Max Verstappen segue firme em demarcar territórios com o seu nome no planeta Fórmula 1. Ao vencer o GP do México (foto de abertura), o piloto holandês somou 14 vitórias em uma única temporada e isolou-se dos alemães Michael Schumacher e Sebastian Vettel que, assim como ele, tinham conseguido 13 triunfos em um ano. Pilotos valorizando recordes conquistados é algo que não acontece normalmente e Verstappen sequer mencionou que a vitória de domingo fez seu total de pontos neste ano chega a 416 pontos, três a mais que o recorde anterior, estabelecido por Lewis Hamilton em 2019.
Comparado com seus pares e o passado recente, sem dúvida são grandes conquistas, mesmo considerando as circunstâncias e os números absolutos que explicam o formato de cada temporada. Nas suas duas primeiras décadas de vida, a F-1 tinha em média 10 corridas por ano; somente em 1967 uma temporada superou a dezena de eventos. Na década de 1950 eram considerados em torno de 50% dos resultados do ano. Em 1952, por exemplo, o calendário teve oito etapas, incluindo a 500 Milhas de Indianápolis, e o italiano Alberto Ascari triunfou em seis provas consecutivas (pela ordem, Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, Países Baixos, e Itália), acumulando 53,5 pontos, mas somente 36 foram consolidados. Nesse ano Ascari venceu 75 % das etapas de 1952, ou 87,5% se desconsiderarmos a tradicional corrida americana, onde era aplicado regulamento técnico específico e a presença de europeus era extremamente rara.
Mais impressionante ainda é o fato de disputar apenas aquelas seis provas, sempre fazendo também a melhor volta. Apenas última etapa do ano, em Monza, ele dividiu essa glória com o argentino José Froilán González, o que explica aquele meio ponto. Em números frios e calculistas, um aproveitamento de 99,07% dos 54 pontos em jogo nos GPs que ele participou. Vale mencionar que a pontuação em vigor considerava os cinco primeiros classificados com 8, 6, 4,3 e 2 pontos, respectivamente, além de um ponto para melhor volta da prova. Por essa métrica Ascari foi mais eficiente que Verstappen: o italiano obteve 75,69% dos pontos em jogo (ou 86,50% se desconsiderarmos Indianápolis) e o holandês até agora 82,21%,.
Atualmente o calendário tem 22 corridas e a pontuação é bem mais abrangente. Os dez primeiros recebem, do vencedor ao décimo colocado, respectivamente 25, 18, 15, 12, 10, 8, 6, 4,2 e um ponto e se algum deles registrar a volta mais rápida da corrida recebe um ponto extra. Em alguns GPs, entre eles o da etapa brasileira, é disputada uma prova de 100 km (Sprint Race) para definir o grid de largada e na qual os três primeiros recebem 3, 2 e um ponto respectivamente. Assim, dos 526 pontos já outorgados nesta temporada, Verstappen acumulou o equivalente a 79,08%. Em termos de vitórias, ele já acumula aproveitamento de 70%. Caso o holandês vença as últimas duas etapas de 2022 — São Paulo e Abu Dhabi —, seu aproveitamento poderá chegar a 72,73%. É um índice inferior ao do italiano Ascari, mas ainda assim impressionante tanto no contexto atual quanto no histórico.
O resultado completo do GP do México de 2022 você encontra aqui.
WG
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