Pois é, assim como minha viagem, a série de colunas sobre estradas e trânsito nos Bálcãs chega ao fim. É claro que já começo a pensar na próxima viagem, mas ainda falta bastante — nem o destino ainda decidi.
Hoje, então, discorro aqui sobre a Sérvia — um lindíssimo país com muita coisa legal para ver, comer e beber. Por sinal, em termos de andar de carro foi o país onde foi mais fácil fazer isso — do ponto de vista de infraestrutura, já que as dificuldades com o idioma foram as mesmas do que nos outros países.
Assim que atravessamos a fronteira na altura de Preševo-Tabanovce vindos de Escópia, na Macedônia do Norte, pareceu que havíamos entrado no paraíso do autoentusiasmo. A principal rodovia do país, a A1/E75 que une as três maiores cidades sérvias (Niš ou Naissus, a capital Belgrado e Novi Sad), é um espetáculo.
Pela primeira vez nesta viagem, pudemos andar realmente rápido, e com muita segurança. Por rápido, entenda-se a velocidade máxima da pista, 130 km/h, mas teria dado para ir ainda mais rápido, pois a rodovia é simplesmente perfeita
Fora esse limite nas “motorways” (autoestradas), nas demais estradas o máximo permitido varia entre 100 km/h e 80 km/h, mas dependendo do veículo podem ser menores – como 80 km/h de máxima para trailers e veículos com carretas. O limite de álcool no sangue é de 0,30 g/litro exceto para motoristas de ônibus e caminhões, para os quais o limite é absolutamente zero. Nenhuma tolerância para essas categorias. E o cinto de segurança é obrigatório para todas as pessoas dentro de um veículo.
Como eu gosto de pesquisar sobre leis de trânsito antes de viajar, especialmente para não violar nenhuma delas, descobri algo que achei interessante: as leis de trânsito sérvias proíbem o transporte de crianças de menos de 12 anos no banco da frente bem como o de pessoas de qualquer idade intoxicadas ou com álcool acima dos 0,3 g/l. Ou seja, se for dar carona para seu amigo bêbado, mande ele sentar no banco de trás. Curioso, não? Pensando bem, acho que faz sentido, pois alguém bêbado ou drogado pode atrapalhar o motorista, tentar pegar o volante, puxar o freio de estacionamento ou algo assim. Pessoalmente, acho que bêbado sempre atrapalha e tem de ser transportado amordaçado e amarrado — assim não incomoda o condutor nem aborrece quem quer que seja. Mas a lei sérvia é menos impaciente do que eu e basta que a criatura vá no banco de trás. Usando cinto de segurança, é claro.
A A1/E75 tem duas pistas em cada sentido, separadas por um canteiro central, com acostamento e um asfalto espetacularmente perfeito. Logo depois da alfândega (uma só, pois Macedônia do Norte e Sérvia tem nesse ponto um acordo de “duas fronteiras, um controle”), começamos a ver diversas áreas para descanso dos motoristas — e várias com muitos caminhões. São muitas vagas para estacionar mesmo veículos realmente grandes, com banheiros químicos, mesas e bancos para descanso. Coisa de Primeiro Mundo, mesmo.
Inclusive foi num desses que tirei fotos minhas com o colete fosforescente que é de uso obrigatório em caso de furo de pneu, pane mecânica ou mesmo nas paradas na estrada. E, claro, deve ser mantido no compartimento da porta do motorista — nada de colocar no porta-malas, pois é multa na certa. Algo superprático, especialmente porque raras têm iluminação.
Esta que vos escreve com o colete obrigatório para o caso de parada na rodovia em caso de furo de pneu ou pane (Foto: Ricardo Gonzalez)Como a Sérvia é um país bastante acidentado geograficamente, com montanhas, rios e colinas, entre outros, não deve ter sido fácil construir nem esta nem as outras rodovias. Mas as fizeram com muito, muito capricho. Fiquei admirada com as obras de infraestrutura e contenção de encostas, ainda no sul do país, antes de chegar a Niš, mas comuns a várias regiões. Coisa super, mega, hiperprofissional. Tirei tantas fotos que dá para pensar que sou engenheira civil especializada em rodovias — mas sinceramente, achei as obras lindas. Me julguem.
