Assim foi registrada pela Daimler-Benz AG, em outubro de 1971, a patente de especificação DE 21 52 902 C2. As primeiras versões do Mercedes-Benz Classe S (W126) com airbag para o motorista foram entregues no final da década de 1980. O tensionador dos cintos de segurança foi apresentado ao mesmo tempo que o airbag. Mas os engenheiros da marca já vinham trabalhando na bolsa de ar inflável desde 1966. O ESF 05, sedã experimental baseado no modelo médio W114, foi o pioneiro na apresentação das futuras soluções de segurança, entre elas, airbags dianteiros e traseiros e o tensionador do cinto de segurança. Foi mostrado durante a segunda Conferência ESV, realizada em Sindelfingen, na Alemanha, de 26 a 29 de outubro de 1971.
Anteriormente o inventor Walter Lindner registrou uma ideia no Escritório Alemão de Patentes, em 6 de outubro de 1951, que se referia a um “contêiner inflável dobrado que se infla automaticamente em caso de perigo”. Lindner, residente em Munique, Alemanha, chamou sua ideia de “dispositivo para proteger pessoas nos veículos contra ferimentos em caso de colisões”.
Apesar de similar à descrição do que mais tarde viria a ser o airbag, sete décadas atrás não era possível, tecnicamente, colocá-la em prática. Havia dificuldades, por exemplo, com o sistema de sensores de acionamento, a geração de pressão para encher o airbag em milésimos de segundo e a resistência à ruptura do tecido.
A Mercedes-Benz assumiu a ideia do airbag em 1966. O Professor Guntram Huber, que foi responsável pela engenharia de segurança da marca por algumas décadas, recorda como foram os primeiros passos. “Nós sabíamos que podíamos fazer, mas não tínhamos ideia de quando estaria pronto”.
Após cerca de 250 testes de impacto, mais de 2.500 testes com trenós e milhares de experiências com componentes individuais, os engenheiros de segurança da Mercedes-Benz conseguiram levar a tecnologia à maturidade da produção em série ao longo dos 15 anos seguintes. A solução para gerar o gás veio na forma de um propelente sólido, como o usado em motores de foguetes. Ele foi acomodado em forma de tablete na almofada posicionada no volante, ao lado da bolsa de ar dobrada.
Em caso de acidente, um gerador de gás pirotécnico inflama o propelente e o airbag, feito de poliamida leve e resistente à ruptura, com um volume inicial de 60 a 70 litros, no caso do motorista, é inflado em cerca de dez milésimos de segundo. “Ele esvazia praticamente à mesma velocidade”, explica Huber. “Isso é importante, pois de outra forma os ocupantes iriam oscilar para a frente e para trás”.
Após o acionamento do airbag, há liberação de gás nitrogênio, que é inofensivo. Como o sistema exige o uso de um explosivo, a equipe de engenheiros de desenvolvimento de Huber teve que participar de treinamentos com explosivos, por ordem das autoridades.
As bolsas infláveis para o motorista são uma das mais importantes inovações da Mercedes-Benz no campo da segurança passiva, em conjunto com o tensionador dos cintos de segurança. O sistema de retenção teve sua primeira apresentação pública mundial no Salão Internacional do Automóvel de Amsterdã, Holanda, entre 5 e 15 de fevereiro de 1981.
Em 1992, os airbags para o motorista e passageiro na parte da frente do veículo foram introduzidos como equipamentos de série, inicialmente nos Classe S, SL e nos modelos produzidos em cooperação com a Porsche, sedãs 400 E e 500 E (W124) (foto de abertura). O sistema de segurança estava disponível para todos os outros modelos da Mercedes-Benz como opcional. Ao longo das últimas quatro décadas, esse “dispositivo de proteção contra impactos” foi adotado em quase todos os veículos.
No quesito segurança, a Mercedes-Benz tem continuado a desenvolver os airbags, com importantes inovações adicionais como o airbag lateral (1995), o airbag de janela (1998), o airbag lateral para cabeça e tórax (2001), o airbag de joelhos (2009) e, em 2013, o airbag lateral para tórax e pélvis, o airbag lateral dos bancos e o airbag de cinto, um tirante de cinto de segurança inflável.
No Classe S (W221), apresentado em 2005, o gerador de gás inflava os airbags do motorista e do passageiro da frente em dois estágios, dependendo da gravidade do acidente. No atual Classe S (W223), os airbags frontais passaram a ser disponibilizados pela primeira vez para os dois bancos traseiros externos.
Quarenta anos após a introdução dos airbags, é a primeira vez que um conceito totalmente novo está sendo aplicado, especialmente adequado às condições da parte traseira do veículo. Um grande número de sistemas de segurança ativos e passivos e inovações, muitos da Mercedes-Benz, contribui para reduzir o número de pessoas feridas em acidentes nas cidades e nas estradas.
AB
Nota: Matéria escrita a partir de pesquisa da Mercedes-Benz