Pois é, caros leitores, estou de volta. Para mim passou muito rapidamente esta ausência e espero que vocês gostem dos meus próximos textos contando como foi esta minha viagem mais recente. Como diria minha avó espanhola, que sempre tinha um ditado para qualquer situação, não há mal que dure 100 anos nem corpo que o aguente. Bom lembrete caso alguém tenha sentido minha falta. Por isso, podemos comemorar que “habemus” textos sobre assuntos bem diferentes para as próximas colunas.
Mas vamos logo acabar com o suspense: estive nos Bálcãs — mas os Balcãs menos turísticos, pois já estive em Croácia e Eslovênia que, aliás, adorei de paixão. Desta vez, fomos a Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Macedônia do Norte, Sérvia e, nunca pensei que fosse dizer isto, Albânia. (foto de abertura
Sim, caros leitores, Noratur se supera a cada viagem. Felizmente, pois este roteiro me deu muito, muito trabalho para planejar no meu nível de exigência. Pouquíssimas informações, pouquíssimas pessoas que já estiveram lá — sim, além de meu marido e eu tem a Glória Maria… hehehehe. Foram muitíssimos dias debruçada sobre o computador para que tudo desse certo. E deu.
Entre as coisas que não deram certo, felizmente, só bobagens. Eu sempre deixo espaço para imprevistos e tenho muito bom humor. Para mim, algo absolutamente sem solução foi minha altura (pouca) versus a altura dos eslavos (muuuuita). Basicamente, eu só era mais alta do que pessoas abaixo dos 10 anos de idade. De resto, muito olhar para cima ou para o nada. Em três hotéis não consegui alcançar o espelho do banheiro e só via minha testa (foto ao lado).
Tive de me arrumar com um espelhinho de bolsa que sempre carrego comigo ou no espelho do para-sol do carro. Em outro hotel, o espelho de aumento passava a um palmo acima da minha cabeça (foto ao lado) e não, não tinha regulagem de altura – quase quebrei a haste tentando fazê-lo descer. Lembrei-me (olha a ênclise) do seriado Terra de Gigantes pois tudo à minha volta era desproporcionalmente grande. Não que os eslavos sejam enormes de altos. São altos, mas todos eles. Não vi mulher com menos de 1,70 metro. Só de perna era mais de 1,10 m, eu acho. E todos esguios — em quase 20 dias não vimos ninguém, mesmo, acima do peso nem por um pouco.
Em segundo lugar, os problemas foram com os idiomas. Não entendo mais do que talvez 1% de línguas eslavas, apenas algumas palavras avulsas e meu vocabulário se limita às mesmas coisa de sempre: bom dia, boa noite, por favor, obrigada, café, cerveja, vinho, pato e coentro, como já expliquei aqui faz algum tempo. Para piorar, ao contrário da Croácia ou da Eslovênia, desta vez tínhamos em vez de alfabeto latino, cirílico. Na Macedônia do Norte, por exemplo, são três (!) idiomas/dialetos, todos em cirílico.
Bem, o fato de serem três idiomas num mesmo país, todos em cirílico, não fez muita diferença porque não entendo nenhum deles. Mas quando já estava começando a me acostumar, visualmente, com os caracteres que significavam algo como o nome de uma grande cidade ou mesmo “saída” numa estrada, pimba! apareciam outras formas de escrever aquilo mesmo. E eu voltava à estaca zero.
Pelo menos nas rodovias as placas estavam nos três idiomas, um abaixo do outro (foto acima). Claro que demorava o triplo do tempo, que já era longo, para reconhecer os caracteres. Na Bósnia, em alguns lugares, especialmente em torno de Sarajevo, em alfabeto latino também. Mas de resto, apenas cirílico. E já conto aqui outra curiosidade: novamente me deparei com placas de distância ao contrário do que é usual — isto é, a cidade mais longe ficava em primeiro lugar, seguida de mais uma ou duas que estavam mais perto. Continuo achando isso meio confuso, pois eu gosto de saber em primeiro lugar qual é a cidade mais próxima, caso tenha de sair da estrada por onde estou. Mas, paciência.
Por questões de espaço, fotos e edição, vou abordar cada país numa semana. Ainda tenho de baixar uns três milhares de fotos — sim é isso mesmo, por isso começo semana que vem com meu périplo pelos Bálcãs, OK? Hoje vou contar algumas coisas dos cinco países juntos.
Se a viagem valeu a pena? Muito, muito, sem dúvida nenhuma. Mas não é um destino fácil. Nem para fazer o roteiro de onde ir e em cada lugar o que ver. Num dos hotéis em que estive fui a primeira a fazer resenha no Tripadvisor — isso, uns três dias atrás apenas. Assim é difícil escolher local de hospedagem ou mesmo o que ver em cada cidade ou vilarejo, pois em alguns lugares não achei comentários em nenhum idioma que eu entendesse — em outros, como no caso desse hotel, em absolutamente nenhum idioma, aliás.