Caros leitores, digam-me (começaram as ênclises, embora esta seja simplezinha) se uma contenção de encosta destas não merece fotos panorâmicas?
A coisa é tão profissional que há vários cartazes e placas bem grandes com o nome da empresa responsável — no Brasil, geralmente esses dados são escondidos, o que muitas vezes é bom, pois até estagiário teria vergonha de assumir muita, vá lá, “obra” de contenção nas rodovias. Na Sérvia, eles divulgam claramente.
Em vários trechos vimos contenção de encosta que não dá a impressão de que vai cair com a menor garoa – aliás, os Bálcãs nem são países tropicais onde as chuvas torrenciais são comuns e mesmo assim fizeram questão de “segurar” as montanhas e colinas de forma séria. Mesmo mais ao norte, já mais perto da interessantíssima cidade de Niš: nada daquelas redinhas todas furadas que vemos por estas paragens para conter encosta que, por óbvio, nunca seguram nada.
A Sérvia inteira tem 7 milhões de habitantes e a maioria mora nas cidades de Belgrado (1,2 milhão), Niš (190.000) e Novi Sad (277.000). As três estão na mesma linha, de Norte a Sul (ou vice-versa), mas mesmo assim, ao cruzarmos por lugares muitíssimo menores, notamos o apuro com a construção da rodovia. Perto de Leskovac, os painéis laterais garantem conforto acústico aos moradores próximos da estrada. Solução relativamente simples que raramente vemos no Brasil, apesar de termos um volume de carros e de moradores de cidades no seu entorno infinitamente maior. Custa melhorar a qualidade de vida das pessoas?
A A1/E75 continua um tapete e um show de sinalização pelo menos até Sremski Karlovci, a somente uns 10 quilômetros antes de Novi Sad, mais ao norte do país e onde saímos da rodovia para passar um dia e uma noite nesta lindíssima vila (8.000 habitantes) numa região vinícola sérvia. Eu queria muito conhecer o vinho de sobremesa Bernet, típico desta região e único no mundo. Vinho diferente dos tradicionais de sobremesa, pois é feito com especiarias. Tem tinto ou branco e combina super bem com o bolo típico da região, o kuglof — bolo sequinho, tipo alemão ou austríaco, delicioso. Ou com qualquer outra coisa. Pessoalmente, gostei, pois prefiro vinhos secos.
E aí vai um parênteses. Momento Noratur: como eu já contei aqui, prefiro viajar fora de temporada pois é tudo mais tranquilo e o atendimento em todos os lugares é melhor. Mas tem lá algumas desvantagens, especialmente quando se vai a lugares pouco turísticos. Foi nosso caso em Srmeski Karlovci. Hotel maravilhoso, restaurantes idem, vila charmosíssima, escritório de informações turísticas supergentil (e falavam inglês!), mas só tinha nós de turistas e foi difícil achar uma vinícola aberta para visitação. Da minha lista das cinco mais interessantes, apenas a terceira estava disponível. Bem, mais ou menos disponível pois embora aberta quando chegamos descobrimos que seríamos atendidos e poderíamos fazer alguma das três degustações oferecidas, mas ninguém falava nenhuma língua além da sérvia. Meu marido e eu, que já fizemos muitas degustações às cegas — nas quais não se vê o que está se provando nem há qualquer informação a respeito até o final da prova — fizemos pela primeira vez nas nossas vidas uma degustação de vinho às mudas. Em total silêncio. Eu teria adorado obter mais informações e poder comentar algum dos cinco vinhos que provamos, incluindo um ótimo Bernet e uma uva chamada algo assim como Portuguesa, mas as conversas se limitaram ao casal. A senhora que nos atendeu apenas mexia a cabeça de tempos em tempos, apontava para a próxima garrafa ou sorria para nós. De fato, foi a degustação mais rápida das nossas vidas e agora terei de pesquisar mais, pois apenas consegui um folheto sobre a vinícola — em sérvio, claro. Mas gostei muito dos vinhos provados e compramos alguns.
