, alpine window (janela no teto), capô do motor com posição central e para-lamas largos (do tipo que dá para subir em cima, provavelmente), para-choques com montagem inferior (me parece que não será difícil “substituir” por modelos mais apropriados para o off-road), previsão de instalação de guincho, os grupos óticos que remetem à identidade visual do “old” Defender (na frente — a sensação do farol “quase” circulare das pequenas lanternas, na traseira – as pequenas lanternas e a posição que remetem ao “old”), e por aí vai;
– No interior: posição de dirigir elevada, com um para-brisa mais vertical do que os carros atuais, painel reduzido e minimalista, capacidade de ser lavável com materiais emborrachados e duráveis, possibilidade de um terceiro banco central na 1ª. fileira (bastante interessante para certos usos e configurações), elementos estruturais visíveis e até 40,2 litros de porta-objetos para arrumação;
– Para o off-road e versatilidade: respeitáveis ângulos de ataque, saída e central, equipado com reduzida, Terrain Response com opção de “customização” pelo condutor, opção de bloqueio de diferencial central e do diferencial traseiro (a entender melhor como funcionarão e quão serão possíveis de acionar manualmente pelo condutor), pneus de 815 mm (equivalentes a 32″), pontos de ancoragem muito fortes (especificações de suportarem até 10 toneladas de carga — o que garante a possibilidade de resgatar o veículo em condições severas de atolamento — embora a posição do gancho frontal tenha me decepcionado um pouco por ser muito “por baixo” do carro), curso de suspensão de até 500 mm (certamente, nas versões com suspensão pneumática que permitirá elevar o veículo em até 145 mm), carroceria com grande rigidez torcional (segundo a JLR é o mais rígido veículo já construído por eles), grande capacidade de reboque (até 3.500 kg) e grande capacidade de carga (até 900 kg).
Muito mais poderia ser dito, mas é apenas uma primeira impressão — e muito positiva, mesmo!
E como é legal que ele permaneça com as opções 90 (curta, com duas portas) e 110 (longa, com quatro portas).
Duas e quatro portas, a escolherAcho que qualquer análise deve contemplar o mundo atual (fortes regulamentações de emissões e segurança), o objetivo da JLR (fazer o veículo mais capaz já produzido pela empresa, mas sendo um veículo moderno, desejável, capaz de conquistar novos clientes e mercados e ser voltado para o século 21), os consumidores atuais e os novos que estão por vir e a tradição da companhia.
Visto sob esse ângulo, acho que o resultado final superou minhas expectativas. É preciso lembrar que hoje a Land Rover é uma marca que produz veículos “premium”, com tecnologia embarcada de ponta e preza pela capacidade off-road dos seus veículos, que devem sempre ser os mais capazes em suas respectivas categorias.
Até por isso, todo o “leque” de tecnologias atuais da Land Rover estão nele.
Acho que nesse contexto o New Defender cumpre sua finalidade.
Alguns dados básicos sobre o New Defender (baseado no modelo 110 e valores arredondados em modo Off-Road, quando aplicável):
– Comprimento: 4,76 m (sem estepe) / 5,02 m (com estepe)
– Altura: 1,97 m
– Largura: 2,00 m (sem espelhos) / 2,11 m (com espelhos abertos)
– Entre-eixos: 3,02 m (equivalente a 119 polegadas)
– Peso: na faixa entre 2.300 kg e 2.400 kg (varia conforme motores, números de lugares, etc.)
– Vão livre do solo: 29 cm
– Ângulos off-road: entrada, 38º; central, 28º; saída, 40º
– Inclinações máximas: frontal, 45º; lateral, 45º
– Travessia de alagados: 90 cm (existe opção de snorkel que, eventualmente, eleva esse valor)
– Motores: 4 opções, considerando diesel, gasolina, MHEV/semi-híbrido e PHEV/híbrido plug-in (níveis de configuração híbrida) – ainda não foi divulgado quais opções virão para o Brasil
– Câmbio: 8 marchas com opção de reduzida
Certamente, muitos puristas e entusiastas ainda reclamarão do design, de um “excesso” de eletrônica, de materiais excessivamente “nobres”, da suspensão pneumática independente (não custa lembrar que ela é que fará com que o veículo tenha grande performance on-road — quando o veículo estiver na altura “normal” — e grande capacidade off-road — quando o veículo estiver elevado; e essa “versatilidade” é muito difícil de conseguir sem uma suspensão ajustável) e de outros aspectos que fazem o carro ser “menos rústico” do que o desejável para “off-road extremo”. Para esses, ainda podemos ter e manter os “tradicionais” Defenders por muitos e muitos anos — me incluo aqui na intenção de manter o meu por perto por muito tempo ainda… rsrs.
Mas, é interessante lembrar como os clientes (muitos e muitos) sempre reclamaram do nível de conforto do “old” Defender: barulhento, apertado, duro, sem ergonomia, climatização ruim, isolamento (água e poeira) deficiente, etc.
Então, que o New Defender possa “reconquistar” esse público, que possa ser um veículo para mais pessoas e não apenas para um pequeno “nicho” do mercado, que possa manter as pessoas conectadas ao off-road e ao estilo de vida com aventura, sendo um veículo multiuso por excelência e que nos faça continuar trilhando os mais difíceis caminhos com tranquilidade e segurança. E agora com mais conforto sem perder a característica de sobreviver aos desaforos que o Off-Road impõe ao carro, e tanto nos diverte.
E me incluo aqui naqueles que pretendem ter o novo modelo na garagem — pelo menos em algum momento no futuro!
E contribui com essa possibilidade a grande diversidade de acessórios (até 170 itens, incluindo compressor de ar, tendas, acessórios para pets, etc.), rodas (inclui até mesmo uma opção de roda de aço), pneus (opções on- e off-road), opções de acabamentos e cores internas e externas (achei que faltaram cores mais vivas e vibrantes para um veículo off-road), sistema de som de alta capacidade (opção de até 700 W e 14 alto-falantes), e por aí vai.
Agora é esperar os primeiros testes, as primeiras análises até que ele desembarque em solo brasileiro — e torcer para que cada um de nós possa conhecê-lo e testá-lo o mais rapidamente possível.
Esperando ansioso por esse dia. E sempre Above and Beyond (slogan da Land Rover), no estilo “go anywhere, do anything” (vá a qualquer lugar, faça qualquer coisa).
Assista ao vídeo de 12 minutos:
LFC