Como quase sempre fazemos, fomos só meu marido e eu. De avião até uma cidade (Podgorica, capital de Montenegro) e voltamos de outra (Belgrado, capital da Sérvia). E durante os quase 20 dias rodamos 2.000 quilômetros, tudo de carro. Fora mais de duas centenas de quilômetros a pé — mantivemos uma taxa de 15 a 20 quilômetros por dia. Como diz minha cara-metade, Noratur não é para os fracos.
Digo que não é um destino fácil pois há muita, muita história — mas é quase sempre muito triste. Guerras e mais guerras — a mais recente tem pouco mais de 20 anos e foi, resumidamente, entre sérvios, bósnios e croatas. Em Sarajevo as marcas de balas, morteiros, granadas, bombas e outros muitos artefatos estão por todos lados. Ver as “rosas de Sarajevo”, os lugares marcados em vermelho onde explodiram bombas e morreram pessoas, é algo muito triste. Andar pela “Sniper Alley”, onde ficavam postados os franco-atiradores que disparavam contra os civis foi especialmente difícil. E pensar que isso aconteceu nos anos 1990…
Também em Sarajevo visitamos o Túnel da Esperança, escavado por voluntários com ajuda do pequeno exército bósnio para driblar o cerco à cidade feito pelos sérvios. O sítio durou cinco anos e cortou até mesmo o fornecimento de energia elétrica da cidade, suprimentos, tudo. A única forma de sobreviver foi escavar um túnel por debaixo do aeroporto (que era controlado pela ONU) desde o pé das montanhas, não controladas pelos sérvios. Não mais do que 1 metro de largura e 1,60 m de altura, por onde passavam milhares de pessoas nos dois sentidos todos os dias, cabras, suprimentos… de tudo.
Conhecemos um rapaz cujo pai cruzou o túnel mais de 1.000 vezes, às vezes com água até o quadril, e com temperaturas abaixo de zero. Este senhor tem estilhaços de bombas pelo corpo, assim como pai dele mesmo (avô do rapaz que conhecemos) e o outro avô morreu na guerra. A avó vendeu as duas alianças de casamento em troca de dois litros de óleo e dois quilos de farinha de trigo para poder sobreviver. Como esse, muitos outros relatos de sofrimento.
Triste também ter visto um campo de concentração na Sérvia — feito por alemães, como Auschwitz, na Polônia, onde estive no ano passado, para manter presos sérvios, ciganos e judeus. Morreram cerca de 10.000 pessoas só no campo Cruz Vermelha.
E o que dizer de entrar num dos 175.000 bunkers construídos pelos comunistas na Albânia entre os anos 1960 e 1980 e que funcionaram até os anos 1990? Considerando o tamanho do país, isso dá 5,7 bunkers por quilômetro quadrado. Lá vimos fotos, registros de todo tipo e ouvimos gravações das escutas que eram colocadas nas casas dos albaneses e mesmo nas embaixadas, escritórios… Todo mundo era sempre vigiado pelo governo de Enver Hoxha, que comandou o país com braço de ferro durante 40 anos. Aliás, não só braço, mas campos de trabalhos forçados, escutas e todo tipo de atrocidades.
Eu não sabia se ria ou se chorava com a escuta colocada no cabo de vassoura — um clássico da espionagem comunista, sempre na mão de uma prestativa faxineira que varria perto dos “suspeitos”. Mas ouvir as confissões mentirosas arrancadas de presos pelos mais insólitos e estúpidos motivos e métodos ou ouvir as gravações clandestinas é muito pesado. Ver as fotos dos campos de trabalho forçado para onde eram mandados os opositores do regime ou apenas aqueles que não concordavam com o governo, foi demais de doído.
Bem, temos de lembrar que se alguém levou o comunismo a sério foi a Albânia, que nos anos 1960 rompeu com a então URSS por achar que eles eram pouco comunistas. Anos mais tarde rompeu com a China pelo mesmo motivo e se isolou totalmente do mundo — literalmente. Ninguém podia entrar nem sair do país, não havia eleições (claro, né, Norinha), nem partidos políticos… ou seja, o combo completo de tirania. Apenas nos tempos de Hoxha foram assassinadas pelo regime 25.000 pessoas e outro tanto enviadas aos campos de trabalhos forçados — hoje o país tem 2,8 milhões de habitantes e o primeiro censo, de 1923, registrou 820.000 habitantes. Logo, imaginem a proporção de gente morta.
Em termos de autoentusiasmo, a Albânia é um país muito diferente. Falarei dele daqui a um par de semanas, mas já adianto que os albaneses só tiveram direito a comprar um carro (direito, não necessariamente dinheiro para isso) a partir de 1992. Já discorrerei sobre isso, mas nossas conversas com os locais foram um pouco surreais. Aliás, pessoas adoráveis.