Mas voltemos ao assunto principal. É bom lembrar que a Sérvia tem quase 50.000 quilômetros de rodovias e pouco mais de 2 milhões de carros de passageiros. As marcas mais vendidas por lá são Volkswagen, Opel, Fiat, Peugeot e Renault, mas vê-se de tudo — em bom estado de conservação, diga-se. Algumas das rodovias são pedagiadas, como a A1/E75, na qual se paga pelo que se trafega. E, claro, além dos sistemas com tag eles aceitam dinares sérvios, cartão de crédito (por aproximação, superrápido) ou euros. Civilizadíssimo, não?
Fiquei com a sensação de que paguei um valor justo e recebi uma estrada magnífica. Até os túneis são dignos de foto. Digam-me se esta não é uma bela obra de engenharia rodoviária, bem executada?
Ficamos alguns dias em Belgrado, mas menos do que teria ficado se soubesse como é linda e quanta coisa bonita há para se ver. Mas aviso: o centro é maravilhoso, mas os arredores e mesmo a área do aeroporto podem desanimar até uma turista fanática como eu. Passado o susto de ver uma cidade que parece decadente e suja, a área central é maravilhosa – e é muito grande. Mas, convenhamos: quem chega a São Paulo e passa pela marginal do Tietê pode ficar com uma impressão horrorosa da cidade. O mesmo me aconteceu em outros lugares como Lima — teria ido embora logo depois de sair do aeroporto se não fosse minha persistência. E o fato de que a primeira vez que fui para lá estava a trabalho, logo, a opção de sair correndo não era propriamente uma opção.
O centro de Belgrado é imponente, cheio de lindos prédios antigos e muito bem conservados. Nossa primeira parada foi, é claro, o museu Nikola Tesla — para quem não sabe, meu marido é engenheiro eletricista/eletrônico. Pensem numa criatura feliz? Era ele naquele lugar. Parecia o personagem Sheldon Cooper, do seriado The Big Bang Theory. Por sinal, o museu é pequeninho, mas charmosíssimo. A visita é exclusivamente guiada e é tudo interativo. Adorei tomar choques de vários tipos… justo eu que não gosto de eletricidade e por carregar tanta estática vivo sendo eletrocutada, ainda que sem perigo.
Uma das coisas que adorei e que vi logo que chegamos, perto do museu Tesla, foi a organização das vagas de estacionamento na rua
Os cartazes atualizados em tempo real indicam o número de vagas disponíveis em cada rua e, ainda por cima, indicando o tipo de vaga – se para deficiente, por exemplo. Não é sensacional? Evita que se rode à toa, que se congestione o trânsito sem necessidade e sei lá quantas outras vantagens. Adorei a ideia, embora nós tivéssemos devolvido o carro no nosso primeiro dia em Belgrado e tenhamos feito todo o resto das coisas a pé pois nosso hotel estava super bem localizado — e como já comentei aqui, ao chegar recebemos um superprático celular pré-pago com sei lá quantos minutos para ligações dentro da Sérvia (pena eu não conhecer ninguém lá, teria adorado usar isso), acesso à internet, o muito utilizado por nós Gúgol Mépis que nos levou a todos os lugares, aplicativos para reserve de passeios, concierge 24 horas (e em inglês!) do outro lado de um número de discagem rápida e uma prática tecla “pick me up” que podia nos mandar um táxi aonde estivéssemos, nos levar de volta para o hotel e colocar na conta do nosso quarto sem necessidade de sequer sabermos onde estávamos. Genial, especialmente pois como eu disse, é tudo em cirílico e mesmo descobrir o nome das ruas requer muita habilidade.
