Em meio, a um mês de pseudo-férias, a F-1 permanece viva através de muita especulação sobre contratos de pilotos e de Adrian Newey, uma ou outra novidade e rarÍssImas confirmações. O Campeonato Mundial, interrompido após a disputa do GP da Bélgica, vencido por George Russell, mas oficialmente conquistado por Lewis Hamilton, volta à ativa no dia 25, data do GP dos Países Baixos, em Zandvoort. Nos últimos dias o nome de Gabriel Bortoleto (foto de abertura) foi mencionado como possível candidato à uma vaga na equipe Sauber, que a partir de 2026 será a equipe de fábrica da Audi na categoria.
A possibilidade efetivamente existe: até o momento a Sauber assinou apenas com o alemão Nico Hulkenberg e tudo indica que o maior rival do brasileiro para a vaga restante seria o finlandês Valtteri Bottas uma vez que o chinês Guanyu Zhou tem chances mínimas de seguir na F-1. Caso Bottas não fique na F-1 — sua outra possibilidade seria assinar com a equipe Alpine — ele poderia disputar o Campeonato Mundial de Rali (WRC), especialidade que é muito popular na Finlândia.
A única confirmação do mês envolve exatamente a equipe Alpine e, mais exatamente, o nome de Bruno Famin. Anunciado oficialmente como vice-presidente de esportes a motor da Alpine em 7 de julho de 2023, Famin já foi foi formalmente desligado da formação societária da equipe de F-1 junto às autoridades britânicas. A partir de agora Famin concentrará suas atividades na unidade de Viry-Chatillon, base da Renault para o desenvolvimento de motores de alto desempenho.
Após a milionária transferência de Lewis Hamilton para a Ferrari, em 2025, o nome de Adrian Newey é o que ocupa a maior parte dos comentários no quesito transferência. A julgar pelo que se lê na mídia especializada europeia, o engenheiro inglês deverá assinar — ou já assinou… —, contrato com a Aston Martin. Além da F-1, o engenheiro e projetista com mais títulos conquistados na F-1 poderá se ocupar também da criação de um hypercar destinado ao Campeonato Mundial de Resistência (WEC), projeto que poderá ter Lance Stroll como um dos seus pilotos e significar o fim de sua careira na categoria dos monopostos.
Outras especulações e notícias sobre o futuro da F-1 envolvem os autódromos de Salzburg, na Áustria, e Monza, na Itália. O primeiro trata-se de um circuito que durante vários anos recebeu a etapa austríaca da categoria hoje conhecida mundialmente como “Endurance” (Resistência), e que esta semana viu seu nome mencionado como possível sede do GP nacional após a provocação lançada por Ernst Penninger, diretor da pista, que declarou ao site Racefans.net suas intenções futuras: “Nós já temos um equipamento de controle de corridas (race control) totalmente digital, inaugurado em abril e que está em pleno uso. Tecnicamente estamos em pé de igualdade com Spielberg, que recebe as provas de F-1 deste 2014.
Há dois problemas nessa ambição. A pista de Spielberg é de propriedade da Red Bull, força política na categoria graças aos massivos investimentos da marca na categoria e por ter duas equipes. Além disso, a atual licença de Salzburg junto à FIA (Federação Internacional do Automóvel) é do nível 3, o que implicaria em reformas e adaptações para receber a licença de nível 1, imprescindível para receber um GP.
Já o circuito italiano, localizado dentro do Parque Real de Monza, nos arredores de Milão, é a pista mais antiga entre as usadas pela F-1 e, tal como ocorre com a Ferrari, sua história é envolvida em ciclos que alternam tempestades e bonanças. No caso do autódromo, sua localização em meio a uma enorme área verde já foi alvo de ambientalistas por causa do barulho e poluição provocada pelos carros de corrida.
O Automóvel Clube da Itália anunciou no início do ano um investimento de € 21 milhões (R$ 126 milhões) para recuperação e renovação das zebras, recapeamento da pista e a modernização de três passagens de nível e a construção de uma quarta. Esse trabalho deverá se estender além da data do GP da Itália, dia 1º de setembro próximo. A prova está garantida no calendário da F-1 até o ano que vem e as reformas iniciadas este ano contemplam demandas de modernização cobradas pelos promotores da categoria, incluindo uma nova área de paddock club no topo do edifício dos boxes.
WG
A coluna “Conversa de pista” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.
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