Para quem gosta de velocidade, a volta do MotoGP agitou o último final de semana. Um dos assuntos mais polêmicos da categoria nos últimos tempos foi o uso de apêndices aerodinâmicos — as populares asas. O equipamento mudou e muito o visual das motocicletas. Mesmo com todas as controvérsias o tempo mostrou a eficácia da nova tecnologia e atualmente todas as equipes utilizam algum tipo de aerofólio em suas motos. Ontem durante uma live em seu canal oficial a Ducati apresentou para o mercado brasileiro a nova Panigale V4 S modelo 2020. A esportiva foi anunciada como a primeira moto de rua com “asas” de série. Além de mudanças e atualizações no quadro e na eletrônica, tudo para aproximar o modelo de rua das motos que vemos nas pistas de corrida.
AERODINÂMICA
Se o motor de quatro cilindros em “V” já tinha muita força (12,6 m·kg) e potência de sobra (214 cv) no modelo 2020 toda a carenagem foi revista. Nas laterais duas aberturas auxiliam tanto no arrefecimento tanto do óleo quanto de água. Os apêndices laterais foram aumentados em 38 mm. As asas laterais (em preto) geram uma força descendente de até 30 kg em velocidades de 270 km/h. Deste modo a frente fica mais estável além de prevenir empinadas indesejáveis em velocidades mais baixas. Fechando o pacote, a nova bolha frontal está mais alta e larga favorecendo o encaixe do piloto e a proteção aerodinâmica. O chassi também recebeu melhorias com quadro dianteiro advindo da versão V4 R e redução de peso — que em ordem de marcha é de apenas 195 kg.
ELETRÔNICA
Para auxiliar na pilotagem de quem não é um Andrea Dovizioso, o pacote eletrônico conta com novas opções além de evoluções dos modos já existentes. Usando uma plataforma inercial de 6 eixos junto com o acelerador eletrônico e diversos sensores espalhados pela motocicleta, é possível selecionar os mais diferentes parâmetros. Resumidamente, são 8 controles entre novos e atualizações:
ABS Cornering EVO – Sistema que previne o travamento das rodas em frenagens mesmo com a moto inclinada.
Ducati Traction Control (DTC) EVO 2 – Sistema que previne a patinagem da roda traseira em aceleração.
Ducati Slide Control (DSC) – Sistema que controla a potência entregue para a roda traseira ao acelerar com a moto inclinada para que a roda traseira não derrape.
Ducati Wheelie Control (DWC) EVO – Controle de empinadas involuntárias.
Ducati Power Launch (DPL) – Controle de largada no qual é toda a potência é entregue de modo que a saída seja o mais eficiente possível.
Ducati Quick Shift up/down (DQS) EVO 2 – Sistema que permite a troca de marchas tanto para cima quanto para baixo sem o uso da embreagem, agora até mesmo em rotações mais altas.
Engine Brake Control (EBC) EVO – Sistema que permite selecionar o freio-motor de modo mais ou menos presente.
Ducati Electronic Suspension (DES) EVO – Sistema de suspensão semiativa que pode ser selecionada individualmente.
Ao final da transmissão o instrutor de pilotagem César Barros (irmão do Alexandre Barros) também contou um pouco sobre como esta moto é o ápice de esportividade da marca. Segundo ele, a versão anterior — Panigale 1299 — era muito bruta e demandava mais do piloto. Já a nova V4 S permite que mesmo um piloto com menos experiência consiga ser mais rápido, principalmente pela nova eletrônica e entrega de potência.
Como era de se esperar em uma moto tão extrema, o preço também faz saltar os olhos. Vendida por encomenda nas concessionárias da marca, a nova Panigale V4 S custa R$ 129.990,00 e tem como única opção de cor o vermelho (Ducati Red).
Confira abaixo um vídeo da nova V4 S e a ficha técnica.
LR
FICHA TÉCNICA DUCATI PANIGALE V4 S | |
MOTOR | |
Tipo | 4 tempos, 4 cilindros em V a 90º, 16 válvulas com acionamento desmodrômico, injeção no duto, coletor de admissão de comprimento variável, arrefecimento a líquido |
Cilindrada (cm³) | 1.103 |
Diâmetro e curso (mm) | 81 x 53,5 |
Taxa de compressão (:1) | 14 |
Potência (cv/rpm) | 214 / 13.000 |
Torque (m·kgf/rpm) | 12,6 / 10.000 |
TRANSMISSÃO | 6 marchas |
Relações das marchas (:1) | 1ª 2,714; 2ª 2,117; 3ª 1,736; 4ª 1,523; 5ª 1.263; 6ª 1,250 |
Relação primária (:1, tipo) | 1,800/engrenagens de dentes retos |
Relação secundária (:1), tipo | 2,562/corrente |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Garfo invertido com 120 mm de curso e ajustes eletrônicos |
Traseira | Monoamortecedor com 130 mm de curso e ajustes eletrônicos |
FREIOS | |
Dianteiros (Ø mm) | Disco duplo/330 |
Traseiros (Ø mm) | Disco único/245 |
Controle | ABS |
DIREÇÃO | |
Cáster (º) | 24,5 |
Avanço (mm) | 100 |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Forjadas em alumínio aro 17″ na dianteira e na traseira |
Pneus, medidas | Dianteiro 120/70-17 e traseiro.200/70-17 |
Pneus, marca e tipo | Pirelli Diablo Supercorsa SP |
CONSTRUÇÃO | Quadro em liga de alumínio |
AUXÍLIOS AO PILOTO | |
Descrição | Controles de tração, de freio-motor, de derrapagem, de empinada e três modos de pilotagem |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | n.d |
Largura | n.d |
Altura | n.d |
Entre-eixos | 1.469 |
Altura da sela | 830 |
Distância livre do solo | n.d |
PESOS E CAPACIDADES | |
Peso a seco (kg) | 174 (195 em ordem de marcha) |
Tanque de combustível (L) | 16 |