Outra coisa que sempre que vejo gosto é vaga de estacionamento na rua “recuada” do fluxo de trânsito. Este sistema permite que o trânsito flua normalmente a não ser quando o carro está manobrando para entrar ou sair de uma vaga. A chance de acidentes também cai, pois não há como se deparar com um carro estacionado ao se fazer uma conversão já que obrigatoriamente temos de fazer a curva mais aberta e, exceto alguém parado em fila dupla ou manobrando. E, claro, o meio-fio impede que algum lesado pare onde não deve, muito próximo da esquina, atrapalhando a visão dos outros. Simples e prático. E, claro, há demarcações de vaga no chão. Mas vagas de tamanhos normais, nada de achar que todo mundo dirige um Mini…
O trânsito da capital sérvia é menos caótico do que o de Tirana ou Escópia, mas não é assim uma Hamburgo, embora seja muito mais civilizado do que em São Paulo, por exemplo. Pedestres pouco atravessam fora da faixa, embora o façam, e carros costumam parar dando prioridade a quem anda a pé. Mas nem sempre. Por lei, não se pode estar ao telefone celular (nem digitando nem falando) ao se atravessar uma rua a pé – obviamente, para motoristas isso vale em qualquer caso, pois só se pode usar dispositivos tipo “hands free” (viva-voz). Mas o que mais vimos foi gente com celular no ouvido – raramente eles digitam, mas falam o tempo todo no telefone. E o combustível na Sérvia custa 161 dinares sérvios ou cerca de 1,30 euro o litro de diesel – próximo do valor que pagamos no resto dos Bálcãs, mas um pouquinho mais caro.
Quando estávamos mais ao norte do país, já perto de Sremski Karlovci, rodamos bastante por uma simpática rodovia secundária, também super bem-feita e mantida.
Em algum momento, nos deparamos com obras na estrada. Mas nada daqueles conezinhos precários ou coisa amadora como costumamos ver pelo Brasil afora. Vejam o tipo de desvio e o maquinário usado para reasfaltar a pista! . Nada de ter sujeitinho jogando um pozinho preto com uma pá e chamar aquilo de reasfaltar. Tinha caminhão tipo betoneira misturando o asfalto, máquinas de terraplenagem, sinalização impecável, desvio para a pista contrária muito bem sinalizado. Ah, como gostaria de ver coisas assim por aqui…
Nosso roteiro na Sérvia foi um pouco complicado por questões logísticas. Não pudemos ir ao Kosovo (sim, caros leitores, havia pensado em ir até lá) por que a Sérvia considera que a região é território deles e não independente, como os cidadãos do Kosovo acreditam ser. Para ir, teríamos de ir primeiro à Sérvia e depois entrar no Kosovo e não o contrário, que era o mais lógico vindos da Macedônia do Norte. Além disso, as locadoras de carro têm um monte de restrições, como taxas extra e a maioria simplesmente não aceita que seus veículos rodem por lá. Havia pesquisado um pouco, especialmente sobre a capital, Pristina, mas não achei nada imperdível nem que justificasse refazer todo meu roteiro. Por isso, ficamos sem conhecer Kosovo. Quem sabe em outro momento? Assim, contornamos parte do território quando saímos da Escópia e fizemos um certo desvio para ir à Sérvia, rumo à cidade natal de Constantino I, Niš. Lá sofremos bastante para achar os pontos turísticos que eu queria conhecer. O menos difícil de achar foi o monumento em memória aos mais de 10.000 mortos sérvios na Segunda Guerra Mundial, no lindíssimo parque Bubanj, mas apenas porque passamos ao lado dele quando nos perdemos pela enésima vez. Assim, acabamos estacionando o carro e indo ao parque em primeiro lugar, apesar de que meu roteiro inicial previa que seria o último lugar a visitar. OK, Noratur é bem flexível e era muito difícil achar mesmo os lugares mais visitados na cidade.
