Na última década assistimos ao quase desaparecimento dos monovolumes do mercado, substituídos pela invasão de suves. As famílias se deram conta de que não precisavam desses veículos para levarem seus filhos à escola ou saírem de férias uma vez por ano. Um dos descontinuados foi o Classe R da Mercedes-Benz, produzido entre 2005 e 2017.
Os suves têm comportamento melhor em rodagem e, principalmente, uma imagem mais apreciada pelo mercado. Mas a procura por monovolumes existe, seja por famílias numerosas, seja por empresas de transporte de passageiros, ou mesmo entregas de volumes, neste caso suprida por variantes comerciais desse tipo de carrocerias.
Com chegada prevista para 2022, o EQT será a aposta da Mercedes-Benz nesse segmento, com arquitetura de construção totalmente elétrica, utilizando as novas gerações de baterias mais potentes, que oferecem maior autonomia. Florian Wiedersich, responsável pelo marketing de produto do EQT, salienta que “a ideia é conquistar um tipo de cliente para quem o preço é um fator muito importante e que entende que os suves premium são demasiadamente caros, mas que deseja uma solução de transporte funcional, espaçoso e para um grupo de utilizadores potencialmente numeroso”.
O Mercedes-Benz EQT Concept dispõe de portas deslizantes em ambos os lados, que geram uma ampla abertura para que se torne possível acessar os bancos individuais na terceira fileira que, tal como os três da segunda, estão aptos a receber bancos infantis. Haverá uma carroceria mais curta, com apenas duas fileiras de bancos.
Os encostos dos bancos da segunda fileira rebatem e descem num único movimento, sendo uma operação muito fácil, rápida e que cria um piso plano. Os dois bancos da terceira fileira podem ainda avançar e recuar alguns centímetros para criar espaço para quem se senta atrás ou aumentar o volume para bagagem. Podem eventualmente ser retirados do veículo, para aumentar ainda mais a capacidade de carga.
O espaço interno é amplo, como podemos antecipar pelas formas quadradas da carroceria e pelo teto elevado, que tem a parte central translúcida. O painel tem na parte superior um prático compartimento de arrumação semifechado, onde podem ser colocados pequenos objetos. As saídas de ar circulares em preto brilhante, os elementos de acabamento galvanizado e o volante multifuncional com botões táteis criam uma imediata ligação com os demais modelos de passageiros da marca.
O mesmo se pode dizer do sistema de infotenimento MBUX — Mercedes-Benz User Experience — que pode ser controlado através da tela tátil central de 7 polegadas, pelos botões no volante ou, opcionalmente, através do assistente de voz “Ei, Mercedes” com inteligência artificial.
Mesmo não mostrando ainda a sua versão final de produção em série, que chegará ao mercado na segunda metade do ano que vem, este carro conceitual é facilmente reconhecido como membro da família EQ pelo painel frontal preto entre os faróis de LED, com acabamento brilhante, tendo estrelas como padrão de fundo. Estas estrelas, retiradas do símbolo da marca, são de diferentes tamanhos com efeito 3D e depois repetidas em outros pontos do veículo, como no teto panorâmico. As rodas de liga de alumínio são de 21 polegadas de diâmetro, embora as de série devam ser menores, algo entre 18 ou 19 polegadas.
Sobre a parte mecânica do Mercedes-Benz EQT Concept pouco foi divulgado, mas tudo indica que será partilhada com a nova geração do furgão Citan. Nesta fase em que existe apenas como conceito, e a pouco mais de um ano da sua chegada ao mercado, os responsáveis não estão dispostos a revelar dados técnicos mais concretos, evitando assim entregar muitos trunfos à concorrência.
AB