A Dacia, fabricante romena controlada pelo Grupo Renault desde 1999, está lançando a terceira geração do suve Duster. Definido pelo fabricante como referência no seu segmento de mercado desde que foi lançado em 2009, o modelo já teve mais de 2,2 milhões de unidades produzidas, conforme destaca a Dacia, mas não especificou se a soma inclui os Renault Duster. A fábrica produz atualmente 1.000 unidades por dia.
O novo Duster utiliza agora o moderno arcabouço CMF-B do Grupo, que já é empregado no Sandero e nos Renault Clio e Nissan Juke. Esta mudança atualiza a dinâmica do Duster, mas sem comprometer suas dimensões compactas, além de também possibilitar a adoção de conjuntos motrizes híbridos, juntamente com a opção de um novo motor a combustão.
O turbo a gasolina de três cilindros e 88 cv básico TCe 100 das gerações anteriores foi substituído pelo motor 4-cilindros bicombustível 1,6-litro de 99 cv, que funciona tanto com gasolina, quanto com GLP (gás liquefeito de petróleo) e tem dois tanques de 50 litros para cada combustível. O de gás fica sob o assoalho do compartimento de bagagem e não afeta o volume de carga. Com os dois tanques cheios, o Duster pode percorrer até 1.300 km sem reabastecer, de acordo com testes oficiais divulgados pela Dacia.
Já no novo Duster TCe 130, pela primeira vez a marca utiliza o conjunto motriz com grau leve de eletrificação, que combina o motor a gasolina tricilindro de 1,2 litro turbocarregado de nova geração, e ciclo Miller, de 130 cv, e um motor elétrico de 48 V, que auxilia o motor a combustão no arranque ou na aceleração. Segundo o fabricante, o conjunto reduz o consumo médio e as emissões de CO2 em cerca de 10% comparado a um motor somente a combustão de potência equivalente.
O TCe 130 é oferecido com câmbio manual de 6 marchas, tanto nas versões 4×2 quanto 4×4. Na versão com tração integral, selecionando o modo Auto no seletor giratório, a tração é dianteira na maior parte do tempo, mas desvia automaticamente o torque para o eixo traseiro quando o dianteiro perde tração. A frenagem regenerativa carrega a bateria de 0,9 kW·h e é imperceptível para o motorista.
Já o novo Dacia Duster Hybrid 140 tem motor de 4 cilindros a gasolina de 1,6 litro e 94 cv, que combinado com dois motores elétricos — um de 50 cv e outro, que é alternador e motor de partida, de alta tensão — entrega\potência combinada de 138 cv. A bateria de tração de 1,2 kW·h (230 V) é alimentada por frenagem regenerativa e permite que 80% da rodagem na cidade seja realizada apenas no modo elétrico. A arrancada da imobilidade é sempre feita pelo motor elétrico e o câmbio é automático elétrico de 4 marchas para o motor a combustão e de duas marchas para o motor elétrico. Esta tecnologia combinada é possível porque o sistema não tem embreagem.
As versões 4×4 tem 8 mm a mais de distância do solo (217 mm) e a Dacia afirma que ângulos de entrada e saída são de 31º e 36º graus, respectivamente, e 24º para transposição de rampa O Duster 4×4 também ganhou controle de descida, que pode ser acionado em todas as marchas, inclusive ré, entre 0 e 30 km/h. Já a versão com motor diesel foi retirada da linha Duster, conforme detalhou ao site da revista inglesa Autocar o diretor-executivo de engenharia da Dacia, Julien Ferry: “A motorização Diesel está morrendo na Europa e os clientes não tem mais interesse nela”.
Além da completa revisão tecnológica, o novo Duster também ganhou novo desenho. A Dacia afirma que procurou reinventar o design do Duster, mas mantendo o visual marcante que impulsionou as vendas das duas gerações anteriores como um modelo robusto. A equipe de projetos iniciou os estudos observando a cabine, o capô e os para-lamas na busca de estilo moderno aperfeiçoando as proporções da carroceria. Conforme define o departamento de estilo da Dacia, o design do Novo Duster acompanha os tempos e combina o caráter aventureiro feito para durar muitos anos.
A nova geração do Duster mantém os 4.340 milímetros de comprimento, exatamente como a anterior, mas a mudança para o arcabouço CMF-B abriu mais espaço interno — especialmente em largura na frente e no espaço para as pernas atrás (+ 30 mm). A carroceria ficou levemente mais baixa, com 1.660 milímetros de altura, e um pouco mais larga, 1.810 milímetros. Já o espaço no compartimento de bagagem mais largo e mais alto proporcionou até 6% de espaço extra, aumentando de 445 litros para 472 litros, enquanto o novo rack de teto tem capacidade para até 80 kg.
RM