Achar a Torre dos Crânios foi bem mais difícil e só foi possível depois de parar uma meia dúzia de vezes para perguntar o caminho — a última delas numa oficina mecânica. Imaginem eu conversando com um mecânico sérvio! Se nem os mecânicos brasileiros entendo na maior parte das vezes, imaginem numa língua eslava. Mas, ao contrário do que meu marido anda espalhando por aí, não acabamos trocando nem a longarina nem a suspensão do carro e depois de quase 10 minutos, consegui a informação que precisava e finalmente chegamos à interessantíssima Torre dos Crânios.
A Fortaleza de Niš, apesar do tamanho, também foi bem complicada. A sinalização na cidade é mais do que deficiente e ainda pegamos umas obras numa avenida próxima. O GPS e o Gúgol Mépis não se entendiam e acabamos indo parar numa entrada secundária do castelo – o que foi bom, pois pudemos estacionar sem problemas. Na verdade, deixamos o carro por não entender absolutamente nada do que a placa da entrada da fortaleza indicava e eu supus que era proibido entrar. Mas nunca saberemos… Aliás, mesmo tendo baixado um aplicativo de tradução simultânea até hoje não achei um que funcione minimamente bem. Nem mesmo o que eu tenho. Por isso, acabo fazendo coisas como estacionar o carro e seguir a pé se estou na dúvida. O fato é que só vimos carros de serviço dentro da fortaleza, logo, deduzo que realmente não poderíamos ter entrado motorizados. Em todo caso, foi uma longa e superaprazível caminhada por dentro do castelo que, na verdade, é apenas algumas ruínas e um belíssimo parque dentro das muralhas.
Provavelmente as fotos mais insólitas desta insólita viagem tenham sido as que fizemos num posto de combustível perto de Belgrado, onde paramos apenas para tomar um café (em toda a viagem só tomamos cafés maravilhosos, especialmente o café bósnio que lembra vagamente o café turco, mas do qual gostei muito mais) e esticar as pernas. Foi lá que nos deparamos com mais de uma dúzia de tanques de guerra sendo abastecidos nas bombas, como se fossem carros de passeio (fotos “tanques no posto 1 e 2”). Como já comentei aqui, a surpresa deve ter sido geral, pois todos estávamos fotografando e filmando a cena, incluindo os sérvios.
Mas outra coisa também me chamou a atenção naquele mesmo posto: peças e acessórios simples de reposição como lâmpadas para os faróis do carro à venda na loja de conveniência do posto de combustível . Achei superprático e lógico e o fato me faz crer que deve haver algum tipo de fiscalização mais rigoroso para quem circula sem uma luz, por exemplo.
Nos dias em que estivemos no país não fomos parados, mas vimos bastante polícia tanto nas estradas quanto nas cidades e, como nos outros países da viagem, basta ter a documentação correta e atualizada do carro, o seguro “verde” para veículos e motoristas estrangeiros e a carteira de motorista do nosso país mesmo, desde que esteja em caracteres latinos. Fácil e prático. Tchau, Bálcãs, até a próxima!
Mudando de assunto: Em épocas em que postes pulam na frente de carros e motoristas “perdem o controle do veículo” (sempre digo que eles provavelmente já não tinham esse tal controle …) achei assustadora a chamada de um programa de notícias da tevê por assinatura. O repórter fala sobre mobilidade e diz que vai pegar “uns ônibus escolares para ir ao cinema. Muitos deles jamais entraram num cinema”. Folgo em saber que um bicho de algumas toneladas e muitos pneus raramente adentra uma sala de espetáculos. Imaginem, caros leitores, se isso fosse frequente! Deus nos livre…
NG