MOTOCICLETA BMW R 1250 RT, PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Lembro-me bem de uma viagem que fiz em 2014 aos Estados Unidos. Chegando lá a primeira coisa que vi logo ao sair do aeroporto foi uma grande e imponente moto da polícia. Nunca pensei em ser um agente da lei ou seguir carreira neste setor, porém naquele momento se fosse para andar com aquela motocicleta o dia todo eu até me candidataria. Depois de pesquisar descobri que era uma BMW R 1200 RT especialmente preparada para a polícia local. Eu jamais poderia imaginar que anos depois eu colocaria as mãos numa.

A literalmente grande novidade

Depois de ficar alguns anos longe do mercado nacional, a RT está de volta. Fabricada na Alemanha, ela chega em duas opções. Uma com pintura branca e uma com pintura azul, um pacote completo de personalização. O motor e conjunto de suspensões são mais emblemáticos da marca, junto com os mais recentes sistemas de conforto e segurança. É sem dúvida uma moto grande e de muita presença. São 2.222 mm de comprimento total e 990 mm de largura, já com a malas laterais.

Segundo a BMW, a R 1250 RT traz uma nova opção na categoria touring. Usa o mesmo motor da R 1250 GS porém com um direcionamento para o asfalto. As suspensão dianteira é a tradicional telelever e na traseira o sistema é do tipo monobraço paralever. Vale lembrar que acima deste modelo ainda existe na própria marca a linha K 1600, porém num outro degrau de preço e motorização.

Na cidade

Ao pegar a moto leva-se um certo tempo para acostumar. A partida é feita com a chave no bolso e motor se mostra disposto desde a marcha-lenta. São tantos botões e controles que separei alguns minutos para me ambientar. Depois de ajustar o para-brisa de acionamento elétrico, acondicionar as bagagens nas malas laterais e colocar minha lista de músicas favoritas para tocar, finalmente estava tudo pronto.

Antes de qualquer estrada é preciso passar por um trecho de cidade. Mesmo em um dia movimentado a moto se saiu bem para um veículo do seu tamanho e peso. A maior preocupação são os bauletos laterais principalmente no corredor. Em alguns momentos é preciso ter paciência e esperar atrás dos carros. Porém a tecnologia ajudou muito neste primeiro contato. O comando de válvulas variável deixou a entrega de potência em baixas rotações linear e fácil de dosar. Assim é possível rodar com tranquilidade mesmo com bagagens e garupa. Outra novidade é o sistema auxiliar de partida em aclive (já comum nos carros) mas que é uma bênção em motos deste porte.

Na estrada

Chegado na estrada é que a RT realmente se sente em casa. Seu tamanho parece diminuir e o conforto é excepcional. O que mais se destacou durante todo o percurso é o respeito que ela impõe. Bastava nos aproximar um pouco mais de qualquer carro que o caminho se abria como mágica. A maioria deles nem esperava e já saia da faixa da esquerda antecipadamente. Os faróis são muito bons e em conjunto com a luzes de rodagem diurna passavam grande confiança nas rodovias.

Em altas rotações o motor ganha um caráter esportivo exigindo muita disciplina para evitar multas. Seguindo a velocidade-limite de 120 km/h o conjunto não parece fazer esforço algum. Até mesmo o ronco do motor mais grave é agradável de ouvir. O sistema de controle de cruzeiro  funcionou muito bem, principalmente em momentos em que só se quer relaxar. O para-brisa ajustado na posição mais alta permite até conversar com o garupa devido à sua grande proteção.

Sistemas eletrônicos

As últimas tecnologias da marca também estão presentes na RT. As trocas de marcha são feitas sem o uso da embreagem tanto para subi-las quanto para descê-las. Os sistemas de freios e controle de tração são conectados em um sensor de inclinação para atuarem também em curvas acentuadas. As suspensões têm ajuste semiativo com acionamento elétrico trabalhando em conjunto com os modos de pilotagem. O mais conservador é o Rain para pilotagem na chuva, passando pelo Road e chegando até o Dynamic — o mais esportivo.

Ao final do dia ficou aquele gosto de quero mais. Devo ter usado não mais que a metade de todos os recursos possíveis. Mas ficou claro todo o potencial de viajar que esta motocicleta oferece.  Seja sozinho ou com garupa ela tem conforto de sobra. Em minha opinião ficou faltando apenas o bauleto traseiro para fechar o conjunto. Se seu objetivo é cruzar longas distâncias por rodovias asfaltadas vale a pena conhecer esta moto. Ao vivo ela tem ainda mais presença.

Já disponível nas concessionária da marca, a nova R 1250 RT tem preço de R$ 165.750 para a versão na cor branco Alpine e R$ 178.750 na versão na cor azul Planet (a testada) que inclui o pacote Option 719. Os diferenciadores são o banco em couro na tonalidade castanho além de tampa dos cabeçotes e tampa do motor que são feitas em alumínio anodizado. Ambas as versão têm como padrão as rodas esportivas Option 719.

LR