O governador do Estado de São Paulo, João Dória Júnior, anunciou ontem que a etapa brasileira do Campeonato Mundial de F-1 será em novembro e que o autódromo de Interlagos (foto de abertura) poderá receber sua capacidade máxima de público, supostamente 70.000 mil pessoas. A data correta do GP de São Paulo, nova denominação do tradicional evento,, ainda está por ser definida: originalmente proposto para o dia 14 de novembro, a competição foi antecipada em uma semana. A mudança poderá ser anulada por dois motivos: um pedido do governo paulista focado em aproveitar o feriado do dia seguinte e a necessidade da Fórmula 1 em acomodar as mudanças que o calendário da categoria. De acordo com o governador paulista, será exigido teste do tipo PCR com resultado negativo para ocupar um lugar nas arquibancadas. Novidade da prova é a definição do grid de largada através da Sprint Race, corrida de 100 quilômetros na tarde de sábado.
As consequências de recentes ondas de recorrência do covid-19 em países como Estados Unidos, México e Turquia poderão afetar não só a data como a própria realização da competição. Atualmente a Imigração do Reino Unido exige quarentena de 10 dias para viajantes que tenham embarcado em uma lista de países que inclui o Brasil. Para mitigar os efeitos dessa legislação e garantir a realização da corrida em São Paulo o calendário teria que ser adaptado para prosseguir em um país que possa receber passageiros do Brasil sem limitações e que de lá possam viajar para Inglaterra, onde está a maioria as equipes da F-1, sem a obrigatoriedade de cumprir o isolamento compulsório de 10 dias.
No site oficial da F-1 o calendário prevê a corrida brasileira no dia 7, uma semana após o GP do México e duas semanas antes de uma etapa ainda por ser confirmada e prevista para 21 de novembro. Austrália e Turquia chegaram a ser anunciados como possíveis locais, mas isso não se concretizou por causa da pandemia. As possibilidades atuais indicam que uma etapa extra no golfo árabe pode preencher esse vazio. Outro elemento a ser considerado nesse quebra-cabeças de calendário é o que acontecerá com as três etapas anteriores ao GP de São Paulo: Japão (8/10), Estados Unidos (24/10) e México (31/10). Após a realização dos Jogos Olímpicos, as chances de o país oriental voltar ao calendário aumentaram. Por outro lado, no Texas e na Cidade do México voltaram a crescer. Em termos comparativos, considerando as datas de 14 de julho e 14 de agosto, o Estado do Texas viu o índice de novos casos subir de 4.787 novos casos para 5.924 (fonte: The New York Times) enquanto na Cidade do México esses números cresceram de 12.116 para 23.642 (fonte JHU CSSE Covid-19 Data). Na cidade de São Paulo foram registrados 16.237 e 8.024 na mesma ordem (fonte JHU CSSE Covid-19 Data).
Enquanto a definição do calendário se arrasta, alterações importantes aconteceram na coxia do campeonato. Em Londres foi confirmado que Kate Beaven, responsável pela operação do Paddock Club, desligou-se da empresa Formula 1. Beaven era uma das poucas pessoas contratadas por Bernie Ecclestone que permaneciam na organização da categoria. O fato de se desligar do trabalho que ela mesmo definiu como “talhado para mim” coloca interrogações sobre o verdadeiro motivo de sua decisão.
Na Bélgica, a administração do circuito de Spa-Francorchamps sofreu um forte abalo com a morte de Natalie Maillet, que ocupava o cargo maior da empresa que administra a clássica pista. Ela foi encontrada morta em sua casa em Luxemburgo ao lado dos corpos do seu marido e uma outra mulher, a advogada Ann Lawrence Durviaux, com quem supostamente teria uma relação extraconjugal. De acordo com fontes da polícia local, “nossas informações indicam que um cidadão voluntariamente usou sua arma de fogo para matar ambas as mulheres, incluindo sua esposa, antes de cometer suicídio.”
WG
A coluna “Conversa de pista” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.