Se você nunca foi a Santo Antônio do Pinhal, não sabe o que está perdendo. É uma bela e pequena cidade, encravada na Mantiqueira, com deliciosos lugares para se almoçar, jantar, tomar bons vinhos; cervejas artesanais, ou não. E um ótimo serviço de saúde. E lá havia também uma oficina, muito especial, sobre a qual falarei adiante.
Santo Antônio oferece passeios deliciosos pelas matas que a cercam. E boas pousadas para passar as noites, que são muito frias no inverno, que vez por outra baixa do 0 °C e que, nestes tempos de verão, dorme-se com temperaturas entre 18 ºC e 20 ºC.
Ah, tem uma ótima padaria, a Viola, onde além do pão de qualidade (as ótimas baguetes só saem às sextas, sábados e domingos; recomendo encomendar.), um monte de bolos, com destaque para o de aipim, a preços honestos, sem exploração dos turistas. Tem também produtores de vinho e azeites. E bons bares, restaurantes e cafés.
Tem também o bar do Pimenta, um lugar muito especial, onde a cachaça Amélia — honesta — que está no mercado há mais de 100 anos é a rainha do lugar, ocupando praticamente todas as prateleiras. Sem grandes tentações, é o lugar próprio para quem gosta de prosear com gente da terra. Lá, tudo se conhece sobre a história da cidade e o que acontece nela, em prosa ou verso.
Uma coisa que poucos sabem é que lá em Santo Antônio, nasce o Rio da Prata. Sim, aquele mesmo Rio da Prata que banha Buenos Aires, na Argentina. Outro detalhe sobre as águas em Santo Antônio é que a Fundação Toyota está desenvolvendo um grande trabalho de recuperação dos mananciais da região da Mantiqueira, que são responsáveis pelo abastecimento de água para quatro milhões de pessoas em São Paulo, Capital.
Mecânico intergalático
E era lá em Santo Antônio que existia, ali na Estrada Municipal do Pico Agudo (lugar imperdível para visitar) a Cabana do Voador, onde seu dono consertava disco voador, como anunciava a placa na porta: CONSERTA-SE DISCO VOADOR (foto de abertura), conforme a imagem que registrei no final do ano retrasado, quando a oficina ainda funcionava a pleno vapor, com discos voadores, em fila, aguardavam sua vez. Como acontece no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nos horários de “pico”, quando aeronaves da Latam, Gol, Azul e outras ficam sobrevoando ao redor da cidade, aguardando autorização para o pouso.
Existia, porque de uma hora para outra, sem nenhum aviso prévio, as placas sumiram e seu dono também. Um amigo, frequentador de Santo Antônio, garante que ele foi abduzido. Para ele, os marcianos tiveram uma evasão de mecânicos lá em Marte e precisavam de mão de obra especializada, como aquela que encontraram ali na Mantiqueira, onde consertavam seus discos em suas incursões pela Terra.
Mas há quem diga que ele, depois de uma passagem por Gonçalves (Sul de Minas Gerais), mudou-se, definitivamente, para Varginha, MG, onde associou-se ao ET de Varginha e, além de juntos consertarem discos voadores vindos de Marte, ouvem por horas seguidas, a Rádio Jazz Medley, daquela cidade, que pode ser ouvida por intermédio do aplicativo RadiosNet.
Serviço
Santo Antônio fica a 170 km de São Paulo. O melhor acesso é pela Ayrton Senna (mas pode ser pela Dutra também), Carvalho Pinto e Floriano Rodrigues Pinheiro, que leva até Campos do Jordão. Mas antes, logo após o túnel, deve-se pegar o caminho para Sul de Minas, usando o viaduto. Algumas curvas, e Santo surge à sua frente. Aproveite!
CL