A Audi do Brasil anunciou em agosto de 2020 os nove veículos esportivos que passariam a integrar seu portfólio brasileiro. Já tive a oportunidade de relatar as impressões ao dirigir do RS 6 Avant, RS 7 Sportback, RS Q3 Sportback, RS Q8 e R8 no Autódromo Capuava em Indaiatuba, SP. Agora começam a chegar ao Brasil os RS 4 Avant, RS 5 Sportback e TT RS para os consumidores brasileiros que fizeram suas encomendas na mesma época, com isso a Audi convidou os jornalistas do Brasil para conhecer esses novos modelos.
RS 4 Avant e RS 5 Sportback
Além de compartilhar a beleza do desenho esportivo, esses dois modelos utilizam o novo motor V-6 2,9-l TFSI biturbo de 450 cv a 5.700~6.700 rpm e 61,2 m·kgf entre 1.900 e 5.000 rpm. O câmbio automático de 8 marchas com engrenagens epicíclicas tem a designação Tiptronic, com opção de troca de marchas pelas borboletas atrás do volante ou pela alavanca seletora.
A avaliação realizada na nova pista de testes da Pirelli em Elias Fausto, SP, o Circuito Panamericano, ajuda a sentir melhor o carro, mas longe de permitir explorar todas as opções de ajuste disponíveis. Partindo do mesmo princípio que venho utilizando nas avaliações desse tipo, onde somos obrigados a utilizar capacete e ter um piloto instrutor no banco ao lado, tenho mantido o ajuste do carro em uma condição fixa e utilizo as trocas de marchas no modo automático. Entre os quatro perfis de condução preestabelecidos — Conforto, Automático, Dinâmico e Personalizado — escolhi sempre o Dinâmico, em que o gerenciamento do motor e câmbio, suspensão, direção, diferencial e som do motor deixam-no mais esportivo.
Com a aceleração 0-100 km/h na casa dos 4 segundos (4,1 s para a perua e 3,9 s, no sedã), a emoção e diversão são sempre garantidas. O sistema de tração integral quattro possui um diferencial central que gerencia a distribuição de potência entre os eixos, que em condições normais transfere maior potência para o eixo traseiro na proporção de 60% traseiro e 40%, dianteiro. Essa distribuição é dinâmico e pode dedicar até 70% de torque para a dianteira ou até 85% para a traseira, funcionando em conjunto com o sistema de controle de estabilidade e tração.
Difícil explicar o motivo, mas me senti melhor ao volante do RS 5 Sportback. Apesar das fichas técnicas divulgadas pela Audi indicarem os mesmos 1.715 kg de peso em ordem de marcha, acredito que o RS 4 Avant tenha uns quilogramas a mais na traseira, o que muda ligeiramente seu comportamento em curvas e saídas de curvas. Logicamente que não seria por essa diferença que abandonaria essa bela perua. #savethewagons
Os dois modelos ganharam uma modernização no visual com a utilização da nova grade dianteira e conjunto ótico com faróis LED Matrix de série. O RS 5 tem a tecnologia Audi Laser Light disponível como opcional.
As inovações aparecem também no interior dos dois modelos, com o quadro de instrumentos adotando o Audi virtual cockpit plus, com tela de 12,3”, e várias opções de configuração para o motorista selecionar a que mais agrade e mais funcional para o tipo de condução. Através do botão RS no volante é possível selecionar dois modos RS individuais, e esta seleção altera automaticamente o quadro de instrumentos e o head-up display (dados projetados no para-brisa) que é de série nos dois modelos.
A verdade é que são muitas informações disponíveis por todas as partes do carro que fica praticamente impossível avaliar a operação de todos os itens em tão pouco tempo. Os dois modelos vêm equipados com acabamento interno em preto piano, ar-condicionado de três zonas, itens do interior em couro Alcântara, rodas de liga leve de 20”, controle de cruzeiro adaptativo com aviso de saída de faixa, espelhamento de smartphones, carregador de celular por indução e sistema de som premium da Bang & Olufsen.
O RS 4 que avaliei estava equipado com o opcional freios de cerâmica com pinças pintadas de vermelho, com opção de outras duas cores, azul ou cinza. Este tipo de freio exige uma maior temperatura de trabalho para atingir seu ótimo desempenho, e nada melhor do que experimentar esse recurso em uma pista como esta. A resposta é muito mais eficaz do que no freio convencional e apesar das distâncias de parada tenderem a ser as mesmas, esse tipo de freio suporta maiores cargas antes de entrarem em fading.
