O primeiro semestre fechou com vendas ao mercado interno de 1.074.173 unidades, sendo 1.007.900 automóveis e comerciais leves, 58.735 caminhões (melhor semestre desde 2014) e 7.538 ônibus. Trata-se de um salto de 33% sobre mesmo período de 2020, fortemente afetado pela pandemia, porém se compararmos com o primeiro semestre de 2019, ano pré-pandemia, o segmento de leves está ainda 19% abaixo.
Segundo cálculos da Anfavea, na apresentação do último dia 7, quando Luiz Carlos Moraes, no balanço do semestre, nos deu sua estimativa, a falta de semicondutores tirou do mercado algo entre 100 e 120 mil veículos. Não fosse isso, estaríamos a mais de 90% do último ano “normal”, por assim dizer. Se usarmos o primeiro trimestre na comparação, já estivemos a 75% de 2019, há portanto uma recuperação em curso que está sendo limitada pela carência de chips.
Na coluna do mês passado já discorri que a GM foi a fabricante mais duramente afetada no Brasil e este junho lhes foi ainda mais severo, os veículos da marca Chevrolet tiveram somente 11.635 unidades licenciadas, posicionando-se em 7º lugar no ranking. Até então, eles estavam conseguindo driblar o problema com paralisação total da fábrica de Gravataí, enquanto as outras duas operavam quase normalmente. Agora os modelos produzidos nas fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul também sofreram com as com as restrições deste material, a GM emplacou no mês passado 25% do que emplacava em 2019. Bom salientar que paralisações momentâneas de linhas de montagem, reduções de turno, etc. veio afetando todos os fabricantes neste primeiro semestre.
Comparando os números por região, nota-se que há certa homogeneidade na recuperação deste ano, o que pode ser entendido como bom sinal.
Na tabela acima percebe-se que o primeiro semestre do último “ano bom”, comparado com o 1º semestre de 2021, somente Fiat e Jeep foram melhores, respectivamente +31% e +20%, todos os outros apresentam queda de volumes. Esta comparação foi feita com dados da Fenabrave. A queda total das vendas diretas se mantém, com menos aquisições por parte das locadoras. Bom salientar que este mês o governo federal ,em conjunto com o congresso, acenaram com mudanças nos limites de isenção de veículos PcD, agora a isenção de IPI vai até 140 mil reais (era 70 mil), o que deve movimentar novamente o mercado. Esta mesma tabela com vendas por fabricante 2020 vs. 2021 está no final desta coluna.
As vendas diretas persistem num patamar elevado, os automóveis acima de 40%, queixa antiga dos fabricantes quanto às margens que conseguem praticar.
Ranking do mês e do semestre
Junho foi o mês do bicho papão, a Fiat, que vinha com 21%~22% de participação tomou 26,2% do pedaço da pizza, gráfico abaixo. A Chevrolet foi ainda mais sacrificada por falta de semicondutores e amargou um 7º lugar, com 6,9% da mesma pizza. Foi anunciado que em agosto voltam as operações de Gravataí, mas a falta de chips não está totalmente equacionada, teremos novas paradas de produção pontuais em todos fabricantes, exceto na Toyota, que alegou haver reservado um estoque extra, quando pressentiu o problema.
A marca italiana (foto de abertura) licenciou um total de 44.447 unidades, seguido da VW, com 22.699, Hyundai, com 16.738 em 3º, Toyota em 4º, Jeep num surpreendente 5º lugar, Renault em 6º, Caoa Chery em 10º. Nos seis primeiros meses do ano a Fiat emplacou 223.778 veículos, VW 165.312, Chevrolet 124.631.
O Argo foi o mais vendido, com 9.382 unidades, seguido do HB20, com 7.609, Mobi em 3º, Renegade em 4º. No acumulado do Ano o HB20 permanece à frente, com 45.413 veículos emplacados, seguido do Argo, com 41.931, Renegade o 4º mais vendido.
A Toyota que sempre foi tida como um fabricante de atitudes conservadoras, lançou o Corolla Cross e este já é o seu modelo mais vendido, no 3º mês de mercado. No lançamento haviam dito que as expectativas de volume mensal do modelo gravitariam em torno de 3.500 unidades e ele já superou esse patamar. A ver o desenrolar no ano.
VW Taos nas lojas, primeiro mês de vendas em torno de 440 unidades, outro que promete disputar a preferência dos compradores de suves médios.
Strada vendeu 9.697 unidades, Toro em 2º, com 5.909, as duas somadas perfazem mais de 50% do segmento de picapes. Hilux em 3º, 3.535, S10 em 4º, 3.321, Saveiro em 5º. Graças às boas vendas da Strada, o segmento de comerciais leves tem superado a média mensal de 33~35 mil unidades.
O segundo semestre já começou, semicondutores seguirão dando dor de cabeça na turma de suprimentos e planejamento de fábrica. Projeções para o ano apresentadas pela Anfavea apontam ligeiro corte nas expectativas, pelo mesmo motivo.
Até mês que vem!
MAS