Existe muitas maneiras de resolver a questão do carregamento de carro elétrico em condomínio residenciais e comerciais. É certo que sempre requer um pouco de bom senso por parte de todos condôminos e principalmente do síndico para colocar o assunto em pauta. É como implementar um “espaço pet” onde nem todo mundo tem um cachorro ou gato para levar para passear, mas no final todo mundo paga a benfeitoria para usufruir da valorização que o imóvel recebe.
A primeira alternativa que passa na cabeça de todo eletroentusiasta é puxar uma derivação do próprio medidor de energia do apartamento até sua vaga, mas nem sempre é a solução economicamente mais viável. Os medidores individuais ficam nos quadros de distribuição dos andares e a distância até a garagem exigiria cabos de bitolas muito grande, encarecendo a instalação.
Outra alternativa é puxar uma derivação de alguma tomada de uso comum da garagem, mas novamente o custo pode ser elevado e o consumo de energia seria rateado por todos condôminos. Novamente não é a maneira mais correta de viver em comunidade.
Os fabricantes de carregadores de bateria têm soluções inovadoras que já estão sendo instalados em empreendimentos novos, por força de lei na cidade de São Paulo, e que podem ser replicados em condomínios já existentes. Trata-se de uma linha de energia dedicada aos carregadores que contempla um ponto de instalação em cada vaga de garagem, deixando assim a provisão para instalação futura do carregador.
Fui conhecer o trabalho realizado pelo fabricante InCharge em um condomínio em São Paulo, e mostro os detalhes neste vídeo:
Pontos a destacar
Os carregadores domésticos, já apelidados de “wallbox”, mais indicados são os de 7 kW de carga em corrente alternada (AC), podendo chegar até 22 kW, porém são poucos veículos que recebem carga em modo AC nessa potência mais elevada. 7 kW são suficientes, pois em uma conta simples, durante um período de repouso noturno de 8~10 horas, poderia carregar uma bateria de até 70 kW·h, e como nunca chegamos ao zero absoluto, e poucos carros tem bateria maior que 80 kW·h, esse tipo de carregador é suficiente. Para os de 22 kW é necessário instalação de 380 volts e proteções adicionais, enquanto nos de 7 kW uma instalação de 220 volts residencial é suficiente.
O quadro de distribuição de energia deve ter proteção individual para cada carregador, permitindo que em caso de falha elétrica em algum carregador, somente esse fica desconectado, todos os demais seguem operando.
A distribuição da energia disponível é igualitária, de modo que à medida que os usuários conectem seus carros aos carregadores, o sistema faz a distribuição para não exceder os limites da instalação elétrica do condomínio.
Sem esse tipo de programação poderia haver sobrecarga e desconectar todo sistema, além da possibilidade de afetar todos os apartamentos ou escritórios.
A InCharge oferece o aplicativo de controle e acompanhamento do carregamento através do celular. O usuário, desde onde estiver, pode acompanhar o carregamento do seu veículo e interromper a carga quando atingir a carga desejada. Relatórios de consumo individualizado são emitidos pela administradora do condomínio, permitindo a cobrança individualizada da carga consumida no período.
Caso o condomínio não aprove a instalação individual, há ainda a opção de criar vagas compartilhadas com carregador com os mesmos recursos de proteção da energia elétrica, e utilizar o aplicativo para liberar o carregamento individual para acompanhamento em tempo real e cobrança posterior.
Conclusão
Com tudo que aprendemos nesta semana, concluímos que as desculpas e dificuldades criadas para instalação de infraestrutura de carregamento de carros elétricos começam a fazer parte do passado. Afinal, como diziam no passado: “Carro a álcool, você ainda vai ter um”, hoje já podemos dizer: “Carro eletrificado, você ainda vai ter um”. E nada melhor do que já começar a se preparar para este futuro que está cada dia mais perto.
GB