A MWM Motores Diesel foi vendida por R$ 865 milhões ao grupo catarinense Tupy, valor este cerca de quatro vezes o EBITDA (Earns Before Interest Taxes Depreciation and Amortization — ou lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa adquirida.
O grupo Tupy é uma empresa brasileira com sede em Joinville, SC, com fábricas em também em Mauá, SP, Betim, MG, bem como em Ramoz Arizpe, no México, e em Aveiro, Portugal.
Fundada em 1938 por Albano Schmidt Hermann Metz e Arno Schwartz, a empresa produzia inicialmente conexões hidráulicas fundidas.
Ficou bastante conhecida a partir da segunda metade da década de 1950, quando começou a fabricar peças para a Volkswagen. Ganhou destaque como fabricante de blocos de motor e hoje, seus produtos são exportados para 40 países.
A MWM (Motoren Werke Mannheim AG) por sua vez é uma empresa de origem alemã, pioneira na fabricação de motores Diesel tendo como um dos fundadores ninguém menos que Karl Benz. Em 1985 ela foi adquirida pela Deutz AG, mas a operação brasileira permaneceu fora do negócio do então acionista majoritário Heinz Gustav Hermann Thiele. Permaneceu assim até 2005, quando foi incorporada pela Navistar, proprietária da International Truck & Engines Corporation, condição que permanece até hoje.
No Brasil, as operações da MWM se iniciaram em 1953 com a montagem do escritório de representação da empresa e, em 1957, era inaugurada a fábrica no bairro de Santo Amaro, na capital paulista, local que onde se encontra até hoje produzindo motores.
Inicialmente a MWM produzia motores de ciclo Diesel para aplicações estacionarias e agrícolas, com o uso nos tratores Valmet e Fendt. Contudo, a partir da década de 1970, com a “dieselização” da frota comercial brasileira, a MWM conquistou seu espaço em aplicações veiculares, fornecendo motores Diesel para os caminhões Dodge e Ford.
Na segunda metade da década de 2000, com a incorporação da MWM pela Navistar international, houve uma tentativa de empresa em unificar sua linha de produtos sob o nome de Maxxforce, assim a marca MWM deixava de existir no Brasil e em seu lugar, a nomenclatura de seus motores passava a ser Maxxforce.
Entretanto, alguns produtos ficaram extremamente mal afamados no mercado, tanto brasileiro quanto internacional (como os Maxxforce 3.2H que equipou o Troller 2013 e o Maxxforce 9.3H dos caminhões VW Constellation 19- e 26-370 — isso citando apenas os exemplos brasileiros — e a empresa acabou perdendo seu mercado. E junto com a crise da Navistar nos Estados Unidos, a empresa em solo brasileiro acabou ficando “de lado” e com diversos rumores no mercado que a filial brasileira estaria a venda, com boatos até de compra pela Agrale, algo que não se concretizou.
Agora,, com a compra pela Tupy, a empresa pretende se concentrar na verticalização de sua produção, não apenas de componentes de motores de ciclo Diesel.
DA