O executivo alemão confirma que a escassez de chips já afetou as operações da Audi, mas mostra-se confiante na recuperação. Como é sabido, a crise gerada pela falta de semicondutores continua a afetar as operações dos fabricantes de automóveis e já levou à suspensão de várias unidades de produção em todo o mundo por falta de componentes.
As reações e os comentários têm vindo de todos os nomes importantes da indústria automobilística, e os mais recentes vieram de Markus Duesmann, pela Audi. Ele confirmou que a escassez de chips afetou severamente as operações da Audi, mas mostrou-se confiante na recuperação. Na foto de abertura, ele está ao lado do Audi RS e-tron GT.
Em declarações à Reuters, ele disse que esta crise é um desafio severo e descreveu-a como uma “tempestade perfeita”. Mas garantiu que está confiante na capacidade de recuperação da própria marca e do Grupo Volkswagen em geral. Afirmou que o grupo está fortalecendo relações com fabricantes de chips e que vai sair desta crise mais forte do que antes.
No mesmo período em que lutava contra a falta desses componentes, a Audi elevava-se ao nível de maior gerador de lucros dentro do Grupo. “Tivemos uma forte primeira metade de 2021, mas acho que a segunda metade será mais fraca, pois enfrentaremos a tempestade perfeita”, afirmou Duesmann, em entrevista à Reuters.
Apesar das vendas estarem em queda, devido ao fato de os fabricantes não conseguirem garantir o fornecimento, há boas perspectivas em termos de margens de lucro, em especial no que diz respeito aos veículos elétricos. Os Audi elétricos estão muito próximo de atingir o nível de rentabilidade dos modelos com motores a combustão e devem ultrapassá-lo dentro de um a dois anos. “O ponto em que ganharemos tanto dinheiro num elétrico como num carro a combustão deve ser no próximo ano ou o mais tardar em 2023. Os valores estão muito próximos”, disse.
A Audi já anunciou que a partir de 2026 todos os novos modelos lançados serão 100% elétricos, contudo, tendo em consideração o ciclo de vida dos veículos, só em 2033 que, teoricamente, o último Audi com motor a combustão sairá da linha de produção.
Duesmann antecipa que a Audi poderá vir a fornecer arquiteturas de veículos elétricos a outros construtores fora do grupo, dentro de cinco a 10 anos, garantindo que o software será o maior trunfo para os fabricantes no futuro.
AB