A reabertura das lojas e do comércio de veículos deu-se de forma gradual nos meses de maio e junho e agora, em julho temos a quase totalidade dos concessionários operando. Há momentos críticos da pandemia em várias regiões do país, nos últimos 20 dias o número de casos deu um salto no sul e centro-oeste.
Na reunião da Anfavea do último dia 6 com a imprensa especializada e cadernos econômicos, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, apresentou o balanço do primeiro semestre da indústria e refez projeções. A pandemia atingiu em cheio o setor, como já vimos aqui e, ao contrário de outros mercados, asiático, norte-americano e europeu, onde e esperada forte reação, não se pode dizer o mesmo daqui. As razões são variadas e este colunista discorda da maior parte delas, mesmo por que não vejo os fundamentos para tal. Segundo a Anfavea o mercado só retornará ao mesmo nível pré-pandemia daqui a cinco anos.
No entanto, se quem elaborou as revisões de projeção está com miopia ou eu com hipermetropia, só os próximos meses nos dirão. Em junho observou-se uma reação de vendas desordenada, com muitas trocas de posição entre fabricantes no ranking, assim como de modelos. Entre os dez primeiros tivemos cinco suves com o T-Cross liderando o segmento e a VW na frente dos fabricantes. Um mês atípico em ano esquisito.
Em junho foram licenciados 132.818 autoveículos, sendo 122.795 leves, 8.954 caminhões e 1.069 ônibus. Este Brasil costumava ter as vendas mais fortes de ônibus em anos de eleições municipais, não será assim em 2020. Os caminhões sim esboçam reação em “V”, graças ao bom momento do agronegócio.
A região sudeste, que normalmente fica com mais de 50% das vendas voltou ao seu patamar habitual.
A Anfavea praticamente jogou a toalha quanto à negociação de estímulos para acelerar a retomada do setor. Uma pena.
As exportações à Argentina chegaram a representar 70% de nossos embarques de veículos e lá o mercado parou. A projeção até dezembro é de cerca de um total 200 mil unidades e não temos expectativa de uma retomada do mercado vizinho para este ano.
Julho será mês importante quanto a apresentação da reforma tributária ao congresso, discussão. A agenda do parlamento também é atípica, julho costuma ser mês de recesso.
Ranking do mês e acumulado do ano devem voltar no mês que vem, quando se espera certa normalização das atividades de comércio de veículos.
Até mês que vem!!
MAS