Em entrevista ao jornal italiano Il sole 24 ore, o executivo-chefe da Fórmula 1, Stefano Domenicali, (foto de abertura) afirmou categoricamente que a principal categoria do automobilismo de competição nunca será elétrica e contestou as críticas de que ela seja hoje uma atividade antiambiental, que polui e que não tem nenhuma preocupação com as demandas atuais de sustentabilidade do planeta. “A Fórmula 1 tem como patrocinadores importantes empresas, com o Rolex, Pirelli, Lenovo, dentre outras, que não nos apoiariam se tivessem a menor desconfiança que não fossemos corretos em nossas ações e objetivos”, destacou o executivo.
Para Domenicali, o problema sério não é a sustentabilidade, mas sim a transição energética. “A atividade política não está agindo de modo correto ao fixar metas impossíveis de serem viabilizadas. E, acima de tudo, de uma maneira puramente ideológica transformando o carro elétrico como um dogma incontestável. Não se pode afirmar categoricamente que exista um só modo de transição energética. O automóvel elétrico continua sendo uma miragem e, não podemos esquecer que, em 2035, teremos cerca de 2 bilhões de veículos como motores térmicos rodando no mundo e a Fórmula 1 também vai continuar utilizando motores tradicionais a combustão.”
Isto, segundo Domenicali, não quer dizer necessariamente que os motores da categoria serão poluentes, mas com certeza não serão elétricos. “A Fórmula 1 nunca será elétrica”, afirmou taxativamente o executivo. “Isto não quer dizer que não estamos fazendo a nossa parte dentro das demandas ambientais. A Fórmula 1 está fortemente envolvida no desenvolvimento de combustível limpo, sintético, e que estará pronto e será utilizado a partir de 2026. “É um carburante que também poderá ser usado em navios e aviões. Com ele poderemos fazer a transição e alcançar emissões Zero, sem precisar mudar de motor e jogar fora o enorme parque de veículos existente hoje”, concluiu.
RM