Todo dia encontro mensagens que acho que seriam desnecessárias se as pessoas tivessem um mínimo de bom senso. “Cuidado, conteúdo quente” dentro de um copo de café quente não soa inútil para vocês, meus caros leitores? Ou imprimir numa embalagem de ovos “contém ovos”? São tantos os exemplos que poderia encher todo o espaço destinado a esta minha coluna com coisas desse tipo. No entanto, não hei de torturar ninguém com essas coisas que, se entendo que algumas obedecem a algumas leis (que também considero redundantes) continuo achando-as desnecessárias.
No nosso cotidiano acontece a mesmíssima coisa. A cada dia vemos que surgem coisas que nem deveríamos ver, mas que estão lá e, pior, acabamos percebendo que são, sim, necessárias porque há gente que insiste em não se comportar de maneira minimamente civilizada.
Demarcação de vagas em estacionamentos é uma delas. No início eram apenas linhas pintadas na parede, aproximadamente na largura de um carro médio, para indicar o espaço que o carro deveria ocupar. Apesar de todos os veículos serem dotados de espelhos retrovisores, parece que isso não foi suficiente para que os motoristas ocupassem apenas aqueles espaços.
Surgiram então as linhas paralelas, pintadas no chão, saindo das extremidades da linha horizontal da parede. Com isso, supunha-se, os condutores deixariam seus carros dentro das marcas. Parece que também não foi suficiente, pois além de muitos não respeitarem os espaços laterais, avançam nos frontais. Surgem então os limitadores à frente dos carros. Novamente o mesmo caso: primeiro com linhas de tinta, mas depois com limitadores físicos (foto de abertura) de forma a impedir, mesmo, que o motorista avance da vaga da frente. Tanto que eu mesma tirei esta foto num estacionamento, há um ano e meio e estes dias, arrumando fotos (algo que eu faço tipo moto continuo), percebi. Mas já quero esclarecer que nem foi no Brasil, não. Foi num estacionamento subterrâneo no civilizadíssimo Catar, no centro mesmo de Doha. Ou seja, nem digo que o problema seja apenas dos brasileiros — ou vai ver que tem muitos brasileiros em Doha, sei lá…
Da mesma forma, há lugares onde esses limitadores são colocados nas laterais, e acabam formando uma espécie de corredor que obriga os carros a se manterem dentro das marcações. Acho isso ruim? Não propriamente. Acho ruim que isso seja necessário, pois acredito que o ser humano deveria ter um pouco de noção de civilidade e de bom senso e conseguir estacionar sozinho sem necessidade de tanta tutela, mas reconheço que no mundo real, infelizmente, teremos que continuar vivendo com esses limitadores e com avisos de “contém ovos” nas caixas de ovos.
Os americanos têm uma frase que acho que resume muito bem não apenas este problema, mas muitos outros: “common sense is the least common of all senses” que, numa tradução livre, seria algo assim como “o bom senso (senso comum, em inglês) é o menos comum de todos os sentidos”. Entendo que as leis e as regras em geral devem ser feitas para a maioria, mas acho triste que se gaste tempo e dinheiro para atender o que deveria ser a minoria da minoria da minoria, já que a maioria deveria estacionar corretamente e dentro das marcações, sem necessidade de tantas babás.
Mudando de assunto: crianças no paddock da F-1 são garantia de momentos de fofurice. Já postei aqui a linda filha de Kevin Magnussen ajudando o pai a se preparar para entrar no carro, entregando as luvas para ele e baixando a viseira do capacete. Este final de semana foi a vez de Penélope, filha de Kelly Piquet, namorada de Max Verstappen, visitar a garagem da Red Bull logo antes da corrida da Austrália e garantir lindas cenas de meiguice explícita. Diga-se de passagem, há muitos vídeos em que fica muito claro o quanto os dois se gostam. Lindo de se ver!
https://x.com/BRredbullracing/status/1771900644753842634?s=20
NG
A coluna “Visão feminina” é de exclusiva responsabilidade de sua autora.