Por mais que sejam anunciadas com antecedência e uma daquelas leis imutáveis do Universo, há fatos que cobram um preço alto para aceitá-los. Por mais altos que sejam, porém, por vezes não superam a grandeza do sujeito da frase. É o caso de escrever sobre a morte de Wilsinho Fittipaldi. Grande no tamanho físico, ele ficava maior ainda quando o assunto era automóveis ou contar causos. Em suma, um autoentusiasta raiz para ninguém botar defeito.
Esta manhã chegou a confirmação do que já se esperava há algum tempo: Wilsinho acelerou rumo ao Olimpo dos privilegiados que deixaram na Terra sua marca e um legado mais do que respeitável. Pouco importa se o seu estado de saúde há anos vinha perdendo tempo a cada volta em torno do Sol, menos ainda que os esforços de sua querida Rita e do filho Christian faziam para reverter, melhor dizer amenizar, esse quadro. Nem mesmo os esforços do amigo Paulo “Loko” Figueiredo, que quando chamado parava o que estava fazendo para ajudar nessa causa, derrotaram o inexorável.
Wilson Fittipaldi Júnior partiu hoje, quase 80 anos e dois meses depois de ter nascido em São Paulo aos 25 de dezembro de 1943. Filho de um dos grandes na promoção do esporte, mais conhecido pelo apelido de “Velho Barão”, ele deixa o irmão Emerson, um dos maiores pilotos que o mundo já conheceu, os filhos Christian e Roberta e netos. Muito além disso, deixa marcas como a criação do Mini Kart, o Fitti Vê (carro que dominou a categoria nos anos 1960), projetos como os volantes Fórmula 1, o protótipo Fitti-Porsche, Fusca de dois motores 1600 acoplados por uma junta elástica de transmissão utilizada em automóveis Alta Romeo e em carros esporte, (junta Giubbo) e a criação da primeira e única equipe brasileira a construir seus carros no Brasil. A maior parte disso com a participação do amigo Ricardo Divila. Também disputou provas de rali, off road, Stock Car e Intersérie. A lista dos seus feitos é longa.
Wilsinho, você é um dos privilegiados do Olimpo, um daqueles que deixou sua marca na Terra. Descanse em paz.
WG
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