Nem mesmo o calor (38°), mas com sensação térmica acima dos 40°) que tomou conta da tarde de Santos, SP na quinta-feira impediu um divertido passeio na picape Ford Maverick, na companhia de Guilherme e Clécio, ambos com 22 anos Eles têm a deficiência Síndrome de Down e são participantes do Programa Nutre — Núcleo Trabalho, Renda e Emprego da Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santos. Este programa visa colocar jovens como eles para trabalhar em empresas santistas.
O primeiro contato com o carro, visual, de Guilherme Nascimento Góes Silva e Clécio Vieira Vigo Noya gerou um “uau” da dupla que demonstraram uma alegria que reinou durante todo o passeio, de aproximadamente 120 quilômetros, pegando o trânsito urbano de Santos e trecho da Via Anchieta.
Na ida, sentado à frente, Guilherme adorou quando falei que iríamos acelerar forte.
— Corre tudo que pode. O máximo!
Pediu. Em um tom quase exigente, mas com sorriso nos lábios. Fomos só até 100 km/h, 20 km/h menos que a velocidade máxima permitida da estrada
Quando paramos num local para comprar água, no momento da ré adorou as imagens da traseira aparecendo na tela do multimídia e lembrou que era igual ao carro de seus país. Por falar em pais, o pai de Guilherme, Toninho Silva, foi jogador do Peixe (Santos FC), campeão paulista de 1978 (seu primeiro ano no clube) e vice brasileiro, em 1983, quando deixou o time.
Uma das atrações da Maverick foi o conforto de seus bancos, destacado por ambos, que também elogiaram a beleza do interior, em que adoraram as cores dos bancos.
Guilherme, como a maioria dos jovens de hoje, gosta de videogame, especialmente aqueles de corrida de automóveis. Mas também joga futebol com sua turma.
Mas sua grande paixão é tocar bateria. E conta com orgulho e um largo sorriso no rosto (algo permanente nele) que, certa vez, durante o show, na praia, de uma banda, foi chamado ao palco e acompanhou o grupo na apresentação.
Outra coisa que conta com orgulho é que, aos 11 anos, foi à casa de Pelé para uma feijoada e que o Rei do Futebol colocou a comida na sua boca.
— É. o Pelé me deu comida na boca. Amo o Pelé e fui ao funeral dele.
Além de adorar o Santos FC e de estar com a família, ele diz que gosta muito de morar em Santos e estudar na Apae, onde está desde 2009.
Editor de vídeos
Como Guilherme, Clécio gostou da Maverick e adorou quando pisei fundo, fazendo entrar o turbo, para ter uma chance de voltar à pista depois que paramos para que os dois trocassem de lugar e ele passasse para a frente. Há 15 anos, ele faz capoeira e promete que, se um dia conseguir juntar um “dinheirinho”, vai comprar “um carro desses para mim”.
Além de capoeira, Clécio edita vídeos. Durante a pandemia, ajudou sua mãe, que é professora, a fazer aulas a distância para os alunos dela. Ele também quer ser pastor, como declara em seu Facebook ,“Deus escolhendo meu futuro vou ser pastor”. Ele também está no YouTube, “Mundo da Capoeira” e @cantadorvigaocaxingueles2023. Ele está presente em todas as redes sociais.
O mesmo acontece com Guilherme, Facebook e TikTok e, como Clécio, em todos as redes sociais. Ambos têm sempre a mesma característica: alegria, bom humor. Sempre!!!!
CL
A coluna “Histórias & Estórias” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.
Nota: Esta coluna é publicada normalmente às quintas-feiras