Um assento em uma equipe semioficial da Porsche é a base para o alemão Sebastian Vettel (foto de abertura) retornar às pistas em 2024 e disputará a temporada 2024 do Campeonato Mundial de Resistência (WEC na sigla em inglês). O tetracampeão da F-1 (2010/11/12/13) não desmentiu a notícia quando consultado durante sua presença em Suzuka, onde domingo foi disputado o GP do Japão. Ele declarou ao jornalista alemão Michael Schmidt: “Não tem nada assinado ainda e tenho algum tempo para pensar. A possibilidade de voltar a correr sempre existiu e caso eu chegue à conclusão de que sem correr a coisa não funciona, então eu volto a pilotar.”
O alemão é cotado para liderar o trio de pilotos que a equipe Jota quer formar para seu segundo Porsche 963 na próxima temporada e que poderá ser completado pelo inglês Jenson Button e pelo polonês Robert Kubica. Button, campeão mundial em 2009, também já conversou com a equipe fundada por Sam Highnett e John Stack, parte de um grupo que inclui uma empresa de aviação, focada em voos fretados de carga e passageiros para clientes do automobilismo e outra de engenharia de precisão. O time inglês tem Pietro Fittipaldi como um dos seus pilotos atuais. Uma decisão sobre essa formação deve ser anunciada até o final da temporada, e inclui a presença de Robert Kubica, que lidera a última temporada de LMP2 do WEC no trio formado com o português Rui Andrade e o suíço Louis Deletraz.
A lista de pilotos que poderão disputar provas do Mundial de Resistência em 2024 inclui ainda os nomes do brasileiro Felipe Drugovich e do alemão Mick Schumacher. Drugovich negocia com várias equipes e Schumacher está bem perto de assinar com a Alpine para tripular o segundo carro que o time francês inscreverá na próxima temporada, possivelmente no mesmo carro do paulista André Negrão.
Suzuka, Toyota e McLaren
A presença de Akyo Toyoda, presidente do Conselho Administrativo da Toyota, no autódromo de Suzuka no último fim de semana, despertou curiosidade sobre uma possível associação entre a marca japonesa e a equipe McLaren, que busca um fornecedor de motor para a temporada de 2026.
Com a inauguração de seu próprio túnel de vento, o time fundado por Bruce McLaren deixará de usar o túnel de vento da Gazoo Racing, braço de competição do grupo japonês, mas as relações entre ambos seguem firmes: Ryo Kirakawa, que venceu Le Mans em 2022 pela Toyota, foi contratado como piloto-reserva do time de F-1. Para os padrões japoneses, essa movida é sintomática de uma proposta de curto-médio prazo.
Na pista, Max Verstappen voltou a demonstrar a sua superioridade na temporada de 2023 ao dominar o GP do Japão e se aproximar do seu terceiro título mundial.
O triunfo de Suzuka garantiu o sexto título e construtores da Red Bull. Se as coisas estão caminhando muito bem para o holandês e para o time anglo-austríaco, não se pode dizer o mesmo sobre seu companheiro de equipe, Sérgio Perez. O mexicano novamente não se classificou para o Q3 (quando são definidos os 10 primeiros do grid), e na corrida envolveu-se em uma série de incidentes que levaram ao seu abandono.
A confirmação do australiano Daniel Ricciardo ao lado do japonês Yuki Tsunoda como pilotos da AlphaTauri para a temporada 2024 reforça a hipótese de que ele será substituído pelo neozelandês. Após o acidente de Ricciardo nos treinos para o GP da Holanda, Lawson substituiu o australiano, marcou pontos e abriu espaço para ser a opção para substituir Pérez. Caso não seja confirmado pela Red Bull, Lawson é o principal rival de Felipe Drugovich na vaga de companheiro de equipe de Alex Albon na equipe Williams em 2024.
O resultado completo do GP do Japão você encontra aqui.
Aston Martin abre espaço, W Series fecha
A Aston Martin capitalizou em cima do programa de desenvolvimento de Felipe Drugovich durante testes livres realizados na semana passada em Hungaroring.
Na última quinta-feira Jessica Hawkins, campeã britânica de Kart, dividiu um modelo AMR21 com o brasileiro e é a aposta da equipe para a F-1 Academy, campeonato que será lançado em 2024 como forma de abrir espaço para as mulheres em categorias que facilitem o acesso de representantes femininas na Fórmula 1. O futuro de Drugovich para a temporada de 2024 ainda está em negociação e inclui essa categoria — possivelmente como piloto da Williams — a F-E (categoria de carros elétricos) e o WEC, Campeonato Mundial de Resistência.
Em clima oposto, ontem os detentores da marca W Series anunciaram o fim do projeto aberto a mulheres e que utilizava monopostos semelhantes aos da F-3 regional. Iniciativa lançada em 2019, a modalidade abriu espaço para várias meninas, incluindo a brasileira Bruna Tomaselli, e chegou a ser incluída como preliminar de GPs. O administrador adjunto do processo de venda, Kevin Leyd, ainda tem esperanças de que o projeto tenha continuidade: “A decisão desaponta todos que apoiaram o projeto, mas, na condição de maximizar possíveis formas de gerar retorno aos nossos acionistas, eu sempre acreditei que um novo proprietário da marca possa dar continuidade ao projeto”
A venda da marca inclui todos os 20 carros usados nas três temporadas realizadas, todas elas vencidas pela britânica Jamie Chadwick, que este ano disputo a Indy NXT, antiga Indy Lights. A data-limite para receber ofertas pelo pacote é dia 12 de outubro próximo.
WG
A coluna “Conversa de pista” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.