Quase na fronteira com a Macedônia do Norte, na cidade de Pogradec, estacionamos a meio quarteirão de uma farmácia para comprar um antiácido. Chegando lá, estava fechada. Parei uma senhora com um menino de uns 12 anos para perguntar, em inglês, onde havia uma farmácia aberta. Ela não falava inglês. Tentei italiano — por ter sido território italiano, alguns albaneses mais velhos falam a língua de Dante. Nada, pelo mesmo motivo — os anos de comunismo impediam a livre circulação de pessoas e o aprendizado de idiomas estrangeiros.
Mas a boa vontade superou tudo e ela entendeu algo. Falou com o menino e me fez um gesto de “venha comigo”. Começamos a andar na direção oposta à que ela vinha. Percorremos cinco quarteirões até chegarmos a uma farmácia aberta. Ela me disse algo que eu não entendi, eu respondi “obrigada” em albanês e entrei na farmácia. Aí começou o segundo problema. A farmácia era um balcão com um farmacêutico de jaleco. Nada de prateleiras de autosserviço. Surgiu então a italianinha dentro de mim e comecei a falar em vários idiomas e a gesticular. Ele me deu uma caixa de algo que não consegui entender o que era. Na segunda, me entregou Maalox. Aleluia! Tem o mesmo nome que no Brasil. Perfeito. Cuidadosamente, o farmacêutico anotou na cartela que eu devia tomar 1 comprimido até 3 vezes por dia.
Outro lance complicado foi na Sérvia, na cidade de Nis (ou Naissus). Não tem placas que indiquem as principais atrações e eu queria muito conhecer a Torre dos Crânios — uma torre construída depois da Batalha de Cegar, em 1809, na qual os sérvios sabendo que perderiam para o muitas vezes superior exército otomano, se explodiram assim como aos otomanos que tentavam atacá-los. Perderam a batalha, é claro, mas o vizir Hurshid Pasha mandou construir uma torre com os crânios de 952 sérvios. A ideia era assustar os inimigos mas só conseguiu fomentar o orgulho sérvio.
Bem, fecho o parênteses. Depois de ter parado em uns cinco lugares e com GPS e Google Maps totalmente desorientados, entrei numa oficina mecânica. Meu marido tem uma versão peculiar para o que aconteceu: “Depois de trocar a longarina e os amortecedores, a Nora conseguiu a informação sobre como chegar à Torre”. Bem, não chegou a tanto, mas teria me sentido mais à vontade falando sobre carros em sérvio do que pedindo explicações de como chegar a um lugar. No final, estávamos a um quarteirão somente. Mas até com mecânico sérvio conversei nesta viagem! Bem, em termos de exotismo já havia entrado numa loja em Shkoder (Albânia) também para pedir informações e somente então percebi que era uma funerária. Mas o sujeito me ajudou o quanto pôde — inclusive apoiou meu celular com o Google Maps aberto sobre um caixão para me mostrar o caminho!
De uma forma geral, a infraestrutura rodoviária era mais ou menos o que eu esperava. Muito precária na maioria dos lugares, com velocidades que muitas vezes não superavam os 30-40 km/h mais devido ao estado da estrada e à enorme quantidade de curvas. Aliás, uma recomendação: se alguém sofre minimamente de labirintite ou enjoo, não faça meu roteiro.
Já a estrada E-75 que vai desde a fronteira sul da Sérvia com a Macedônia do Norte cortando as três principais cidades sérvias (Nis, Belgrado e Novi Sad) foi uma surpresa e tanto. Um espetáculo de planejamento e execução. Falarei mais na coluna sobre a Sérvia. De resto, a maior parte da viagem foi feita por caminhos de pista simples, sem acostamento, e muitos trechos com somente 5 metros de largura para trânsito nos dois sentidos. Foi comum encostar ou mesmo dar marcha à ré (nós e os outros) para ceder passagem a quem estava em condições menos favoráveis.
Nosso carro alugado era uma perua Škoda Octavia — meu favorito em viagens. Acho que a relação custo- benefício desse modelo nas locadoras é excelente. Ótimo porta-malas, bom motor (o nosso era a diesel, supereconômico) e bem confortável. Na hora de retirá-lo no aeroporto de Podgorica, o supergentil Ivan nos deu as correntes para os pneus grátis pois, a Albânia costuma exigir e, em algumas épocas, outros países, e nosso salvador GPS.
Como Noratur padece de TOC e planejamento obsessivo, eu havia baixado todos os mapas entre os hotéis e alguns lugares que já queria conhecer, como castelos e fortalezas, para uso offline nos dois celulares. Como neurose pouca é bobagem, imprimi também o passo a passo, isto é: pegue a estrada A1 em direção norte, em 2 km vire á direita na estrada X e siga até a estrada Y por 34 km. E assim por diante. Também levei as coordenadas dos hotéis para o GPS mas, como sempre, não deu certo e da única vez que usamos isso fomos parar no lugar errado. Acabamos nos perdendo um pouco. Além da falta de sinal para o GPS em vários lugares, ele não parecia entender quando o nome da via estava em cirílico e nos dizia: em 200 metros, vire à direita em….” e ficava mudo. Já o Google Maps offline entendia e dizia: em 200 metros, vire à direita em (incompreensível). E aí nós é que não entendíamos. Ou seja, um monte de dispositivos, incluindo mapas em papel, e tive de perguntar dezenas de vezes.
Algo genial que recebemos no hotel de Belgrado para usar durante toda nossa estadia foi, gratuitamente, um celular com direito a não sei quantas ligações locais grátis, concierge 24 horas em inglês, internet incluída (viva o Google Maps!) e um aplicativo superprático, o “pick me up” no qual bastava teclar e um táxi iria nos buscar onde estivéssemos (eu nem precisava saber onde estava, a geolocalização cuidava de tudo), nos levaria até o hotel e a conta seria colocada na do nosso quarto.
Também agendamos um tour a pé pela cidade diretamente no aplicativo, vimos outras opções de passeios, restaurantes — fora as coisas que nem tivemos tempo de checar. Sensacional a ideia do hotel, especialmente porque realmente localizar-se quando tudo está em cirílico é muito, muito difícil… a não ser que você entenda cirílico.
Eu já havia pesquisado antes e sabia de várias exigências digamos, diferentes do Brasil. Na porta do motorista estava o colete refletivo, de uso obrigatório em caso de parada na estrada, além da sinalização do veículo com triângulo e pisca-alerta. Não tenho certeza se o modelo com o qual fomos agraciados já era da coleção outono-inverno 2020, mas o vesti assim mesmo. Devo reconhecer que o achei extremamente útil, tendo em vista que apenas um par de rodovias pelas quais andamos tinham iluminação e mesmo nas cidades a iluminação pública é algo entre modesta, inexistente e a mais completa penumbra.
No entanto, ao contrário do que diz um partido político aqui no Brasil, a falta de iluminação pública não significa falta de segurança nos Bálcãs. Não apenas andamos por todos lados sem nenhum problema, inclusive com minha gigantesca câmera fotográfica pendurada, como os apartamentos e casas não tem grades nem nos jardins nem nas janelas. Nada de concertinas nem alarmes, mesmo nos prédios no mais puro estilo comunista — caixotões idênticos com apartamentos no térreo e um gramado simples ao redor. Nos cinco países vimos carros abarrotados de coisas estacionados e nenhum arrombado. Nós mesmos a partir do meio da viagem deixávamos uma mala no porta-malas.
Mas, sem dúvida, o lance mais estranho na nossa estranha viagem foi na estrada E75 depois de sairmos de Nis, rumo a Sremski Karlovci. Perto de Belgrado paramos num dos megapostos de combustível que tem por lá, completíssimos, com wi-fi grátis, banheiros impecáveis e, como em toda a região um café espresso memorável. A idea nem era abastecer, pois tínhamos bastante diesel, mas tomar um café e esticar as pernas pois foi um dos dias de maior “puxada”, com uns 600 quilômetros num dia só. Ao entrar no posto, a maior surpresa: havia mais de uma dúzia de tanques, daqueles de guerra mesmo, abastecendo nas bombas de combustível. A cena devia ser insólita até para os sérvios, pois todos estávamos fotografando e filmando o evento. Hilário foi ver um dos soldados com colete fosforescente gesticular como aos aviões nos aeroportos, para que os tanques manobrassem. Imagino que não deve ser fácil passar um blindado desses entre as bombas de combustível sem arrancar uma do lugar. E, como disse meu marido, a dúvida que nos ficou é: qual foi o valor da conta?
Mudando de assunto: assisti ao GP do Brasil de Fórmula 1. O que é que foi isso?? Sobrou emoção, embora tenha achado a entrada do safety car totalmente sem sentido – bem, exceto se o objetivo era dar mais imprevisibilidade à prova. Nesse quesito, nervos à for da pele o tempo todo. Muitas e lindas ultrapassagens e trapalhadas homéricas, como a batida entre Vettel e Leclerc. Do jeito como a Ferrari é, sempre com o lema “tragam as crianças para casa”, imagino o climão que deve ter rolado depois da prova. Também não gostei da decisão de punir Hamilton ter saído depois do final da prova. Qualquer que seja a punição ou sua falta, ela deve ser anunciada antes do pódio. Ainda que pelos motivos errados, foi talvez a melhor corrida do ano e certamente das melhores do Brasil em muito tempo.
NG