Uma peça das mais simples dos sofisticados monopostos da F-1 pode disparar uma série de mudanças nos regulamentos da categoria, incluindo até mesmo o sistema de contagem de pontos. Durante horas após a bandeirada que garantiu a 50ª vitória de Max Verstappen na F-1, quatro carros foram examinados pelos comissários técnicos da Federação Internacional do Automóvel (FIA) e ao final do processo dois deles foram aprovados. Já o Mercedes de Lewis Hamilton e o Ferrari de Charles Leclerc, respectivamente segundo e sexto colocados no final das 56 voltas da prova, foram declarados ilegais por causa do desgaste excessivo da prancha instalada sob o chassi dos seus respectivos carros.
Com isso, o que se viu no pódio (foto de abertura) não representou o seu resultado oficial; Max Verstappen foi confirmado vencedor, mas Lando Norris (McLaren), que assim como o holandês também teve seu carro vistoriado, e Carlos Sainz (Ferrari) foram alçados à segunda e terceira posições, respectivamente.
Tudo indica que a constatação do desgaste excessivo da prancha foi consequência de três fatores: o pouco tempo disponível para as equipes checarem seus carros entre o final da corrida sprint disputada no sábado e o início do parque fechado — período em que as equipes não podem mexer nos carros — e o número de voltas completadas por Hamilton e Leclerc no primeiro stint. Some-se a isso o piso do Circuito das Américas.
A prancha instalada sob o chassi é um conjunto de até três peças retangulares construídas em material compósito e que, por regulamento, tem quatro furos específicos para medir seu desgaste durante a prova. A espessura original de 10 mm pode ser reduzida em 10% no máximo. Nos carros declarados ilegais esse desgaste foi superior ao permitido. No caso de Hamilton e Leclerc, os dois completaram seus primeiros stints em 20 e 23 voltas, respectivamente contra 16 de Verstappen e 17 de Norris. Como o peso do carro é maior nessa parte da corrida devido a quantidade de combustível e outros fluídos, o desgaste de pneus foi consequentemente maior. No caso do monegasco há de se considerar que ele completou 28 voltas com o terceiro jogo de pneus. Some-se a isso o fato do circuito de Austin ter recebido inúmeras críticas com relação às muitas ondulações nos 5.514 metros do seu traçado.
Tal cenário levantou dúvidas se apenas os carros de Hamilton e Leclerc teriam infringido o regulamento sobre o desgaste da prancha. A FIA alega que apenas quatro carros foram vistoriados por questões práticas e que realizar essa operação em todos os monopostos que chegaram ao final da prova seria impraticável. Como o tema tem relação com as corridas sprint, o fato ganhou dimensões extras.
Já se fala em criar um campeonato paralelo para essa prova, que não valeria mais pontos para a classificação do Mundial, um modo de valorizar os eventos de sábado e domingo. As equipes já notaram que o formato atual da Sprint Race não desperta a atenção dos fãs. Agregue-se a isso o fato de Max Verstappen ter sido coroado campeão da temporada na corrida de sábado do Qatar, o que esvaziou a importância da competição do domingo. O tempo para trabalhar nos carros após a prova de sábado também poderá ser aumentado.
O resultado completo do GP dos Estados Unidos você encontra aqui.
Indy
O brasileiro Pietro Fittipaldi foi confirmado ontem como piloto da equipe Rahal Lettermann Lanigan Racing para toda a temporada 2024 da F-Indy. Pietro terá como companheiros de equipe o dinamarquês Christian Lundgaard e o estadunidense Graham Rahal, filho de Bobby, um dos proprietários do time e que escolheu o brasileiro em detrimento do lituano Juri Vips, que poderá disputar algumas provas pela equipe:
“Estou impressionado com a maturidade e experiência que o Pietro agregará ao nosso time. Estou ansioso para ver o que poderá fazer em uma temporada completa na F-Indy. Existe a possibilidade de inscrever o Vips em uma ou outra prova do ano que vem.”
WG
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