Detecção de velocidade é uma prática quase tão antiga quanto o automóvel. Os detectores instalados em caixas sobre um poste (foto de abertura) renderam-lhes o apelido de “casas de pássaros”, algo similar aos conhecidos “pardais” no Brasil. O equipamento da foto foi fabricado pela Traffipax para registrar as imagens dos infratores
O Museu Mercedes-Benz tem exposições ligadas à cultura do automóvel, em meio aos veículos e demais itens permanentes da mostra. Os detectores de velocidade ocupam seu espaço, pela importância de sua história. Durante mais de 60 anos o inesperado piscar da luz vermelha indicava que o motorista havia sido flagrado em velocidade acima da permitida. Placa e condutor haviam sido fotografados, sem chance de escapar.
A velocidade é medida por várias técnicas, a mais comum é o radar, que utiliza ondas de rádio para seu funcionamento, podendo medir distância, ângulo ou velocidade dos objetos. A palavra RADAR foi cunhada em 1940 pela Marinha norte-americana, como um acrônimo para “RAdio Detection And Ranging”, ou Detecção e Medição de Distância por Rádio.
Os detectores de velocidade estacionários tinham a câmera na parte superior e a luz de advertência — usualmente vermelha — na parte inferior, essa “casa de pássaros” ficava montada sobre um poste nas ruas e rodovias.
A ideia surgiu em 1894, pelas mãos do escritor americano John Jacob Astor — que faleceu no naufrágio do Titanic — sobre o modo como a polícia de trânsito poderia usar fotografias em série para determinar a velocidade dos veículos da época. Para ele, “montar câmeras em tripés e fazer fotos intervaladas a cada um quarto de segundo indicariam à autoridade de trânsito a exata velocidade das carruagens puxadas a cavalos”. Hoje o princípio é similar, calculando o tempo em que um veículo transita por um trecho monitorado.
Na Alemanha o primeiro sistema medidor de velocidade era móvel, montado em uma base, e usava ondas de radar, que eram refletidas pelos veículos e essa mudança de frequência era calculada para determinar a velocidade. Em fevereiro de 1959 a polícia de trânsito de Düsseldorf utilizou um radar fabricado pela Telefunken, que permitiu medir com extrema precisão a velocidade dos veículos.
A ideia inicial do controle de velocidade era nobre, aumentar a segurança de veículos e pessoas em ruas e estradas. Mas logo as autoridades descobriram que as multas eram uma fonte substancial de rendimento para as finanças locais. Daí começaram as disputas pelo melhor posicionamento das câmeras: nos lugares particularmente críticos de tráfego ou nos lugares que garantiriam maior quantidade de multas e renda. Detalhe: estamos escrevendo sobre a Alemanha. Alguma semelhança com outras partes do mundo, leitor ou leitora?
Ao mesmo tempo em que as medições de velocidade são obtidas por novas tecnologias mais precisas — barreiras de luz, indução, laser, contatos de passagem no solo, entre outras —, também fica mais fácil para os motoristas o controle da velocidade de seu veículo. Esse sistema, chamado erroneamente de “piloto automático”, foi instalado pela primeira vez na Europa no Classe S W 116 (1972 a 1980) e nos SLC C 107 a partir de 1975. Em seguida esse controle foi aperfeiçoado para permitir que o motorista estipulasse a velocidade máxima para trafegar.
Nas competições a velocidade de circulação dos carros de corrida na área dos boxes é limitada e qualquer deslize é punido com penalidades. Os pilotos acionam então o limitador de velocidade ao entrar nessa área, evitando acréscimos no seu tempo de corrida e pagamento de multa.
O uso mais recente de toda essa tecnologia está nos controles de auxílio ao motorista. O Assistente Ativo de Limite de Velocidade que equipa os automóveis Mercedes-Benz também reconhece sinalizações de trânsito pelo uso de uma câmera e detecta as placas de velocidade. Esse Assistente de Sinalização de Tráfego utiliza uma câmera estéreo multifunção que, por meio de sofisticados algoritmos, processa as imagens para interpretar as sinalizações.
Cruzando esses dados com o mapa de navegação digital, mostra para o motorista os limites de velocidade do trecho, reconhece regiões onde é proibido ultrapassar outro veículo, placas de advertências em geral e pedestres atravessando a rua à frente. Os avisos são mostrados na tela de navegação e na projeção no para-brisa (Head-Up Display), além de emitir alerta sonoro em dois estágios.
Adicionalmente, ao ser ativado pelo motorista, o Distronic — Assistente Ativo de Distância — processa as informações e ajusta automaticamente a velocidade do veículo para manter uma distância adequada do veículo à frente (esta função é bem conhecida aqui no AE: controle de cruzeiro adaptativo.) Tecnologias a serviço da segurança que gradativamente vão sendo incorporadas aos veículos de menor preço, favorecendo o trânsito de todos os usuários das vias, sejam motoristas ou pedestres.
AB