Enquanto o foco no investimentos de capital pela indústria automobilística está voltado para a transição em produção de veículos puramente elétricos, uma nova joint-venture com a finalidade de desenvolver motores a gasolina e sistemas híbridos mais eficientes ganha força com o apoio da Aramco, a empresa estatal petrolífera da Arábia Saudita, detentora da segunda maior reserva de petróleo do mundo e atualmente a terceira empresa mais valiosa do globo, informou a agência Reuters, nesta quinta-feira (2/3).
Conforme a nota, a Aramco assinou uma carta de intenções para assumir participação minoritária, em torno de 20%, na associação da Renault com o grupo chinês Geely para o desenvolvimento de novas propostas de trens de força a combustão e híbridos. Com a participação da Aramco, esta empresa independente também deverá estender seu programa no desenvolvimento de propostas de novas tecnologias com a utilização de hidrogênio e combustível sintético.
Anunciado no final do ano passado, o acordo da Renault com a Geely para o desenvolvimento de novas tecnologias em motores a combustão e híbridos prevê capacidade de produção anual de mais de 5 milhões de motores de combustão interna e conjuntos híbridos plug-in. “A entrada da Aramvo na parceria nos dará uma vantagem extra nesta nossa proposta em direção à tecnologia de trens de força de combustão itnena com emissões ultrabaixas”, afirmou a Reuters, Luca de Meo, executivo-chefe da Renault.
Em projeções antecipadas, o acordo de parceria prevê faturamento anual inicial de 13 bilhões de euros, com a produção anual de cinco milhões de trens de força para oito marcas associadas aos grupos Renault e Geely, incluindo Nissan e Volvo. O acordo também faz da Aramco o primeiro grande produtor de petróleo a investir na produção de componentes para veículos a combustão. “A entrada da Aramco traz de tabela know-how, que nos ajudará a desenvolver propostas inovadoras nos campos de combustíveis sintéticos e hidrogênio”, concluiu De Meo.
Essa não é a primeira incursão da estatal de petróleo da Arábia Saudita em associação com fabricantes de veículos. No ano passado, a Aramco anunciou parceria com a Hyundai para estudar combustíveis avançados em motores híbridos com a finalidade reduzir as emissões de CO2. Além disso, a Aramco também é atualmente um importante patrocinador da Fórmula 1. Todo este tipo de envolvimento é uma maneira da petrolífera contestar a ameaça elétrica de reduzir a demanda por combustíveis fósseis.
Para a Renault, esta parceria possibilita focar com mais fôlego em seus investimentos no desenvolvimento da eletrificação de sua linha de modelos, que faz parte da reestruturação da marca e também envolve a revisão de sua longa aliança com a Nissan abalada ultimamente. Já para Geely, o acordo é uma estratégia de parcerias expandindo seus negócios para além das fronteiras da China. A Geely recentemente anunciou acordo de desenvolvimento de motores a gasolina e híbridos com a Mercedes-Benz, já que detém participação acionária no Mercedes-Benz Group.
RM