A estratégia da Audi para esses carros é comercializar através do canal de venda direta em uma versão única com opção de customização de alguns opcionais. Há uma boa paleta de cores disponível para escolha, além de cores exclusivas Audi, ou pacote exterior preto. O RS 5 possui uma opção exclusiva de rodas com acabamento em bronze.
TT RS Coupé
Este modelo que recebeu o último facelift em 2019 na Europa, ficou com cara de carro de corrida, pois o novo spoiler dianteiro em alumínio e as novas entradas de ar laterais conferem esse visual, além do novo aerofólio traseiro com winglets nas pontas. Chega com o o mesmo e único motor 5-cilindros em linha de ciclo Otto ainda em produção no mundo, que equipa também o Audi RS Q3. O 2,5 TFSI turbo entrega 400 cv entre 5.850 e 7.000 rpm com o torque máximo de 48,9 m·.kgf entre 1.700 e 5.850 rpm. Infelizmente o uso de capacete inibe a possibilidade de ouvir com clareza o som desse motor.
O câmbio automatizado com dupla embreagem em banho de óleo tem 7 marchas com possibilidade de troca de marchas através das borboletas atrás do volante ou pela própria alavanca. Toda essa potência chega às rodas através do sistema de tração quattro que faz o gerenciamento de potência entre os eixos automaticamente segundo a demanda.
Devido o centro de gravidade mais baixo e a posição de dirigir mais próxima ao solo, as sensações de aceleração do TT RS parecem ser mais mansas que nos outros dois carros avaliados. Mas os números indicam o oposto. Os 1.440 kg de peso em ordem de marcha conferem uma pequena vantagem na relação peso/potência, 3,6 kg/cv contra 3,81 no RS 4 e RS 5. O 0-100 km/h é alcançado em 3,7 segundos. Já a velocidade máxima é limitada em 250 km/h, visto que este modelo utiliza pneus 245/35R9 e freios convencionais, não tendo a opção do freio cerâmico.
Na pista, dirigindo novamente no modo automático e com o ajuste Dinâmico selecionado no sistema Audi drive select, a resposta do câmbio parece aguardar a aceleração para efetuar a redução de marcha, dando a impressão que o carro é mais lento que seus irmãos V-6. A resposta de direção é maior e requer atenção para não atingir o ponto de tangência da curva muito cedo. Esse é o tipo de carro que precisaria mais umas voltas para encontrar a maneira ideal de conduzir, e poder extrair mais do seu potencial.
O interior tem sua identidade própria com algumas funcionalidades semelhantes ao RS 4 e RS 5. O console central e recheado de comando com destaque para a alavanca de câmbio que lembra a de um modelo manual. As opções começam com um pacote para o interior que acrescenta volante revestido em Alcântara e detalhes em vermelho. Tem o pacote exterior preto como no RS 5, e nove cores de pintura são disponíveis no TT RS.
Resultados e novidades nos elétricos
Apesar de todas as dificuldades do ano de 2020, a Audi fez eventos individualizados e com grupos pequenos para apresentar durante o ano os seus lançamentos. Proporcionou essas experiências a jornalistas e também a consumidores para seguir no seu objetivo de atingir as vendas planejadas, ou pelo menos, ter menor queda.
Ao chegar neste último evento do ano foi notório o clima de vitória da equipe da Audi, e para Johannes Roscheck, presidente e executivo-chefe da marca no Brasil, o ano de 2020 ficará marcado na história da empresa ao promover a maior renovação de modelos esportivos nos 26 anos da marca no Brasil. Acrescentou que o novo formato de pré-venda e possibilidade de personalização dos veículos foi bem recebido pelos compradores e deve continuar com esse modelo. Com previsão inicial de vender 300 unidades, a marca chega ao final do ano com 500 vendas concretizadas.
Se há comemoração no campo dos carros esportivos, há também comemoração e novidade nos elétricos. O Audi e-tron deve fechar o ano como o elétrico premium mais vendido no Brasil. Recentemente a Audi apresentou a versão Sportback do e-tron, e para 2021 anunciou em primeira mão a chegada do RS e-tron GT. Modelo de 700 cv de potência apresentado pelo embaixador mundial da marca, o piloto brasileiro Lucas Di Grassi, que deu uma entrevista exclusiva para o AE e poderá ser conferida em breve em nosso canal do YouTube.
GB
Ficha técnica simplificada e preços dos carros com seus principais opcionais: