Pensando no que escrever para a coluna dessa semana, me lembrei do episódio que vivi, já faz algum tempo, em uma reunião de amigos, onde muitos eram colecionadores ou simples apreciadores de carros antigos. Então lá vai.
Aconteceu quando eu estava avaliando uma picape Ford Maverick (aquela que usei para um teste com dois jovens portadores da síndrome de Down, em 17/02/23. E que eles adoraram andar nela) e fui a um churrasco na casa de amigos. Quando lá cheguei, um deles perguntou, com que carro estava naquele dia, já que, vez por outra, dirijo carros diferenciados. Eu simplesmente respondi que era Maverick.
Louco por carros antigos, meu amigo soltou um grito de alegria!
— Veoitão, com certeza! Que maravilha, vamos lá ver e acelerar só para ouvir aquele ronco maravilhoso. Se for Quadrijet, melhor ainda.
E aumentando o volume da voz gritava para que outros antigo mobilistas fossem ver o Maverick “veoitão” junto com a gente.
— Bem, meu amigo — disse eu — sinto decepcioná-lo, mas não se trata de “um” Maverick, mas de “uma” Maverick, picape, que a Ford começou a importar para o Brasil em 2022, numa única versão Lariat FX4 (foto de abertura).
A frustração foi geral e então eu me lembrei dos tempos em que, aprendendo jornalismo com o “Seccão” (Luiz Carlos Secco), conheci “o” Maverick, em todas as suas versões, desde o sensacional V-8 Quadrijet GT 5-litros (já contei aqui a história do “Maverickão” que “atropelou” um Corcel GT, em 31/03/22); até chegar ao terrível, e mal falado 6 cilindros, quatro portas, que usava motor 6-cilindros do Jeep (não confundam com o Jeep atual. Era do Jeep que a Ford fabricava no Brasil), que gastava muito e rendia pouco.
Daí pensei em algumas comparações, entre “o” Maverick e “a” Maverick, com incríveis diferenças, mas especialmente aquelas ligadas à conectividade que hoje domina todas as campanhas de lançamento, coletivas e material de Imprensa que as fábricas realizam de seus novos modelos. Às vezes chego a pensar que os veículos hoje em dia nem trazem mais motor, suspensão ou outros atributos técnicos, apenas conectividades múltiplas.
Então, até hoje penso comigo mesmo, se me perguntarem sobre Maverick, eu penso logo, de qual estará falando essa pessoa, “do” Maverick ou “da” Maverick? Isso, claro, se a pergunta vier de alguém com mais de 50/60 anos. Os mais jovens, certamente estarão falando dela, a picape Maverick e não do inesquecível V-8 Quadrijet. Certo?
CL
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