As vendas de automóveis e comerciais leves em outubro avançaram 3,3% sobre setembro, com os licenciamentos diários atingindo o patamar de quase dez mil unidades. Oito das dez marcas mais vendidas do ranking registraram avanço, assim como movimento nos concessionários foi 5% superior (varejo). Já a comparação com o mesmo outubro do ano passado nos é desfavorável (-14,9%), pois aquele mês fora o segundo mais forte de 2019, e ainda teve dois dias úteis a mais. A recuperação prossegue, às vezes com mudança de ritmo.
Na reunião da Anfavea com os cadernos econômicos do país e imprensa especializada, no último dia 6, seu presidente, Luiz Carlos Moraes, foi breve nos argumentos e apresentação. Citou que as exportações se reanimaram com o fim da quarentena dos principais mercados destino de nossos produtos. Destacou também que a falta de alguns insumos têm afetado a recuperação da produção, além de impactarem no custo dos veículos, que somado ao câmbio desvalorizado tem empurrado os preços para cima.
Ao todo licenciaram-se 215.044 veículos, sendo 205.699 automóveis e comerciais leves, 7.909 caminhões e 1.436 ônibus. Foi o mês mais forte em produção e vendas neste ano de pandemia. Nota-se também no gráfico abaixo que este outubro já é superior a 2017 e 2016.
A despeito de ligeiro recuo de alguns fabricantes nas vendas diretas, seu patamar manteve-se estável e similar a setembro, ficando com 40,2% das vendas de automóveis e 66,6% das de comerciais leves.
A recuperação ainda patina no Sudeste, mais que nas demais regiões. Uma vez se resolvam aqui os principais entraves, pode-se esperar dois dígitos nas projeções para 2021. A vacina anti-Covid é uma delas, as reformas em discussão no parlamento com o executivo, se avançarem com sucesso, poderemos voltar ao mercado de 3,0 milhões de unidades para 2022, ou 2023.
Vendas para locadoras ainda por se recuperarem e tiveram maior impacto nas marcas que mais dependiam desse canal. Já as vendas para PcD seguem firmes.
RANKING DE OUTUBRO E DOS PRIMEIROS DEZ MESES DO ANO
A Fiat, graças às boas vendas de sua nova picape compacta, manteve-se à na liderança dos licenciamentos pelo segundo mês consecutivo, com 38.326 unidades. A GM seguiu em 3º e já recebe pressão da VW pela tomada da liderança do mercado neste ano. As marcas japonesas e francesas seguem num ritmo de recuperação mais lento que as três grandes.
O Onix, que vem na liderança do mercado há seis anos, recuperou seu posto de mais vendido nos automóveis, com 12.203 unidades faturadas, porém sua diferença para o 2º lugar diminuiu. Até antes da pandemia nos bagunçar a vida, o Onix chegou a representar cerca de metade de todos os licenciamentos da marca e são essas vendas que estão faltando para a Chevrolet voltar ao que era. Questão de tempo?
Em segundo lugar está o renovado HB20, este sim retornou ao seu nível de vendas histórico, com 8.903 unidades, seguido de perto pelo Onix Plus, com 8.619, depois Gol, Argo, Ka, Tracker. O suve compacto Chevrolet tomou a liderança do segmento. Quatro dos dez mais vendidos são suves. Repete-se aqui o fenômeno observado nos EUA e Europa. Outra observação digna de nota, o Nivus da VW vem bem, mas parece haver tomado clientes do Polo, um processo de autofagia pouco desejado, mas já visto antes.
Nos comerciais leves a Strada segue mandando muito bem, vendeu 10.068 unidades no mês, seguida pela Toro, com 5.949, depois S10, Hilux, Saveiro. A Fiat detém 50% do mercado de picapes.
Neste mês tivemos o lançamento do novo Nissan Versa (foto de abertura), já registrado em testes aqui no AE e a Peugeot trouxe mais versões de seu novíssimo 208, a Like e a Like Pack, com câmbio manual. Um ano tão difícil fez algumas marcas retardarem seus lançamentos. Espera-se novembro mais forte, como já tem sido observado, a média diária de licenciamentos beira os 10.400. Novos produtos devem ficar para começo de 2021.
Até mês que vem!
MAS