As 267 mil pessoas que acompanharam os três dias de treinos e prova do GP São Paulo de F-1 teve boas marcas para celebrar, a começar pelo aumento de público em relação ao ano passado, cortesia de novas arquibancadas espalhadas pelo circuito paulistano. O registro mais importante foi a 17ª vitória de Max Verstappen, resultado que o consagra como o maior vencedor de provas em uma mesma temporada e o supera o aproveitamento do italiano Alberto Ascari que venceu seis das oito etapas da temporada daquele ano, equivalente a 75%. Em 1952, o italiano só não venceu o GP da Suíça e a 500 Milhas de Indianapolis, que nos anos 1950 fazia parte do calendário da categoria. Nessa prova Ascari largou em 25º e abandonou na 40ª, por problemas numa roda. Com o triunfo em Interlagos Verstappen já tem 77,27% e pode chegar a 82,6% caso vença as derradeiras etapas de 2023: Las Vegas e Abu Dhabi.
O fato de os títulos de Pilotos e de Construtores já estarem definidos em favor de Max Verstappen e da Red Bull, respectivamente, ajudou a criar um ambiente mais descontraído no fim de semana paulistano da F-1. Com 19 das 20 vagas de pilotos já confirmadas — a única ainda passível de mudança é a do estadunidense Logan Sargeant, na Williams —, as disputas na pista foram mais intensas que o normal, especialmente na Sprint Race disputada no sábado, quando Lando Norris esteve próximo de ameaçar a supremacia de Verstappen. O piloto inglês capitaliza melhor o crescimento da McLaren nas últimas provas e voltou a marca mais pontos que seu companheiro de equipe e grande revelação da temporada, o australiano Oscar Piastri.
Norris é também o piloto a ser acompanhado: à exceção de Verstappen, é quem mais somou pontos nas últimas seis provas: 116, contra 95 de Carlos Sainz, 62 de Lewis Hamilton, 29 de Sergio Pérez e 28 de Fernando Alonso. A manter a média de 19,33 pontos por prova ele, que tem 195 pontos acumulados, pode superar Fernando Alonso (média de 4,66 pontos por prova nas últimas etapas) e terminar em quarto lugar, e ficar atrás do campeão Verstappen, de Sergio Pérez, (6,5) e Hamilton (10,33) Caso Hamilton não pontue e Norris mantenha sua média de aproveitamento ele pode terminar o ano em terceiro lugar.
A supremacia da Red Bull nesta temporada deixa em aberto — o fabricante anglo-austríaco marcou 782 pontos em 21 etapas já disputadas — a disputa pela condição de segunda força de 2023, posto disputado pela Mercedes-AMG e pela Ferrari. A primeira soma 382 pontos e a segunda 262. Nas últimas seis etapas, porém, a Scuderia diminuiu em 25 pontos a diferença para a rival, índice que poderia ser ainda melhor não fosse a pane hidráulica que afastou Charles Leclèrc da prova quando o monegasco fazia sua volta para alinhamento no grid.
Fator extra-pista que contribuiu para criar uma atmosfera mais descontraída no paddock foi a instalação de três pontos da gastronomia brasileira, algo inédito na história da categoria. Uma barraca de frutas, um bar que servia café e pão de queijo e um boteco com balcão de torresmo, pasteizinhos, arroz com frango e quiabo e doces como brigadeiro e pudim de leite atraíram a atenção e o apetite de locais e, principalmente, estrangeiros, que fizeram da água de coco o item mais consumido.
O resultado completo do GP de São Paulo você encontra aqui.
WG
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