A conhecida instabilidade do tempo das Ardenas, onde está situado o clássico circuito de Spa-Francorchamps (foto de abertura), terá replicada de forma semelhante com o clima no paddock do Grande Prêmio da Bélgica, prova que dá início, domingo, à segunda metade da temporada 2021 do Campeonato Mundial de F-1. Os 7.004 metros desse que é um dos poucos remanescentes de uma época em que muitos GPs eram realizados em estradas comuns, se espalham por entre bosques e vales onde não raramente chove em uma parte e faz sol em outra. O reinício da disputa do título de 2021, já marcado por uma briga particular entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, terá como tema de conversas paralelas sobre o desenrolar do calendário atual e a definição da vaga mais cobiçada do momento: o segundo carro da equipe Mercedes.
O clima instável de Spa e Francorchamps, duas pequenas cidades que servem de referência ao percurso do circuito, permite esperar até mesmo a interrupção dos treinos. A última tentativa de contornar o problema aconteceu em 1985, quando os organizadores marcaram a data da prova para 2 de junho e recapearam a pista. O forte calor que marcou aquele fim de semana, no entanto, fez com o novo asfalto se soltasse e a solução para o problema foi adiar o evento para o dia 15 de setembro. Desde então o GP realiza-se no final de agosto ou início de setembro, geralmente antes da etapa em Monza.
País de pequenas dimensões, algo como 20 vezes o território da cidade de São Paulo, sua localização facilita uma verdadeira invasão de torcedores estrangeiros. Na era Schumacher as arquibancadas e as encostas recebiam mais alemães que belgas. Atualmente esses espaços são pintados com as camisetas cor de laranja dos torcedores de Max Verstappen. Curiosamente, ele nasceu no país, mais exatamente em Hassel, a 61 quilômetros de Spa, mas sempre correu com licença holandesa.
Em busca de recuperar a liderança do campeonato, Verstappen vai se concentrar na disputa com Hamilton e dar menor atenção ao fato de a Honda ainda não ter definido o capítulo final de sua nova retirada da F-1. Já se sabe que no ano que vem os motores da Red Bull levarão o nome da equipe, ainda que continuem a ser fabricados no Japão. A forma como a Honda aparecerá nos carros do time dos energéticos ainda não está definida.
Também não estão definidos o formato do calendário até o final do ano e tampouco o nome de quem será companheiro de Lewis Hamilton em 2022. Os sites especializados em F-1 da Europa e dos EUA seguem colocando interrogação sobre as corridas na América do Norte (Austin e Cidade do México) e no Brasil, ainda sem data confirmada. Originalmente programada para o dia 14 de novembro, a competição foi antecipada em uma semana e agora poderá voltar à data original. Um dos motivos para tanto é que o Catar poderá preencher a data vaga da etapa marcada para 21 de novembro e receber a categoria no circuito de Losail. Esse país já liberou a entrada de estrangeiros que tenham sido imunizados com vacinas reconhecidas pelas autoridades sanitárias locais. Mais do que isso, desde esse destino é possível viajar para o Reino Unido e escapar da quarentena de 10 dias imposta pelos a cidadãos que não sejam britânicos, irlandeses ou os que tenham residência na Grã-Bretanha.
No mercado de pilotos as atenções seguem em torno do futuro de Valtteri Bottas e George Russell. O finlandês é o preferido de Lewis Hamilton, que segue na Mercedes até 2023. O inglês é um dos pilotos adotados por Toto Wolff, chefe do time alemão e que prometeu anunciar sua escolha até o final do mês. Ontem Wolff admitiu que essa decisão deverá ser adiada por pelo menos uma quinzena.
WG